quinta-feira, maio 31, 2007

Sanidade Alma(l): Precisa-se!


Ando com uma reacção esquisita.
É no lado esquerdo do cérebro.
Não sei...
Mas, tenho para mim que é uma alergia qualquer à memória.
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É fodida a decadência da alma!

terça-feira, maio 29, 2007

Hidrofobia


Agressões que sobressaem nas articulações da minha mão.
Fecho-a devagar, estalo os dedos.
Um por um torna em punho.
Agrido violentamente o que se diz.
O que se fala.
Espanco os que se recusam ao espanto!
Aqueles.
Bem aqueles, que ainda têm a lata de gemerem com pudor.
Os que existem sem o mínimo de sentir.
Não vos bato com amargura.
Porque este meu pensamento nem isso tem.
É uma mistura de raiva com intolerância.
É uma espécie de hidrofobia que vem daqui.
Daqui destes lados.
Da fúria.
Abro o punho.
Cólera.
Vem cólera agarrada ás unhas.
Arrependimento?
Não. Nem sequer pensem nisso.
Não.
Recuso.
Porque afinal de contas… estalei os dedos.
Um por um!

domingo, maio 27, 2007

Multa

Há instantes que marcam o caminho.
Como se fossem placas indicadoras de estações de serviço.
Em que cada km percorrido desgasta o motor da memória,
Obriga a travagens bruscas do pensamento.
Stop !
Chegamos ao momento da revisão.
Estamos em contra mão.
Afinal é o caminho….. que marca os instantes.
O instante!
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Arranca!
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E nem ouses olhar pelo retrovisor.

quinta-feira, maio 24, 2007

Overdose

Ando enferma.
As minhas veias estremecem a cada inspiração.
Nas expirações são os ossos do pescoço que se contraem.
Suo.
Canso as artérias até ao limite.
A agulha diz-se sensata. Recuso-a.
Insiste na prudência.
Recuso.
E expiro outra vez.
Oiço o estilhaçar do pescoço.
Inspiro novamente.
As veias das mãos saltam a cada respiração.
Aperto os joelhos.
Deslizo os dedos do pé contra o banco.
Gotas de suor no soalho.
E recuso outra vez.
A porta está fechada.
Leve ruído. Passos apressados.
Novamente a sensatez.
Breve suspiro. Fundo desejo.
Insensatez.
Não recusei.
Espetei!

quarta-feira, maio 23, 2007

Rugas Artroses


Processei todos os espasmos que encontrei.
A sentença foi lida!
Às claras e sem juiz.
O tribunal estava cheio.
Jurados com rugas artroses.
Advogados envolvidos em argumentos viciosos.
A defesa não recorreu.
As declarações estavam mais que traçadas!
O crime foi premeditado.
Ausência de testemunhas.
E as duas que haviam estavam no banco.
Esperavam a sentença.
A pena!
Processei todos os espasmos que encontrei.
Ajoelha-te!
A defesa não recorreu.
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E nem tiveste que colocar a mão sobre a bíblia.

sábado, maio 19, 2007

al-qaeda

É terrorismo o que fazem.
Sim, isto que fazem.
Cheios de falsas modéstias, de parcas manias, de botões sem linhas.
Terrorismo!
Puro e duro terrorismo.
Infiltram-se nos nossos momentos.
Observam os nossos passos.
Tomam o nosso latejo.
Raramente são apanhados.
E quando o são, as autoridades nada fazem.
Absorvem o caso.
E nós que fazemos caso, e que até temos linhas, o que fazemos?Não fazemos nada!
Falta-nos o botão.
E a agulha está no palheiro.
Terroristas!
Cambada de terroristas.
Esses olhares corroídos.
Minados de rasas intenções.
Ahhh caraças que um dia ainda vos digo onde está a agulha.
E hão-de dobrar a faringe por saber da palha!


