quinta-feira, agosto 31, 2006

Até pode ser baixinho.

[FIESA - Cidade de Areia (Pêra) - 27 de Agosto de 2006, FF]

- Porque sorris?
- É segredo.
- E não o queres revelar?
- Já o revelei.
- Disseste que era segredo.
- E é isso mesmo. É um segredo.

Um segredo que tens que dizer a ti próprio.
Assim.
Alto.
Até pode ser baixinho. Desde que o ouças.

É como olhar para o mar como se fosse a primeira vez.


terça-feira, agosto 29, 2006

Algures na terra da amêndoa e da laranja

Depois de 700 km... De algum desassossego e possíveis estranhezas... andei a divagar por aí.

Porque existem imagens [e sensações] que merecem ser partilhadas.
Aqui ficam algumas, de lugares por onde caminhei este fim-de-semana.

P.S.: Ide a Folha de Rascunho, já tem a bela da sugestão aqui da je :P



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sábado, agosto 26, 2006

Folha de Rascunho


Encontrei esta semana um blog que já faz as minhas delícias.
Sugiro a todos os amantes de livros ( e aos que não são amantes também, pois é uma boa maneira de passarem a ser hehehe ) o blog Folhas de Rascunho.

Ora passo então à publicidade ;)

"Folha de Rascunho
Um blog novinho em "folha"... à procura de "rascunhadores" participativos e com ideias novas!!
Agradeciamos aos "rascunhadores habitués", que nos têm visitado, que nos ajudassem nesta campanha de divulgação, para tornar este bloguito muito mais interessante e com mais opiniões e livros!!!
A gerência:
FR-Team"


Vá não sejam tímidos... Rascunhem muito :)

Fica o registo de um dos lugares onde mais gosto de 'rascunhar':

[Parque das Merendas, Montejunto, Agosto de 2006, FF]

quinta-feira, agosto 24, 2006

Cales de saudades. Ensinamentos de uma vida.

Ultimamente... (e não sei porquê) lembro o meu avô.
Assim, sem mais nada!
Recordo-o.
Mas, é em tudo.

Vejo uma criança de bicicleta... e recordo que foi ele que me ensinou a cair e a levantar-me.
Era uma bicicleta azul.
Fomos comprá-la ali para os lados de Rio Maior.
E tinha um cesto cor-de-rosa à frente.
E umas fitas nos punhos.
Era azul.
E era grande.

Vejo uma criança no baloiço.... e recordo que foi ele que me ensinou a não ter medo das alturas.
Era um baloiço vermelho.
Balançava ali para os lados do Baleal.
E tinha um escorrega à frente.
E era de ferro.
Era vermelho.
E era grande.

Vejo uma criança num pomar... e recordo que foi ele que me ensinou o valor da terra e do trabalho.
Era um pomar castanho.
De pêras ali para os lados da serra.
E tinha flores em frente.
E era de troncos.
Era castanho.
E era grande.

Vejo uma criança no mar... e recordo que foi ele que me ensinou a ter respeito pelo oceano.
Era um oceano verde.
De ondas ali para os lados de Peniche.
E tinha as Berlengas em frente.
E era de maresia.
Era verde.
E era grande.


Vejo uma criança a sorrir... e recordo que foi ele que me transmitiu a importância de um sorriso.
Era um sorriso com cor.
De brilho ali para os lados de tudo.
E tinha um olhar em frente.
E era de esperança.
Era de todas as cores.
E era enorme.
Enorme.


Tenho saudadecas tuas.
Mas, sorrio.
:)

segunda-feira, agosto 21, 2006

CONSERVAR

[Imagem retirada de www.olhares.com]

Hoje li algo de David Hume que ecoou em mim:

"O papel principal da memória é conservar não simplesmente as ideias, mas a sua ordem e a sua posição."

... O que é que conservamos na nossa memória? E porquê?
Não falo de datas, de números, de história e estórias...
Falo de tudo o que está para lá disso... e que está para cá disto.
Falo sobretudo de 'ar'.

