quinta-feira, dezembro 28, 2006

Apimentar


Atordoar
Atordoar a sanidade
Controlar um qualquer enigma
Apimentar o quotidiano
Simplesmente fugir de pedaços paraplégicos.

Ó Insanidade
Espanta-te comigo
Que eu já não me espanto contigo

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Lá isso

Sintetiza lá isso.
Mas, sintetizar lá isso, como?
Tudo bem.
Posso sintetizar um livro.
Resumir, portanto!
Dar um lamiré da história.
Mas, sintetizar o indetectável?
Não consigo.
Nem quero!
E insistem.
Insistem nisso.
Sintetiza lá isso.
Ai se soubessem o lá isso.
Saberia eu o lá aquilo.
Saberia?
Não, não saberia.
Posso sintetizar um dia.
Mas, num dia?
Não.
Não posso.
Nem quero!
Compreendo que queiram o sintetizar.
Até compreendo isso.
Mas, a parte do 'lá isso'.
Isso é que eu não compreendo.
Como se o 'lá isso' fosse apenas isso.
Não estou a pedir para compreender.
Já disse que não posso.
E não quero!
Sintetiza lá isso.
Um lamiré posso dar...
Agora.. Sintetizar?



domingo, dezembro 24, 2006

Trocos


Dizem muitas vezes que
no pensar é que está o ganho.
E eu tantas vezes que tenho trocos.
E nada digo que os tenho.
Por os sentir pensando.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Álgebra a puxar para a Topologia


Considere a seguinte definição:
Sociedade: reunião de pessoas que têm a mesma origem e pelas mesmas leis;
parceria, participação...

Considere agora o seguinte Teorema:
Se a sociedade é uma reunião de pessoas.
Então, eu tenho uma lei.
Logo, tenho a mesma origem.

Anti-Demonstração:
Pela definição de sociedade sabemos que:
Sociedade é parceria.
Ora, se eu não tenho parceria com a sociedade.
Logo, não faço parte dela.
Logo, não tenho qualquer tipo de relação com ela.

Erro:
Origem.

Cálculos:
Sem folha.

Lápis:
Sem borracha.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Sustenido

Concentra-te na melodia.
Dizem uns.
Afina o teu cérebro.
Dizem outros.
Alinha a pauta.
Murmuram uns quantos ali ao canto.
Apressa o compasso.
Dá a nota de afinação.
Dá o Sol.
Agora dá o Dó.
Não é esse.
É o sustenido.
Agarra o bemol.
Esse Si está meio tom acima.
Pára a orquestra.
Sai o maestro.
Escuta os tambores.
E os trompetes.
E já agora os saxofones também.
Continua o sustenido.
Sustém o bemol.
Dá o Dó.
E o Ré se te apetecer.
Está desafinado?
Deixa.
Não está cá o maestro para ver.
P.S.: Há Sal nos comments.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Paralisia

Dói-me este sentar no chão
Dói-me toda esta imobilidade
Não é impossibilidade
É paralisia
Entrevação de sentidos
Não de sentir
Mas, de orientação
Como se fosse uma bússola encravada
Não é absurdo
Nem razão
Não é lucidez
Nem ignorância
É paralisia
É decerto
E certo
É disparate
O encontrar
Não falem de normalidade
É movimento
É absorção
Vitral
Deliro
Sendo acaso
Delícia esta perda
Desafina
Coisa incerta
Impulsividade
Com todo o resto de naturalidade
Arriscar
O de repente
Mostrar
O alheado
Acordar
As fendas descompensadas
Querer
O impulso
Entranha
O inesperado
Descalça
O Soluço
Consome
A ânsia
Caio
E sinto
Não é impossibilidade
É paralisia

domingo, dezembro 17, 2006

Soalho


Dizem que o fazer-se notar
é tudo uma questão de saltos altos.
Eu diria que é tudo uma questão de solas gastas.
[Atenção ao ... "Eu diria..."... não no sentido do verbo]

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Vertiginoso


Isto é realmente a real mona.
Real mona?
Perdão!
Mona Real.
Isso sim.
Mona Real.

Sim, porque fazer o que nos dá na real mona... não é coisa para qualquer mona.
Há que ser uma mona sim... mas, Real.
Não, não, não.
Não é real de D. Afonso Henriques.
Apesar de achar que isso de fazer o que nos dá na real mona, é realmente uma Conquista.
Hmmmm
Agora que penso nisso, realmente isso da Real Mona é coisa de quem tem mona à Afonso Henriques.
Mas, como eu estava a dizer... Há que ser uma coisa assim bem real, eu diria mesmo a puxar para o Alucinante.
Alucinante é pouco.
Puxem a coisa mesmo para o Vertiginoso.
Fazer o que nos dá na Real Mona dá vertigens?
É pah.. dá sim senhor!
Por isso é que eu afirmo (sim, hoje apetece-me afirmar) que fazer o que nos dá na mona.. é Real, por ser tão ... Impulsivo!