Terroristas!

sexta-feira, maio 18, 2007

Páscoa sem Quaresma

Eu não quero existir sem soluçar
Não me queiram impingir sensaborias
Vender-me ao desbarato por qualquer ninharia
Crucificarem-me pela minha hemorragia cerebral
Vendarem-me por não me sentar no lugar destinado
Não tirei essa senha
Esses pregos não são os meus.
Um soluço meu vale mais que isso!
Vale um punhado de qualquer coisa
Que ainda está por definir.


quarta-feira, maio 16, 2007

Adultérios

Roço a minha sofreguidão no teu encaixe
Esfrego todos os teus adultérios nessa cova
Nessa mesma que suamos sem querer
Peço um qualquer desejo
Um qualquer gosto salgado
Um qualquer demente envolvente
Porque a minha semente não é coerente
Porque essa tua expressão completamente vulgar já pouco satisfaz
Porque sinceramente atiçaste um fogo…
E o olhar já não me compensa.
Como mamífero que sou digo-te:
Se não consegues pagar uma dívida, não peças empréstimo.
Se não consegues esperar pela chama, não coloques fósforos.
Os pinhões não nascem sem pinhas.
E as ameixas caiem com folha.
Desprego!
Desprego a coxa que lisa na tua silhueta.
Desprego o antebraço que lustra o teu umbigo.
Desprego este pulso que teima em festejar.
Desprego-te!
Porque a minha cintura é transparente e
simplesmente o que gosta é de roçar.
Esfreguei todos os teus adultérios nessa cova.
E ela nunca me satisfez!
Desencaixei.

terça-feira, maio 15, 2007

a decadência filosófica de um corta unhas esquecido.


Amigos, conhecidos e derivados,

Temos a perfeita consciência que o texto que se segue é de uma enorme insanidade mas, vocês já estão habituados a isso… por isso temos para nós, que não vão estranhar muito :P
O que se passou foi o seguinte:
Eu estava aqui no meu canto e houve alguém que não revelo o nome (Magia - http://amagiadaspalavras.blogspot.com/) veio moer-me o juízo (como se eu tivesse algum) na porra do msn, conversa puxa converseta e eis que tudo junto deu estas linhas.
O porquê da publicação?
Queremos uma cunha para o Júlio.
Ouvimos dizer que o Matos se sente muito sozinho.

É um pequeno devaneio este que se instala
Como um varão de cortinado de wc
É só ler as instruções
Não destabilizes este meu ardor...
Preciso de um banho
Preciso lavar o tempo
Desinfectar as horas
Ensaboar os segundos que faltam
Passa me o shampoo para a alma
Da esponja faço o espelho
Do espelho faço as facas
E sou cena de filme premiado
Sou a personagem que não se vê
Os textos que falo não foram escritos
São rolos de cabelo aos cantos
Pedaços de pele que caíram
No branco nu do azulejo azul
E este esquentador que não tem gás
Nem esta banheira tem cortina
Nem este WC tem banheira
Eu?
Não estou aqui
Sou água suja que faço adeus no ralo
E tu estás aqui?
Diz-me adeus se não estiveres!
Tu
Micose que me consomes
Eu
Tormenta que inalo
Toalhas quentes e loção de demência
Perfuma-me este fugir
Penteia este desejo
Ao fundo desta banheira jaz o antiderrapante
Chinelo de impulsos por doer
Unha que me crava os sentidos
Cabelo branco que vejo ao espelho
Sobrolho franzido que se negra
Uma pestana que se queda
….
Olho o relógio:
Fodasse
Já são 9 horas?
Estou atrasada
Cum caralho
Olho novamente as facas
Reluzem ao calor do secador
Cintilam ao vapor que enche estas palavras
Afinal o espelho não se partiu
Fui eu que me parti
Me estilhacei
E me escoei
Por este ralo de pensamentos
Peço que se abra a janela
Não se pode estar aqui
Fui ver...
Já eram 9h10
Fodex
Vou ser despedida
Arrumo a esponja na mala
E guardo as facas no armário
Um ultimo pensamento:
Afinal, acabaste de ganhar mais um dia de vida
Mato-te manhã
Atrás de mim um cheiro a premeditação
Sabonete, shampoo e desodorizante
Fecho a porta
E entre a espuma que fica
E todo o tempo que ganhei naquele instante
Fica apenas uma coisa
...