O que conservamos na nossa memória que nos dê ar?
E que ordem ?
Será que damos a devida ordem e posição a essas mesmas 'coisas'?
E conservamos essas mesmas 'coisas' da melhor maneira?
Ou será que as colocamos lá no fundo... bem na última prateleira do frigorífico... E com isso esquecemo-nos ...
E a memória falha...
E o que devia estar conservado... não está...
Porque simplesmente deveria estar logo no início da prateleira... e está lá no fundo... e não vemos, e não chegamos lá.
Ou por outra, nem sequer deveria estar no frigorífico... mas, conservado como antigamente... com Sal.
As molas da roupa?
Simplesmente isso.
São como as prateleiras do frigorífico...
Existem certas 'coisas' que deveriam estar sempre no nosso 'estendal'...
Mas, esquecemo-nos de as estender...





sábado, agosto 19, 2006

Símile

[Algures por aí, 2006, FF]

Não sei.
Não sei onde é este arame.
Nem tão pouco, em que dia o captei.
Mas, hoje recordei-o.


Está mais alto.

Deveras mais alto.


E eu fragmento.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Terra molhada. Ah este cheiro a terra molhada.










[Montejunto, 17 de Agosto de 2006, @FF]

Singularidade.
Sendo uma pluralidade.
Hoje é apenas isto que consigo escrever.

Estou sufocada.
Nem estes 666 metros me bombeiam o ar necessário.

Por instantes.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Títulos de post's anteriores. Sensações presentes.

Se mudo. Falo. Se fico. Fico muda.
Onde está o erro?
Cheguei, andei, parei, voltei a andar e, ...
Silêncios.
Se é pequeno ou grande, é lá comigo.
Os 'ses', os 'sas', os 'sus'...
Alheados desde o começo.
Estado de alma.
Sal.
Vácuo.
Despertador.
E já nem...
Sentimentos.
Acasos e distracções.
Chamada em espera...
Queixas.
Sobrolho franzido.
Banalidades inesperadas.
Expontaneidade.
Meio a Zero.
Há dias assim!
O que nos incomoda?
Rebobinar.
Silêncios.
Redução ao absurdo.
Insana[mente].
Cheiros.
Trocadilhos.
Roupas à meia canela. Coração de canela inteira.
Questão pertinente.
Será?
Hoje apetece-me isso.
E tu estás predisposto a isso?
Até já...

terça-feira, agosto 15, 2006

Colcheia


Compassos.
Pausa.
Mínima.
Pausa.
Semínima.
Pausa.
Semibreve.
Pausa.
Clave de sol.
Sol.

Fá.

Pausa.

E entre tudo isto…

5 linhas paralelas…

Primeira segundas quiça terceiras... visões. Absorções!

Imaginemos uma praia.
Um qualquer areal.
Seja aqui.
Seja ali mais acolá.

Nessa praia uma rocha.
Um qualquer rochedo.
Seja este.
Seja aquele mais acolá.

Nessa rocha um búzio.
Um qualquer burrié.


Agora imaginemos tudo isto.
Mas, ao contrário.

Imaginemos primeiro o búzio.
Depois o rochedo.
E por último o areal.

E porque não imaginamos logo o búzio?
Porquê primeiro o areal?

Parte de um todo?
Ou o todo de uma parte?



E agora imaginemos tudo isto outra vez.
De trás para a frente.
E de frente para trás.

Será que imaginamos as coisas da mesma maneira?

Será que o búzio é do mesmo tamanho?
Será que tem a mesma cor?
Será que se colocarmos o ouvido .... ouvimos?

E ouvimos agora?

Ou será que na primeira descrição nem haveria a hipótese de colocar o ouvido?



E insisto... Porquê primeiro o areal?

segunda-feira, agosto 14, 2006

Trocadilhos

E porque tenho saudades de mim.
E porque ando virada do avesso.
E porque sinto trocadilhos.
E porque hoje precisava de silêncio.
De encontros.
De natureza.
De ar.
Disto.

Hoje andei por aqui.
Aqui:



E os trocadilhos insistem.
E insistem.
Ainda.
Eu gracejo.

sábado, agosto 12, 2006

Pé descalço

[Montejunto, Agosto de 2006]
Uso ténis.
Esteja frio.
Esteja calor.
Esteja vento, chuva, 'carapinha'.

