quinta-feira, julho 29, 2010

xiuuuu



Não fosse a interrogação abraçar a exclamação,
e viria o pronome pessoal beijar
o que se diz verbo no presente no indicativo.
Pretéritos perfeitos, não existem.
E os imperfeitos ficam em bicos de pés... sentimentos.
Dizem-se. Assim. Calados.

terça-feira, julho 27, 2010

Primeiro Volume


Antigamente não se ouvia tanto, talvez seja uma maldade dos tempos modernos.
Esta parva mania da razão sussurrar ao coração um… “Já soube…”
É que se fosse ao contrário, se de repente o emissor fosse o receptor,

talvez não houvesse esta néscia e quixotesca teima de ouvirmos um…
Eu avisei-te…”
[…]
Há realmente muita merda que me irrita nestes tempos modernos,

mas o topo da pirâmide é sem dúvida isto de catalogarem as coisas do coração com últimos volumes, logo atrás da enciclopédia do raciocínio.
Fosse assim, não teria havido a caverna. E Platão não teria sombras.
As realidades não são horizontais. Nem verticais.

As verdades são o que são.
E valem por si só.
O que entendo eu disto? Nada.
Por isso é que não tenho enciclopédias.

domingo, julho 25, 2010

Fundi|do


Se o meu cérebro ficasse vazio por um segundo.
Oh que segundo esse que me falta.
Abusava deste desejo. Violentava-o contra uma parede.
Até ao último gemido.
Uma vez. E duas. E três. E seis e nove. E, as vezes que fossem necessárias.
Para me espreguiçar ao comprido sobre a satisfação. É prazer.
Sobre os desejos sei duas coisas.
Ou comem-se ou deixam-se arrefecer.
Prefiro a primeira.
É que sopa fria não é a mais apetecida.
Então se for de caldo verde.
É esgotar até ao fim.
Até rapar o prato. E fazer aquele rrr rrr rrr com a colher.
E no fim, aquele recostar de cadeira.
Confiança. Presença. Partilha.
Arde.
Arde a deambulação. Passeio sem calçada.
Chão sem soalho.
Arde. Arde. Arde.
Arre.
Que arde.
Porra. E a colher a rapar até ao fim.
E rapa. Rapa. Rapa.
E esta Lua que sabe bem.
Na pele. Como unhas a cravar aqui.
A espinha toda.
Do princípio ao fim.
A colher vai cega. Por aquele prato adentro.
Eu e a noite.
Desgraça. Que desgraça esta que me esmaga.
E me acende.
Nada. A colher vai cega.
Lá vai o desejo por ali acima como quem esgrima os sentidos.
Rapa o tacho, malandro. Rapa.
Estúpidos os sentidos.
Parvas as razões.
E se a imoralidade não morasse aqui.
Eu dizia-te o que era um caldo verde.
Arre.
Que arde.
Não sou postiça.
- O desejo! O desejo! O desejo!
Fundi-te.

quarta-feira, julho 21, 2010

Matança.



Dormi com ele.
Acordei comigo.
Fui carne, alma, veias.
Dei-lhe o meu sustento.
[Des]Oxigénio.
Dou-me a mim.
Agora. Sem medos.
Dormi com ele.
Acordei comigo.
Depois de uma grande foda.
Um cigarro.
Depois de uma grande matança.
Um cálice de vinho.
Depois disso. A cinza. O restolho.
A ceifa de restos.
Desconformes.
Mais um bafo.
Cavou. Escavou. Colheu.
Dormi contigo.
Acordei comigo.
Debruço-me nesta linguística.
Às vezes é um tal de reumatismo na Alma.
Outras filosofias de estrada.
Camas sem lençóis.
Corpos doces, quando se querem salgados.
Revoltos. De punhos. Dá-lhe.
Dá-lhe. Dá-lhe em cima da mesa. Porra.
Espasmos que nunca duram o suficiente.
Retina amachucada.
Lixo.
Desagregamentos. Lá onde os bichos se proíbem.
Dorme contigo.
Dorme contigo.
Que hoje acordei a enforcar-te.

sábado, julho 17, 2010

quarta-feira, julho 14, 2010

O Amor é importante, porra!