Alucinante
Vertiginoso
Conquista
Impulsivo
Isto meus amigos é o quê?
É o que lhes der na Real Mona.. ou Mona Real como quiserem.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Ronda



Não querendo ser inconveniente

para mim mesma

(e já sendo, ou talvez não)então...

então

esta ronda de sentidos é o quê?

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Remoinho


Eu tinha feito bem as contas.
Tinha, tinha!
Quer dizer.. pensava que eu que tinha.
Mas, não estavam bem feitas.
Quer dizer... por acaso até estavam.
Estavam, estavam!
Mas, fiz as contas com um contar de antigamente.
O contar mudou!
Ai se mudou!
Mudou, Mudou.
Ninguém disse que o tal contar era o certo.
Também ninguém disse que era o errado.
Mas, contra todas as probabilidades,
esse contar (o tal de antigamente) já não faz saudades.
E contra todas as estatísticas
o tal contar (este de agora) faz remoinho.
E que remoinho.
Remoinho. Inho. Inho.
Inho!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Estou com a TELHA


Lá estás tu com a Telha!

Telha?
Mas, que telha?

O que é isso de estar com a Telha?
Estar com a telha é resguardar a casa da chuva, do vento, do frio, do calor e afins.
Ora..
Se eu estou com a telha.
Então..
É resguardar-me das lágrimas, do estonteante, do imprevisível, dos desejos e afins?

Ando a pensar nisso.
E tenho para mim…
Que sim.
Que realmente, e bem vistas as coisas.
Ando com a Telha!



Estou intimidada.


quinta-feira, dezembro 07, 2006

Tormenta


Existem comportamentos.
Comportamentos!
E quando falo em comportamentos.
Falo mesmo em comportamentos.
Daqueles mesmo mesmo mesmo inquietantes.

Existem comportamentos explícitos.
Aqueles que até de esguelha se dá por eles.
E depois existem aqueles de tormenta.
De reflexos fuscos.
Ou serão fuscos reflexos?
Adiante...




Adiante?
Que cabeça a minha...
Lá posso eu ir adiante...

Está fusco!


terça-feira, dezembro 05, 2006

Palácio de Marfim



"Campos de malmequeres por todas as direcções... norte, sul, este, oeste... pareciam ovos estrelados sobre alfaces, estrelas envoltas em algodão... era naturalmente lindo ficar ali a olhar para aquela tela viva... um sol ameno sobre mim, crianças que fazem uma enorme roda sobre um carvalho com enormes ramos que pareciam tocar o céu, tinha a sensação que se o subisse que poderia abraçar as nuvens e até mesmo saltar para cima destas e brincar como as crianças... do lado oposto ao carvalho, uma linha férrea, umas das primeiras a serem construídas na Escócia após a Revolução Industrial Inglesa... por detrás de mim um enorme armazém abandonado cor de marfim, com arcadas de madeira esculpidas pelo tempo, portas não existiam... pareciam como que um convite de entrada, não hesitei...

Era como um daqueles palácios abandonados dos filmes nostálgicos... telhas meio partidas deixavam a luz do sol entrar... raios muito finos bateram-me na face como que um despertar, não tinha divisões algumas... apenas grandes traves de madeira que teimavam em permanecer ali a segurar o ‘palácio cor de marfim’ ....
Não, não tinha luxo nenhum .... não se esqueçam, era um armazém abandonado... porquê que o achei um palácio?... ora.... se eu escrevesse tudo, qual era a graça?, tentem entrar pelas linhas, nas entre - linhas deste meu palácio...um convite meu.
Do lado esquerdo da arcada principal, velhas mobílias amontoadas ao acaso, como que atiradas para ali sem misericórdia, talvez porque tinham chegado á idade de reforma ou então porque no lugar delas tinham chegado ás casas das famílias da ‘cidade alta’, as novidades mobiliárias da Europa Ocidental...

Aquela ‘pilha’ de mobílias pareciam aos meus olhos um tesouro de Piratas, foi uma aventura abrir todas aquelas gavetas e caminhar para as memórias esquecidas de pessoas que eu não conhecia de lado nenhum. Como era possível?... abandonaram as mobílias.. mas imagine-se, com elas também as suas memórias de gerações e gerações.... - com este pensamento inconscientemente as paredes cor de laranja de Macau permaneceram em mim até hoje ....
Encontrei tantas e tantas coisas naquelas gavetas, que não vos passa pela cabeça, nem pela minha passava, encontrei lá coisas que eu na altura nem sabia que existiam...
Numa secretária antiga feita do chamado ‘pau de brasil’, permaneciam muitos tecidos... cedas... tecidos finos, não me perguntem os seus nomes nem para os descreverem... deduzi por aqueles tecidos que aquela secretária teria pertencido a uma senhora de idade avançada, devido aos tons escuros destes... agora corroídos pelas traças...
Num gavetão de cima... um álbum de fotografias... fiquei deslumbrado, na minha alma tinha o meu próprio álbum e nas minhas mãos um álbum palpável rogado de imagens a preto e branco... no início do álbum tinha umas inicias C.X. por debaixo destas uma data, não me recordo qual... desculpem... várias páginas e páginas de imagens de famílias em jantares rodeadas de criados, de castiçais de velas de diferentes tamanhos e feitios, grandes colunas de pedra em redor de mesas rectangulares e de cadeiras almofadadas... Parecia que estava a viajar no tempo e no espaço, estava a conhecer outra cultura... a cultura da chamada ‘cidade alta’ naquele armazém antigo abandonado.... ironia?... talvez...

