quinta-feira, agosto 30, 2007

Gengiva. De que material é feita a vossa Gengiva?

Aniquilei
A Honra
Com um Intermediário
Vergonhoso
Em Noites
Repousadas
Matei
O Frágil
Manso
Com encanto
Nas tuas
Ventas
Como
Com
Sede
A tua
Presença
Sofreguidão
Entranhas
Bate
Transpira
Desfalece
Renove
Inventasse
Acidente
Não contenham
O desejo
Desfaleçam
Antes A
Vergonha!
Pecado é fugir.
Trinco a maçã
Pedaço de dentes
Gengiva que sangra.
Não é pecado o trincar.
Pecado é não viver.
Bate
Transpira
Desfalece
Renova
Inventasse
Acidente.

Onde pára o respirar?
Na trinca?
Ou na maçã?

Encanta-te !

terça-feira, agosto 28, 2007

Crime

Ele:
Mostra-me o lado homicida que há em ti.
MATA-ME !!
Arma?
A tua língua.
Veneno ?
Saliva.
ASSASSINA !
....
Ela:
É que nem te atrevas a chamar a policia.
A tua boca vai estar tapada.
Os ouvidos surdos.
As mãos ocupadas.
MORRESTE !
....
Nota do juíz:
Homicídio sem testemunhas.
Ressurreição sem hora marcada.
Julgamento sem advogados.
Réu em liberdade !

sexta-feira, agosto 24, 2007

Chá, café ou laranjada?


Qualquer coisa que ainda não foi, é razão suficiente para ser sentida.
Se ainda não foi, é porque vai ser.
É como fazer um café.
Sentimos o cheiro.
O aroma.
O creme. O mexer da colher.
E o café ainda nem sequer está ao lume.
Qualquer coisa.
Sem o 'que'.
Mesmo não sendo o 'ainda'.
Não é razão para ser pensada.
Eu não penso no café.
Mas, já o sinto.
Foi.
Vai ser.
Sem o Ainda.

-
-
-

Açucar?
Não!!!
As coisas querem-se naturais.
Como os pés descalços.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Setembro

Ela esfregava as mãos.
As palmas estavam húmidas.
Rugosas de saudades.
Os dedos ansiavam uma qualquer coisa nunca esquecida.
E ele acordado.
Nervoso. E subia a calçada.
E corria.
Corria.
E lá no fundo a chuva.
Chovia.
Gotas grossas.
Molhadas. Húmidas. Transparentes.
Lembradas.
E ela abriu os braços.
E os olhos.
Ai os olhos.
A retina no diâmetro.
Naquele diâmetro que só os amantes sabem medir.
Não há compassos.
Réguas. Medições.
Tensões.
E o existe, passou ao sentir.
E o sentir a eles.
A nós.
Estão a sentir?
Sintam.
Sintam cada gota dessa chuva.
E escorre pela testa.
E passa no sobrolho.
Esfrega o nariz.
Esfrega. Esfrega.
Testa.
Pálpebra.
Esfrega.
Bochecha.
Lábios grossos. Beijou.
Beijo-te, disse ele.
E ela chorou.
Como só as árvores do Outono sabem chorar.
Com dourados e veias.
E corre o sangue. E encosta o peito.
E senti.
Senti o bater.
Bateu.
Cabelo enrolado.
Língua que satisfaz.
Foi em Setembro.
Um dia disseste-me que todos os negócios que fizeres comigo passam pelo coração.
Não estou a leilão.
A minha base de licitação?
É a tua.
Beija-me.
È o fim do verão.
As folhas começam a cair.
Eleva-me.
É Setembro!

Estou a suar!


Suei!