As gentes acordam.
Pensam que não vão morrer nunca.
E nem a dormir, sonham.
As pessoas acordam.
Limpam as ramelas.
Sentem que muito provavelmente vão morrer.
E quando estão distraídos, sonham.
Os seres humanos acordam.
Espreguiçam-se até estalar os ossos.
Sabem que se calhar até é hoje que morrem.
Esboçam um sorriso.
E amam.

terça-feira, julho 13, 2010

TPC

Às vezes esqueço-me que as pessoas lêem este estamine, e ainda bem que assim o é.
E às vezes esqueço-me que a maltinha é a modos que pudica, e que leva a mal certas coisas que por aqui se escreve.
Ora estava eu no outro dia a estacionar o belo do automóvel, senão quando uma senhora que eu não faço a puta de ideia quem seja, bate no vidro do referido veículo e diz: “Devias ter vergonha a escrever sobre aquilo que as mulheres fazem no privado num lugar que toda a gente lê.”
E eu feita ursa, com cara de labrega, sem entender um c…. da conversa, balbuciei um boa tarde.. então como vai a família.
E a senhora para ali a ralhar, e no meio de tanto ralhanço catecista, lá entendi que falava do texto ‘Mestria’. Que é como quem diz, da masturbação.
E isto foi no parque de estacionamento.
Também já aconteceu na fila do supermercado.
Mas, adiante.
Passado uns dias. Fui beber um cafezinho com um amigo (Filó se estás a ler isto, perdoa-lhe que o teu marido não sabe o que diz) e nem ‘boa tarde’, nem ‘como estás’ …
Foi logo isto:



Ao que eu respondi:



O que isto quer dizer?
Ide procurar foda-se.

Dantes na mercearia da esquina fala-se do vestido que a não sei das quantas levava à missa. Da amante do não sei dos quantos. Etc etc e tal.
Agora comenta-se a masturbação da Estranha.
Tá bem. Que seja. E eu ralada. Para as senhoras que não têm mais nada que fazer à puta da vida. Ide comer óstias a ver se eu me ralo.
Obrigado. Voltem sempre. E tragam um orgasmo.
Porra.

T.P.C. - para as codrilheiras da zona oeste:
Conjugar o verbo prazer no presente do indicativo.

segunda-feira, julho 05, 2010

Re: Reversíveis


Inúteis são as saudades. E nunca as faltas.
Inúteis são aquelas brechas de correntes de ar.
E nunca os corpos de puzzles. Asfixiados. Suados.
Como torradas envoltas em manteiga.
Sedentas de fogo. Queimados. Trançados pelo gozo.
Impaciente prazer.
Até à dor. Do nervo. Até ao fundo da dor.
Do vento. Do tempo. Das palavras destroçadas.
Distâncias abastardadas.
Esmoendo todos os tendões, sem precisar de um único toque.
Fluindo por ali acima. Até ao fundo.
Como um vírus que corrupta tudo o que se diz moral.
E eu que gosto tanto do anormal. Do pecado.
Malignidade exaustiva. Dura.
Nua. Completamente Crua.
É Arte contemporânea esta, que te digo. Esta que me sacia.
Que quero o fundo. De toda a dor.
De todo o sal de prazer extasiado pela Alma.
Que às vezes é do tamanho de dois dedos, e outras do tamanho do diâmetro da Terra.
Pulo esta convulsão. São lábios. Também os quero.
Há acasos assim.
Como que vontades. Molhadas.

sexta-feira, julho 02, 2010

Mestr|ia


A subtileza duma sensação é a modos como que uma ontologia.
Cientificamente falando, a subtileza da manipulação do organismo desafia as leis da gravidade da absorção das entranhas mais comedidas.
Falo de masturbação, pois então.
Estimula-se o desejo.
Desafia-se a vontade.
Manda-se o racional ir dar uma grande volta.
E fica ali o galileu a medir o transe do prazer.
A delicadeza dos gestos, do suor. O movimento dos ossos.
Do pescoço aos dedos dos pés.
Há coisas fantásticas. Não há?

quinta-feira, julho 01, 2010

i|limite


Então era assim.
Primeiro pegava em ti e sugava-te todo o sangue.
Depois esticava cada artéria tua até ao ilimite.
E depois. Mas só depois.
Asfixiava-te as membranas.
Como que um lembrete.
De.
Afinamento de peles.
A puxar para a Alma.
E no fim bebia um tinto e fumava um cigarro.
E tu espojado no soalho.
Sem fósforos.