Claro está que estas imagens apenas reflectiam a parte bela daquelas estranhas famílias... é usual, as pessoas tendem apenas a tirar fotografias para registarem os momentos bons, ou então para mostrarem aos vizinhos a festa onde foram e o vestido que usaram.. ou mesmo para se obrigarem eles mesmos a acreditar que, se estavam a rir na fotografia era porque tinham motivos para o fazerem... apesar de saberem porém, que no seu subconsciente nenhum motivo teriam para estarem a rir.... Esquecemo-nos por vezes que deveriam existir fotografias de recordação; (não me refiro a fotojornalismo); com os nossos rostos de lágrimas... porque são com elas mesmas, que aprendemos a ter força para continuar a tirar mais e mais fotografias... até chegarmos à fotografia quase – perfeita .... aquela única... sim única.. em que estamos pura e tão simplesmente.. a ... ....sorrir....



























Porquê este silêncio? ............. digam-me vocês."
in Antecâmara (cap. VI)

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Canta já cá... ou sei lá.

Não sei o que se passa.
Nunca soube.
Mas, uma coisa é quase (e sublinho o quase) dada como certa.
A malta canta.
A malta neste país canta.
Têm razões para isso?
Pois não sei ( e sublinho o pois).
Mas, canta.
E canta por tudo e por nada.

E é o belo do bitoque.
E dizem… É pah já cá canta.

E é a bela da mini.
E murmuram entre um soluço e outro… É lecas já cá canta.

E é o último prémio do Euromilhões.
E desatam num corrupio … Cum catano.. Já cá canta.

E é uma qualquer moeda perdida na calçada.
E assobiam… Esta já cá canta.

Canta.
Canta. Canta.
Já cá canta.
Canta já cá… ou sei lá.


E se o bitoque canta…
E se a mini canta…
E se um qualquer boletim canta…
E que uma qualquer moeda canta..
Então que venha a reforma antecipada daqueles que nunca cantam nada, e só desencantam.

Mas, depois é a carga de trabalhos…
É um pé de vento.
E se o vento nunca foi visto.
Quanto mais o pé.

E que venha o canto.
Seja do bitoque, da mini…
Seja o canto da sala.
Mas, que venha.

Pois, sem o tal de canto.. é como diz o povo:
Isto de não ter encanto é O da Joana.
( E sublinho o Da)






P.S.2: Isto de cantar não sei se ajuda. Mas, que facilita.. lá isso…

quarta-feira, novembro 29, 2006

Queixo. Sardas e Afins.

[Fotografia de Rosalina Afonso]

Eugénio Rodrigues (Pierrot) dono de um jardim Outonal fabuloso,

sugeriu no seu estaminé o seguinte:

"Lembrei-me de vos propor que postassem vocês o texto que quisessem, título incluído, bastando que para isso vos deixasse esta foto para que vos servisse de mote. Tomem como referência a porta da-casa-de-ninguém, a cadeira que é de não-sei-quem, o cão que pelo asgar se deve chamar Faísca, etc e coisa e tal. O que quiserem... (.....)"

Aqui fica o que me passou pela cabeça ao olhar esta foto:

Ele não vivia de mordomias.
De banais engelhados.
Viva daquilo que tinha que viver.
Dizia por vezes ao contrário:
‘Viver que tinha que daquilo viva.’
E dizia isto com um sorriso maroto, olhar esguio.
Ao dizê-lo colocava as mãos no queixo.
E entre um resmungar e outro, lá murmurava que viver não é esperar aquilo que se pode vir a ter.
Mas sim, sentir o que se têm com um olhar vivo.
É isso o .. Viver que tinha que daquilo viva.
Apenas!
Sentir o que se têm com um olhar vivo.
Acabava de o dizer ainda com a mão no queixo… como que à espera de resposta.
Sentado naquela cadeira da varanda ensolarada do terceiro andar.
Não era esquerdo, nem direito.
Era apenas o terceiro andar.
Porque um olhar vivo é mesmo assim.
Nem direito. Nem esquerdo.
É, e pronto!
E basta!
A cadeira continua lá.
A varanda ensolarada também.
A chave?
Levou-a ele.
Diz que precisava dela para tirar a mão mais vezes do queixo.
Dizia ele que essa espera só o bania.
Levou a chave.
Deixou um pouco do olhar esguio.
Talvez para me fazer lembrar que:
Viver que tinha que daquilo viva.