O vazio
Uma Cagada em três actos

Moral da história:
Antes de tomares banho certifica-te que estás sujo.
De nada vale gastares energias desnecessárias.
O gás está caro e as contas da EPAL estão pela hora da morte!

segunda-feira, maio 14, 2007

Guerra civil




Coabitar comigo mesma, é como ser marxista numa igreja.


Receio uma guerra civil na sacristia.


Que toquem os sinos.


Que já quase nada sobra do altar.


sábado, maio 12, 2007

Cardápio do Fim de Semana


Conjecturar tudo,
É como ter um menu predefinido.
Eu cá gosto mesmo,
É de comer o Imprevisto
Regado com um bom copo de Acaso!

A sobremesa?
Inesperada!
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Tenho sede!

quinta-feira, maio 10, 2007

Do not disturb


Preciso esquecer um lembrar por metade!
Pausa na inquietação!
Esta realidade que se lembra.
Gemido após gemido me surda.
Numeração meteorológica por sair.
Desordem com sentido.
Levanto e absorvo estas entranhas.
Comando de sentidos.
Depressa e quente consome o coração.
Tudo isto é instinto.
Tudo isto é ânsia.
Tudo isto não passa sequer pelo pensamento.
Não dá para contar.
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Sofreguidão de asas negras.
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Não me perturbem, senão for para voar.

quarta-feira, maio 09, 2007

segunda-feira, maio 07, 2007

Clara e Gema q.b.

Encosta-te à parede.
Sim, a parede é ríspida.
Agreste, talvez.
Mas...
Encosta-te à parede.
Marca a tua nuca no tabique,
como quem assina o B.I..
Agora desencosta-te.
Sim!
Desencosta-te.
Não, espera.
Ainda estás muito perto.
Desencosta-te mais um pouco.
Sim!
Assim, está bem.
Já consegues ver?
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Afinal o que parecia redondo..
É quadrado!
Ás vezes basta apenas um certo distanciamento.
Para sentir que afinal...
Não são as cascas que fazem as omoletes.

sexta-feira, maio 04, 2007

Porra

Descarto-me de qualquer saudade que possa sentir.
Exponho-me perante a incerteza de gemer amanhã.
Sugo este ardor.
Esta ardência que me debilita!
Porra, inevitavelmente penso em ti.
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Dá-me uma pausa!
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Porque gemo.

quarta-feira, maio 02, 2007

Estalo


Chega de análises.
De seringas. De testes. De antibióticos.
Chega dessas consultas antecipadas.
Já apertei a veia o quanto baste.
O meu sangue não estacou.
Não estaca.
Corre.
Circula a uma velocidade estonteante.
Aperto a garganta.
E tu analisas o movimento.
Basta!
Basta, ouviste?
Passa à minha frente se quiseres.
Fica ao meu lado se entenderes.
Mas, mais análises é que não.
Puxo a veia.
E ela estala.
E tu que fazes?
Analisas.
Fica lá com as observações.
Faz delas o que bem entenderes.
A teoria nunca foi o meu forte.
E o microscópio não sei onde o coloquei.
O meu núcleo incendiou-se.
Ardeu.
Tal tijolo no forno.
É vermelho.
E esse vermelho quer tudo preto no branco.
Quero tirar a liga.
Quero que fiques num regaço.
Mão no ombro.
Veia na retina.
Coxa desnuda.
Joelho que treme.
Silêncio que se diz.

Tira lá as tuas análises à vontade.
Mas, lembra-te que no meu laboratório não existe microscópio.
O meu núcleo incendiou-se.
Ardeu.
Tal tijolo no forno.
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Tirei a Liga!