Uso ténis.
Seja estrada.
Seja auto-estrada.
Seja nacional, carreiros, calçada.

Uso ténis.
Seja dia.
Seja noite.
Seja entardecer, anoitecer, amanhecer.

Uso ténis.
Eu uso ténis.

Porquê esta sensação de pé descalço?






sexta-feira, agosto 11, 2006

Olhares devastadores. Miocárdio desgraçado.

Já foram várias as vezes que referi a importância de um olhar.
De um olhar como reflexo de um ser.
De uma pessoa.
De uma visão.
De uma mente emoção.

Até já foram várias as vezes que escrevi o quão este pode ser libertador ou por outra, devastador.

E hoje.
Hoje em particular foram devastadores.
Sejam eles vazios, sejam eles cheios de iniquidade.
Eu não queria.
Eu não queria usar essa palavra.
Sentir isso.
E penso que nunca a escrevi.
Mas, é isso.
Iniquidade.

Eu poderia não olhar.
Eu poderia não sentir.
Eu poderia recorrer à indiferença.
E até a uma certa displicência.
Eu poderia não tanta coisa. E sim outras tantas coisas.
Mas...
Este apego.
Esta inquietude.
Este meu miocárdio.
Não me deixam.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Mais ou menos. Menos ou mais.

[Montejunto, Encosta Este , Agosto 2006,]


Cruzamento de pessoas.
Todos os dias.
Mais ou menos ali.
Mais ou menos aqui.
E por aquém.


'Semi-olhares'.
Entre dentes.
Menos ou mais ali.
Menos ou mais aqui.
E por aquém.


Cruzamento de pessoa.
Aquele dia.
Ali.
Olhares.
Sem semi.

E se aquém poderá dizer longe.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Sal











Não se sabe bem o quê!
Por vezes é isso.
É esse não saber bem o quê.
Ou será o porquê?
Até há quem tire o circunflexo.
E sinta com isso alguma consonância.
Dizem que é harmonia.
Concordância.
Eu não sei.
Mas, eu prefiro que seja desafinação.
Daquelas desafinações que se sentem no entardecer.
De vento 'suão'.
Eu prefiro assim.
É sal.
Sal.

sábado, agosto 05, 2006

Persianas no reflexo

[Fotografia retirada de www.olhares.com]





Olho.
Olho agora para ali.
Ali.
São persianas.
E o vento.
E é vento.
E carrega tudo.
Carrega tudo naquelas persianas.
Neste arrepio.

E vejo o reflexo.
Aquele reflexo.
Mas, não olho.
E também carrega tudo.
Aquele reflexo.

E são linhas oblíquas.
Persianas no reflexo.
Sendo paralelas.


quinta-feira, agosto 03, 2006

Conjecturar conjugações

O que nos leva aqui?
O que nos leva permanecer aqui?
Porque não ali?
Avistamos o 'ali' mas, ficamos por aqui.
Porquê?


O que se passa no nosso cérebro?
Nas nossas razões e emoções?
Que conjugações?


O que nos conduz a olhar este horizonte?
Por ser o único?
Ou por outra, por ser o essencial?


Porquê o conjecturar deste ou daquele olhar?
Desta ou daquela vivência?
Daquela ou desta realidade?
Porquê essa antevisão precoce?
Pelo malabarismo?



Andamos sentido.

Esta última sendo a única afirmação... passou a interrogação pelo modo como deslizou em mim.

Deslizou.
Escorregou.
Patinou.




terça-feira, agosto 01, 2006

Sobrolho franzido




[Montejunto, 27 de Julho de 2006]




Este aconchego.

Não do local físico.

Mas, deste 'lusco fusco'.

Do jogo de escondidas do sol com as nuvens.

Deste pôr de sol que parece um nascer.

Mas, que não deveria ser.

E é este não 'deveria ser' que se revela.

Que se esconde.

Que timidamente ofusca.

Qual sobrolho franzido.