A varanda?
Continua ensolarada.

Não é esquerdo.
Nem direito.
Era apenas o terceiro andar de um qualquer olhar esguio sem banais engelhados.



A parede salpicada?
São as sardas do queixo.
Aquelas que nos fazem levar a chave!


segunda-feira, novembro 27, 2006

Frente

Podia começar isto com um ‘Era de noite’.
Que por acaso até era.
Podia começar isto com um ‘Era de noite e chovia’.
Que por acaso até chovia.
Podia começar isto com um ‘Era de noite, chovia e a calçada estava gasta.’
Que por acaso até estava.
Podia começar isto com um ‘Era de noite, chovia, a calçada estava gasta e a brisa ensolarada.”
Que por acaso nem estava.
Eu podia começar isto com isto.
Com um ‘nem estava’.
Mas, estava.
Ora, começo então com um ‘Nem estava’.

Nem estava naquela rua.
Aquela noite era de chuva. Uma chuva miudinha, daquela que teima em fazer-se notar sem ser vista.
Caminhava nessa rua apressadamente.
Passos largos, pesados até.
[Lembrem-se que ‘Nem estava naquela rua’]
Um candeeiro ou outro. Pouca luz.
Deserta.
A rua e a luz.
Caminhava cada vez mais depressa.
A calçada cada vez mais gasta, corroída, esquecida.
Íngreme.
Prédios antigos, ouvia-se ao longe um ou outro sussurrar.
Não me recordo o tom desse sussurrar.
Mas, era do tom das paredes dessa rua.
Sentiu-se um vento forte.
E os passos já não eram tão pesados..
Caminha calmamente.
Chovia.
Parou.
Pararam?
Não sei.
Eu nem estava naquela rua.


Já voltaste?





Ainda não!


Chovia, então.
E parou.
Não tu!
A chuva.
Parou, assim de repente.
Sussurravam que era uma qualquer frente.
Frente fria.
Frente quente.
Era uma frente.
E tu não paraste.
E olhaste de soslaio.
E seguiste.
E nem viste..
Que a calçada estava gasta.
Que era de noite.
E que simplesmente a chuva é miudinha, daquela que teima em fazer-se notar sem ser vista.






Paraste?
Não sei.
Nem sequer estava naquela rua.


domingo, novembro 26, 2006

Arde!







Hoje porque é hoje.
Hoje porque é hoje, resolvi.
Resolvi não, resolvo falar na primeira pessoa de um sufoco.
Daquela asfixia.
Vocês sabem qual é.
Não sabem?

E porque é na primeira pessoa que falo.. escrevo.
Então que seja.
E este seja, é senão sufoco.

Poderia ser outro qualquer.
Outro qualquer!
Mas, não.
É esta.
Sufocação.

Dizem que pessoas como eu tendem a equacionar tudo.
Não tento.
Acreditem.
Não tento, mesmo.
Não mesmo!

E por não saber como equacionar isto.
Por não saber onde é a igualdade, a equivalência, as regras dos sinais…
Por não saber resolver este…….. Sufoco.
Ando assim…..
Eu nem sequer tento!
Equacionar.

Arde!





E ainda falam em Verificação.
Ora, se eu nem sei equacionar…
Quanto mais verificar se x é tal valor… e se o y……..

sexta-feira, novembro 24, 2006

Sem parágrafos


Um dia gritaram-me isto:
Eu para sentir é preciso muito!
Eu respondi assim:
Eu para sentir, não é necessário nem muito... nem pouco.
É só preciso sentir!
Ponto final.
Sem parágrafos.

