sábado, maio 25, 2013

Convite

Houve uma vez que casei-me.
Fiz convites. Convidei a malta e foi um tal churrasco a tarde toda. Até prendas recebi. Calçava ténis.
Hoje descalça. Pensei. Porque raio é que a malta atura aqueles estupores que vão para os funerais chorar e aiii e tal e coiso que era tão boa pessoa. E depois vai-se a ver parava na mercearia da esquina a falar do dito cujo que era isto e aquilo e o mais que fosse. Mas...
hoje? Ahhhh hoje que morreu, já era tão boa pessoa.
Pois eu quero que esses choros insípidos todos se f*dam. Como tal, no meu funeral só vai quem me apetecer.

E se de repente aparecer na tua caixa de correio um convite para um funeral. Não estranhes. Foi a estranha que faleceu. Sorri. É sinal que tens tomates.

Obs.: Aparece descalço.

sexta-feira, maio 17, 2013

Linha



No próximo apeadeiro deita a mala fora. Não esperes pela estação, ela pode não chegar.
Tira a gravata. Tira tudo. Tudo o que te sufoca. Que te prende. Que não te abrace.
Tira. Fica a nu. Completamente a nu. Sem medos. Eriça-te.
Abate o que...
te estrangula. Tau. Mata isso. Enterra e faz cócó em cima.
Caga de alto para as recordações menos boas. Ou então pega nelas apenas
solidificar a tua ‘coluna’ e dares valor… aquele valor... ao que merece realmente a pena.
Aquelas recordações, mala cheia de autocolantes, sítios, pessoas, passagens, ora metade cheio, ora metade vazio. Se tinhas uma destas com um cinto castanho, e apertavas o cinto conforme as sensações, e um dia apertaste tanto tanto mas, tanto… que esqueces-te de sentir, guardavas tudo e no fim não vivias nada. Hoje, sim hoje orienta-te e fica sem mala. Arranja antes um bolso… Eu cá gosto de bolsos, daqueles pequenos como eu… guardo o necessário para respirar..
E o resto dou ao vento..
Saio na próxima estação.
Gosto de estações… as malas grandes só servem para apeadeiros.

terça-feira, maio 14, 2013

Manda a vida à real merda

Manda a vida à merda. Como se manda no teatro. Manda a vida à merda, como quem corre desenfreadamente pela rua à procura de uma qualquer taberna aberta para arreares daquilo que estás à rasca. Manda realmente a vida à merda. De joelhos serrados contra a parede de um qualquer cais do Sodré. Mas é que manda mesmo. A vida. À real merda. Antes que ela te mande a ti.
Bate a porta. Estende o tapete. Dei...ta-te nele e a seguir levanta-te. Olha-a nos olhos, essa puta que finamente se diz prostituta. A vida. Encara. Vá, porra. Não ouviste. Encara-a. Puxa-a por um braço, encosta-a contra a parede e manda-a à merda.
E a seguir até podes morrer. Mas deixa-te de ‘paneleirices’, e estendidelas no sofá. Levanta-te e renasce. Ou nasce. Ou inventa-te. E a seguir, bebe uma cachaça se preferires. Bate com o copo. No balcão, na calçada quero lá saber. Desde que a mandes à merda. Mas manda.
A valer. Não vale meias medidas, contidas. Tímidas espreguiçadelas. Quem tem medo compra um cão. E quem não tem manda a vida à merda.
Porque só depois disso. Dessa real gana orgástica, se pode viver. Até lá caga. Mas caga bem. Na morte do insípido. Dos quase tudo e assins assins.
Que raio é isso do assim assim?
Ou é ou não é, agora cá merdas.

domingo, maio 05, 2013



Há quem diga que o certo, é o usual.
Meus amigos, permitem-me discordar.
Não sei se é certo… mas, que o inesperado é bom!
Lá isso é!
Se é certo ou errado… eu não sei!
Mas, na próxima vez que cruzares comigo na rua.
Faz-te Rua!
Que é como quem diz.. faz-te inesperado!
É que eu cá gosto, é das coisas erradas…
Nada usuais, portanto!
‘Inespera’!
… Que é só assim, que me vais fazer nada usual…
E eu sei, que também não gostas das coisas banais..
Faz-te Rua!

Aqui para nós… andas um pouco banal, não andas?

É que eu ‘conheço-te’ errado…
Faz-te um favor, e Apalpa-me os Sentidos!