segunda-feira, agosto 29, 2011

Eslavos

Afinar o miocárdio.
Ladeiras. Daquelas que tanto dá subir, como descer. A embalagem por ali acima, por ali a baixo é a mesma. São ladeiras. Como lareiras. Quentes. De ramos secos. E às vezes verdes, demora mais. A queima, o estalar. O ruído. Daquele... afinamento da alma.
Às vezes apetece-me pegar numa corda e afogar a alma. Sim, porra. Afogar a alma numa corda. E enforcar a aorta no oceano. Porque uma coisa é uma coisa quando de dia, e outra coisa é bem diferente quando de madrugada.
As mãos. As mãos ditam tudo. Como chaves na ranhura que se diz fechadura. São assim, as mãos. Linhas, palmas, pele... tau. O encaixe. São afogamentos e enforcamentos pelas veias acima do pescoço.
Começa naqueles ossos 'semi-agudos' dos ombros. Aqueles de vincos decisivos. Veementemente corruídos pelos 'restos'. Como se fossem restos de nada, que de ter tudo... pega na gargante e vomita.
Sabem O Irene? É parecido. Mas ao contrário.
Se eu soubesse ao certo a idade da minha loucura. Ou os metros quadrados da minha insanidade. Mas não tenho a alma compacta. Inutilizada pelas horas. Minutos de trazer por casa.
Porque casa nunca tive. E é na rua que respiro.
Enlouqueci... não me lembro muito bem onde. Mas.. Enlouqueci.
Alerta. Alerta que ela é doida. De nortadas intensas. De semanas graves. Luas cheias, que de tão novas se fazem velhas.
Rápido. Que de nervos se fazem destinos, e o destino é de regime. Esquerda. Direita. Pouco me importa. Sou terrorista de mim mesma. Ligo e desligo a máquina, tic tac tic e a aorta em coma. Na cama esticada. Esperneia à vontade, alma vil.
Livro-me. Porque às vezes sou judia. Dos outros. Passos hebraicos.
E muçulmana de mim mesma.
Entretanto agarrei o cascalho. Ficou breve o concerto, tilintar dos tais ossos do pescoço.
As retinas não são poses.
Não são, não senhora. São mestrinas daquilo que não é confuso.
Xiu. Calem-se. Porra.
Quero silêncio.