terça-feira, novembro 21, 2006

Chiado


" Rua por onde todos, ou quase todos, os Lisboetas já passaram... mas apenas alguns a conhecem...
Rua perpendicular aos Armazéns do Chiado..
Rua onde ‘habita’ uma das ‘Brasileiras’..
Foi nessa... exactamente nessa rua, que passei uma das tardes mais marcantes da minha existência..
...
Era de manhã, o sol tinha dado as suas primeiras ‘espreguiçadelas’ matinais, poucos ruídos urbanos... Eu (e o meu mim) estava nessa manhã, como em quase todas as outras,.. mórbido... anestesiado.. e... mórbido... inevitavelmente mórbido.
Caminhava por ali às voltas...uma esferográfica num bolso.. no outro um maço de cigarros... noutro alguns trocos...
Precisa nessa manhã em particular de um café.. tomava café todos os dias e a todos os horas... mantinha-me fisicamente acordado e minimamente ‘consciente’... ou pelo menos serviria para os demais acreditarem que assim o estava.
Mas... nessa manhã o simples facto de beber um café sozinho, deixou-me mais que nostálgico... triste... sim... triste... É como na tal ilha que um dia vos falei...
........
Às voltas... às voltas... às voltas...
Andava por ali... às voltas...
Como que à espera de alguém ... Não , não estava à espera de ninguém.
Não estava... eu disse.. não estava... Mas imaginem, alguém chegou.
Psst psst psst
Não fiz caso algum... não esperava ninguém.. nem ninguém me esperava.
Ouvi de novo: Psst psst psst
Curiosidade... olhei.
Casaco, calças, laço e chapéu preto, camisa branca... conhecia aquela ‘figura’ de qualquer lado, mas não me lembrava de onde. Fez-me sinal para que me sentasse na mesma esplanada... na mesma mesa.
Ainda pensei em continuar ás voltas e voltas e mais voltas, mas precisava de um café... e também de uma companhia.
Pedi um café.. curto e forte.
Silêncio.
Estivemos assim em silêncio a manhã toda... sim.. a manhã toda. Eu não falei de nada e a figura ao meu lado também não. Porquê esse silêncio numa esplanada do chiado? ... Por vezes mais que a necessidade de partilhar palavras, gestos, linhas... impera a necessidade de partilhar o que mais de nosso temos... o silêncio… o olhar.
E nessa manhã partilhei......

Ele tal como o nosso choro.. tal como o nosso sorriso.. ou tal como o nosso olhar, diz todo o nosso caminho ou ‘não caminho’... ser ou ‘não-ser’... Revela nele mesmo o nosso olhar... o nosso espelho.
Passaram-se várias e várias horas....
Chegou o entardecer...
As mesmas pessoas que passaram naquela rua de manhã... passavam agora também...
E nós... Silêncio....
Na mesa algumas chávenas de café...
Nas mãos... Silêncio...
No olhar.... Silêncio...
Na alma... Silêncio...
No coração... Silêncio...
Silêncio...
Mas...
Partilhado...partilhado...
...

Nos últimos gestos do pôr-de-sol... tirou o chapéu, desapertou o laço... fez um gesto com a mão... deduzi que queria uma esferográfica, tirei a minha do meu bolso......
E num pequeno pacote de açúcar escreveu:

“Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada ‘speres que em ti já não exista.
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.”

.....

Apertou novamente o laço, pôs o chapéu...alinhou os óculos... pegou no pequeno pacote de açúcar... entregou-me... fez-me uma festa no cabelo... e ... pela primeira e única vez ouvi a sua voz... – “ ... mais que te tentares encontrar... faz com que alguém te encontre... “
.....

Quem assinou o pequeno pacote de açúcar naquele entardecer ?
Pessoa..... Fernando Pessoa. "

In Antecâmara cap XXV

domingo, novembro 19, 2006

Naco


Não me recordo onde foi.
Nem se o foi.
Mas, lembro que essa recordação existiu.
Tal deambular entre qualquer naco de sentir.

sexta-feira, novembro 17, 2006

'Descompreendo'

- Tenho medo de fracassar.

- Todos temos.

- Sim... Mas, pesa-me mais o medo... do que o próprio fracasso.

- Como assim?

- São estas náuseas, esta lacuna de movimentos.

- Não compreendo.

- Vês? É isso.
Conheço os movimentos, desconheço a lacuna.
'Descompreendo'.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Como tal?

Que existem slogans
Que existem publicidades
Que existem árvores, terra, folhas
Que exista tudo isto.
E sementes.

Porque todos o somos.
Sementes.
Porque todos temos.
Ramos.
Porque elas caem.
As folhas.

Mas, não me venham com slogans.
Que isso meus amigos.
Aqui.
Bem, aqui.
Não existem.
Nem cultiva nada.
Nada.





Trouxeram o regador?
Não interessa.
Se é slogans.
Nem com toda a água.

Já vos disse.
Que isso meus amigos.
Aqui.
Bem, aqui.
Não existe.
Nem cultiva nada.




P.S.: Não é para ser lido ao compasso do piano.
Mas, sim para ser sentido como tal.
Desculpem.
Precipitei-me neste pedido.
Pois… não será afinal.. o ‘ser sentido como tal’ um slogan?

quarta-feira, novembro 15, 2006

Amêijoas + Velha + Arco + Sócrates = Panados de Peru


Há uma situação que me anda a lixar o sistema nervoso.

Ando mesmo tramada com isso.
Já não sei para que lado hei-de virar.
Ora, um dia destes andava eu na minha vidinha e penso assim… agora umas amêijoas para o jantar é que era serviço (sim, porque eu sou fina.. como amêijoas durante a semana, prosseguindo…).
Então, perguntei:
ÒOO faz favorrrr onde há amêijoas a esta hora heiii??
Olhe menina eu até respondia mas, aconteceu-me uma coisa do arco da velha, então você imagine que a minha nora foi a casa do cunhado e estava lá o primo da enteada da viúva…

Arco da velha?
Fiquei lixada.
Não disse o nome da velha, nem onde era esse tal arco.
Conclusão, comi uns panados de peru.

