domingo, setembro 21, 2008

Amanhã lavo isto


Sejamos claros, a vida não são dois dias.
Nem três. Nem quatro. E muito menos, cinco dias e meio.
Há ‘coisas’ que pura e simplesmente não podem ser contabilizadas.
A existência sim. Pode ser a modos que contabilizada.
Agora a vida… a vida não!
A vida pode ser sentida num segundo, num aroma, num gesto, num silêncio, num olhar, e essas ‘coisas’ não se contabilizam.
É como aquela mania do “Amanhã lavo isto.”
Mas, qual amanhã?
Alguém tem a certeza que vive amanhã?
Nem tem a certeza que existe amanhã, quanto mais que vive.
“Amanhã lavo isto.”
Ahhh pois lavas, lavas... lavas!
Como se o ser humano tivesse a capacidade de reunir todas as condições necessárias para que no tal amanhã, se consiga sentir as coisas da mesma maneira.
Ora, se pode ser hoje… porque raio é amanhã ??
A vida não são dois dias.
Nem três. Nem quatro. E muito menos, cinco dias e meio.
É por estas e por outras que eu me recuso a agendas.
E muito menos a lavagens adiadas.

É como comer uma maçã:
Nunca ouvi ninguém dizer: "Amanhã acabo de comer isto"

quinta-feira, setembro 18, 2008

Miopias

Ao menos que a tua cegueira
desse para a alfabetização de movimentos.
Sempre tomavas o meu suor
como se de Braille se tratasse.

domingo, setembro 14, 2008

Pausa. No. Meu. Silêncio.

Todo o ser humano procura a magnânima das sensações.
Aquela única.
Que se define com asma.
Com uma leve sensação de falta de ar.
Com aquele entendimento absoluto.
Máximo.
Enriquecedor.
Verdadeiramente amarfanhado.
Como se de Inverno se tratasse.
Em que estamos pura e simplesmente entre lençóis de joelhos na barriga.
E a chuva no vidro.
E o vento no tapete.
Puxa a uma certa concentração prolongada.
A um deixa ficar que não consigo respirar.
É abandono.
Com uma certa gentileza.
Manobra os sentidos, sem discursos.
Explora o que demais nós temos.
Estabelece uma conexão quase que absoluta entre o que queremos, e o que temos.
Identifica-nos.
Estabelece-nos.
Movimenta-nos.
Acumula a actividade.
A tensão.
A manobra quase exaustiva dos pulmões.
Separa o verdadeiro da ilusão.
Transporta uma espécie de qualquer coisa olfactiva.
Cheira a quente, a frio.
Nunca a morno.
Porque isto do que falo é definido.
È quente ou frio.
Não há meios termos.
Ocupa em mim códigos.
Que nunca foram desvendados.
Alfabetos com letras indefinidas.
Vibrações sem fórmulas correntes.
Isto não são ‘entretantos’.
Coisas parciais.
De passar o tempo.
De dúvidas.
Ramificações.
É muito para além disso, que nem sequer passou por isso.
Nem sequer falo de citações preconcebidas.
De coisas sentidas por outrem.
Sei que não me faço entender.
Bastava-me um: Sei que me faço sentir.

terça-feira, setembro 02, 2008

Gosto de vocês.
É. Gosto.
Um sorriso para todos os que passam por aqui diarimente :)



Enquanto não tenho veias, vou desassossegando por aqui http://paraladomiocardio.blogspot.com/