sexta-feira, outubro 30, 2009

Trigonometria



Não fosse a tangente
ser o quociente
entre o comprimento do lado oposto
e o comprimento do lado adjacente,
e eu dir-te-ia
como anda a minha hipotenusa.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Metade de Vida



Existem duas espécies de esperas.
Mas apenas.
E apenas uma.
Espera de espécie.
..
Há quem lhe chame de carácter.

sexta-feira, outubro 23, 2009

{ }


E quando se morre, devagar. Devagarinho.

A Existência.

E se vive.

Depressa. Depressinha.

O Desejo.

Isso é o quê?

terça-feira, outubro 20, 2009

Arreganhada


Dizem que é o prevenido.
De mãos atadas pelo hábito.
Pelos costumes frios, cautelosos, completamente desgraçados de maquilhagens.
Maquilhagens idiotas. Néscias.
Arreganhadas pelo adulterado. Desleal.
‘Velhaquices’. É o que é.
Desmazelo contínuo da sensibilidade.
Afectividade, desleixada propositadamente.
E continua assim, sociedade viril.
Sem minerais, granitos, pedras.
Nem um grânulo de amostra.
São só tábuas. Rasas. Frenéticas de risos fechados.
Mostrem os dentes, PORRA!

domingo, outubro 11, 2009

Por Ali Adentro. A. Valsar.


Gosto das cores.
Dos amarelos. Dos encarnados.
Gosto dos tons.
Do céu. De noite. De dia.
Gosto da magia de um por do sol de Outono.
Daqueles com uma leve brisa, que nem é quente e nem é frio.
E ficasse assim. Encostados a uma árvore.
A sentir toda aquela melodia. Sinfonia.
Todos aqueles pormenores verdadeiramente comoventes.
Gosto de tocar nas árvores. De sentir cada veia.
Cada ramo. Cada gota de orvalho.
E deslizar a minha mão pela Natureza a fora.
E depois. Depois perder os sentidos por ali adentro.
E depois vem a folha. A descer por ali a fora.
E dança ao som do ‘pregão’ do vendedor de castanhas.
Que é rural e urbano.
E tudo ao mesmo tempo.
E aquela árvore no fim da rua.
Com dois ramos abertos.
Como um maestro. Da enorme orquestra.
É saxofone amarelo. É clarinete castanho. É trompete vermelha.
E lá vem ela a dançar. Melodiosamente. A valsar.
E chega ao chão já no Tango.
Suspensa no ar.
Como um espelho de alma. Despida. Nua.
Resgatada. Crua. Por tudo aquilo.
É o Outono a cantar. Elegante. Único. Sublime.
Estranhos pormenores.
Que nos atraem. Que nos premiam. Seduzem. Por ali abaixo.
Por inteiro.
Neste Outono.
Cheira a terra molhada.
Vai sonhando Amor. Que eu também vou.

domingo, outubro 04, 2009

Perfeito Encaixe

E quando acordares. Lembra-te de Van Gogh.
E de certas anomalias.
Como sendo sentidas estranhamente sem banalidades.
E quando adormeceres. Escuta-te por entre os meus dedos.
E lembra-te de Vivaldi. E de todas as Estações.
Porque a Lua pode ser Arte. Uma Pedra o Mundo.
E certos sentires, passos de dança, por entre pedaços de madeira.