Mas, a coisa até se levava… não fosse eu chegar a casa ligar a televisão e ouvir o Nosso Primeiro a dizer…
Povo meu povo… Ohhh povo meuuuu isto sair agora da crise vai ser do Arco da Velha.

Ora, Bolas.
Então digam-me lá se isto não é de lixar o sistema nervoso a uma pessoa?
Então não era coisa da malta se juntar e ir à procura da tal velha e do tal arco??

Está em causa a ausência de crise da Nação.
Amigos e adeptos deste país.
Juntai-vos.
E ide em busca da velha!
Ide Ide Ide....
Ide em busca do Arco.

Eu tenho para mim que a tal velha é a tal viúva do Senhor das Amêijoas… mas, isto é uma ideia cá minha.

… Se eu ao menos soubesse onde há amêijoas... podia ser que encontrasse lá a velha…

terça-feira, novembro 14, 2006

Teorema das Manias. Mania das Equações.


A Contentamento Descontente, a Alma Exigente e a Completamente Lunática....
Tiveram a estranha ideia de me confrontar com Manias. ;)
Fiquei reticente. Confesso.
Fui ver o que era isso de... Manias.

do Lat. mania <>s. f.,espécie de perturbação ou excitação caracterizada por aferro a uma ideia fixa;fig.,mau costume;excentricidade;esquisitice;extravagância;desejo imoderado, excessivo.

Perturbação!!! Hmmmmmmmmmm

do Lat. perturbationes. f.,acto ou efeito de perturbar;alteração;transtorno;irregularidade;desarranjo, em especial no corpo humano;tontura;confusão;revolução;desordem.

Ora.
Equacionei esta informação.
E o resultado foi:
Possível indeterminado.
Estranhezas.
Manias.
Manias e Estranhezas.
Se são perturbações por uma ideia fixa.
Então, deixamos a Equação e temos um Teorema.
Tentei demonstrar o Teorema por Indução.
Mas, como ainda tinha o raciocínio na tal equação,
a demonstração ficou-se pela hipótese.
Tese?
Está na regra de três simples.
Onde?
Nas entrelinhas :P

Passo a palavra ao anónimo do dia 15 de Maio das 16h33m,
que desconfio
que também foi o
anónimo do dia 13 de Junho das 07h15m.
E passo também a palavra ao Nosso Primeiro,
ao Presidente da minha Junta de Freguesia
e também ao Senhor Garcia
que todos os dias peço um café curto,
e todos os dias tem a triste mania
de me dar um café que parece uma banheira.
Obrigado.

Obs.:

Estou com fé que o Nosso Primeiro venha aqui comentar as suas manias.

De modos que não quero de maneira alguma que o senhor diga ah e tal fui lá aquele estaminé mas, fui muito mal recebido.

Isso não pode, nem deve acontecer. Então vai daí, que tive a brilhante ideia de contratar este segurança ( o orçamento não deu para mais) e deixar um lugar vago no estacionamento para a 'carroça' de tão ilustre convidado.

domingo, novembro 12, 2006

Ténue


Se eu soubesse o que é isto.
Talvez não perguntasse o que é aquilo.
E se o aquilo não existisse.
Talvez não questionasse tanto isto.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Este post é para ser lido assim, caso não consiga fazer isto... então temos pena, pois perde um momento brilhante da literatura contemporânea :P :


São passos invisíveis dizem alguns
São passos sensíveis dizem outros
E falam falam
Não vêm que são simplesmente passos?
Não é nada de complicado
Não são variações
São passos
Passos
Já se calaram
Ah teimosia
Olhem os passos
Viram
Se é afirmativa a resposta
Continuem
Se for negativa
Continuem
Se não for nem uma coisa nem outra
Então
Continuem
Porque simplesmente
São passos
Passos
Psiuuuuuuuu
Não é isso aí
Isso aí são passadas
Concentração se faz favor
Obrigado
Agora que há concentração
Peço a ausência desta
Já há desconcentração
Então continuemos
Continuaram
Ora ainda bem
Eis
Aqui
O ali
O dacolá
Concentração desconcentração
Passos passadas
Variações
Afirmativo negativo
Variações
Sensações
Emoções Surpresas
Pés sem passos
Passos sem pés
Caminhos sem horizontes
Horizontes com caminhos
Passos
Pedras Cascalho
Cascalho no pé descalço
Descalço o pé na valeta
Valeta de pé no horizonte
Passos
Isto é o dia
Isto é um dia
Isto não é nada disso
Desconcentração
São passos
São passos invisíveis dizem alguns
São passos sensíveis dizem outros
E falam falam falam

domingo, novembro 05, 2006

Esquisitice


Isto não é esquisitice!

Tendem a pensar que é.

E muito possivelmente a sentir o que não é.

Mas, torno a dizer: Isto não é esquisitice.

No máximo dos máximos.. Asfixia.

Agora... esquisitice é que não.

Uma asfixia assim a pender para o sufoco.

Vá lá, no máximo dos máximo... Estrangulamento.

Agora... esquisitice?

Não.

Isso é que não.

ToNtUrAs


Alturas.
Existem alturas.
Algumas bem altas.
De adaimes.
Assim... altos também.
Bem altos.
Altos, portanto!
Alturas.
Existem alturas.
Algumas bem aqui.
De mudanças.
Assim... inesperadas também.
Bem inesperadas.
Inesperadas, portanto!
Alturas.
Existem alturas.
Alturas em que um suspiro.
Um suspiro muda.
Muda.
Muda a mudança.
Mudança, portanto!
Alturas.
Existem alturas.
Alturas de incertezas.
Incertezas fundas.
Em que ficas.
Ficas.
Ficas assim... mudo.
Alturas.
De vertigens.
Alturas de tonturas.
Tonturas de perturbações.
Pertubações de comoções.
Em que ficas.
Ficas.
Ficas assim...
Sem querer estar aqui.
Alturas?
Não.
Tonturas.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Post que não lembra nem ao menino Jesus... se és minimamente coerente não o leias. Obrigado.

Cavalo.
Chuva.
Cavalo e chuva.
E depois mais o 'inho'.
Ora, vem:
Cavalinho.

Tirar o cavalinha da chuva!

Mas, o que raio é isto de tirar o cavalinho da chuva!
Isto vem de onde?

Olha dá-me aí uns trocos.
Podes tirar o cavalinho da chuva!

Olha apetecia-me ir à praia, queres ir?
Tira mas é o cavalinho da chuva.

É pah já se comia qualquer coisa.
Yah yah tira mas é o cavalinho da chuva.

Emprestas-me aquele livro?
Achas?? Tira o cavalinho da chuva.

Furei! Ajudas-me a mudar o pneu?
Eu??? Deves pensar.. deves deves! Tira o cavalinho da chuva.

É pah......
Mas, o que é isto??
Heiii

Eu não tenho cavalo.
Nem 'inho'.
E mesmo que tivesse, ele não estaria à chuva.... com as gripes que para aí andam...

Já agora o vosso cavalinho, anda à chuva?



P.S.: E agora que penso melhor nisto... e se for um cavalo marinho?


E depois eu é que sou estranha.
Senão, vejamos:

O Rui fala de um tal miocárdio para tirar umas tais de fotografias ao belo do cavalo.

A Magia armada em esperteza saloia foi à biblioteca com o pobre do cavalo e obrigou-o a ler o livro A Casa da Joana de Reinaldo Pimenta.

A Cat diz que preza o animal.

O Melena não tem cavalo. Tem bezerros. Ou seja, o Melena é mais numa de: Podes tirar o bezerrinho da chuva!

O Tiago como pessoa coerente que é, não divagou! ;-)

O Amazing armou-se em cumpridor das minhas ordens e não leu! Cá para mim anda a pôr o cavalinho a ouvir Chopin!

A Marina e o 22 não têm um cavalo de 4 patas mas, sim de 4 rodas... Será que os Bezerros do Melena têm rodas? hmmmmmmm

A Giorgia anda a precisar de um guarda-chuva... anda anda!

A Maria p. diz que o cavalo dela não tem 4 patas, nem tão pouco 4 rodas mas, sim 5 estrelas. Hmmm o que será um cavalo de 3 estrelas?

O Daniel diz que vê um cavalo lá atrás.. ONDE? Naquela montanha lá ao fundo??? Agora que vejo bem.... está lá está.. deixa assobiar ver se ele vem para aqui! :P

A Maça diz que o cavalo dela é uma tragédia. Coitado... deve ter apanhado a trovoada dos últimos dias... E um cavalo drama? Ou um cavalo comédio?

A ACP diz que o cavalo é marinho e que só nada ao som de Tony Carreira. (Tentou ao som de Quim Barreiros mas, acho que aquilo não deu muito resultado...)

O Louco tem o cavalo à chuva. Athimmmmmmmmmmm

O Ivo diz que se ele anda à chuva então o cavalo que se aguente à bronca também... e pergunto eu onde andam os direitos dos animais numa situação destas?? Isso este país não vê...

A Cristal diz que o cavalo dela é leve. Posto isto não deve haver problemas... é como aquela anedota.. uma pessoa tão magra, mas tão tão magra que conseguia passar entre os pingos da chuva.. Bem, não é nada disto mas, eu nunca tive muito jeito para contar anedotas.

A Nadir diz que a culpa é do cavalo, ele que não fosse para a chuva. Se foi, então que se aguente!

A Bela é uma incoerente eheheh

A Carina mete o cavalo à chuva e prende a mula.

O Vagabundo tem um cavalo ainda mais vagabundo... não se sabe o seu paradeiro.

O Pierrot tem um cavalo finório. Está à chuva sim mas, sentadinho!

A SJ tem cavalo marinho. Não tem medo da chuva.

A miudaaa não consegue tirar o cavalo da chuva. É parvo o bicho... :P Assobia para ele!

A Daniela é a mais coerente disto tudo que só se ri da bela da parvoice que para aqui vai.

P.S.: O espaço musical que se segue, é da inteira responsabilidade da Magia e da ACP.



segunda-feira, outubro 30, 2006

Fúria

Sempre a falarem de conjugações.
Conjugações e mais conjugações.
E são conjugações daquilo.
E são conjugações disto.
E são conjugações daqueloutro.
Conjugações!
Eu não entendo nada de conjugações.
Não consigo estar em conjugação.
Se isto são as tais cócegas?
Não.
São apenas comichões.
Na alma?
Na razão?
No coração?
No pensamento?
Nas entranhas de tudo isto?
Ahhh tendem lá paciência que isso já são conjugações..
E eu já disse.
Mas, repito:
Eu não entendo nada disso.


P.S.: O grito não é o vermelho.
Visualmente falando a minha fúria, ou melhor... a minha comichão na alma é mais ou menos isto:


sexta-feira, outubro 27, 2006

Cócegas


Ando com uma sensação particular.
Certa impaciência.
Certa de ser errada.
Errada de ser certa.
Impaciência certa, portanto!

Como eu estava a dizer, e acompanhem-me por favor.

Estou com uma sensação particular.

Com um certo apontamento.

Apontamento certo, portanto!

Baralhando ainda mais o rascunho.

Diria que ando com cócegas.

Cócegas!

Cócegas na memória.

Acompanharam?


quarta-feira, outubro 25, 2006

É lá...


Existe o que existe.
Existe o que tem que existir.
E existe o que nem tem que existir.
E se existe o que não tem que existir.
Então. Existe?
Então, partimos então do então.
Então vamos lá ver.
Outra vez.
Esse, então.
Então. Então?
É lá... [Quase] que me perdia.
Mas, vamos lá ver.
Se me acho.
Então.
É lá... que disparate!
(Isto foi escrito de Pernas para o AR, e foi transcrito para aqui de Pernas para o Chão
ou seja, que seja lido como quiserem e bem entenderem)

segunda-feira, outubro 23, 2006

sábado, outubro 21, 2006

Flor de Pele


Estes dias.
Estes dias nublados.
Assim de tons distraídos.
Distraídos?
Sim, distraídos.
Quebrei?
Não.
Quebraste tu!
Mas.
Mas, que mas?
Mas, esse mas...
Mas, esse mas de som talvez.
Talvez de som a silêncio.
De silêncio de partir.
Fugir?
Não.
Eu convenço que não.
Tu convences que sim.
E encostados assim.
Assim.
Assim encostados.
Flor de pele.
Puxa para aqui.
Para um aqui que não é o meu.
E este aqui que me tormenta.
Quebrei?
Não.
Quebraste tu!
Guardo?

sexta-feira, outubro 20, 2006

Das entranhas.

Eu não sei.
Eu não sei o que é.
Eu não sei o que é este.
Eu não sei o que é este amedrontamento.

Amendrontamento.

É assim.
É assim uma gana.
Uma gana qualquer.
Das entranhas.

Uma voracidade.
E que voracidade!
Condenem-me se quiserem.
Quero lá saber!

Não quero saber.
Já disse.
São surdos?
Não quero saber.
É sofreguidão.


Digam o que disserem.
Exclamem para aí o que quiserem.
A mim pouco me interessa.
Não me interessa.

Hoje.
Hoje isso.
Hoje isso não me interessa.
Porque.
Porque estou.
Porque sou.
Porque estou assim.
Porque estou assim toda.

Porque SOU assim toda....






quinta-feira, outubro 19, 2006

Entroncamento

Todos falam em cruzamentos.
Olha, é por ali!
Viras à esquerda no próximo cruzamento.
Segues... Segues... Segues...

Cruzamentos.
Rotundas.
Segue.. Segue... Segue...
PÁRA.
STOP.

Cruzamentos.
Rotundas.
Segue... Segue... Segue...
Traço contínuo.
Ultrapassar?

Cruzamentos.
Rotundas.
Segue... Segue... Segue...
Valeta.
Outra.

Cruzamentos.
Rotundas.
Segue... Segue... Segue..
Não tem sinal.
Segues?

Cruzamentos.
Rotundas.
Segue ... Segue... Segue...
E......
Agora?

Que foi?
É um entrocamento.

Sigo?



SIGO?