quinta-feira, março 29, 2007

Idiota pessoa esta


Não vale a pena…
Ando aqui ás voltas com o cérebro… numa tentativa falhada de colocar o que sinto em poesia ou prosa, ou sei lá que raio chamam a estes meus devaneios.
Não vale a pena…
Se o que eu sinto é tão simples como isto:
Sinto-me uma idiota.
Uma perfeita idiota!
Idiota porque quebrei o muro que tenho vai já para três décadas.
Idiota porque peguei fogo à minha bandeira.
Idiota porque lembrei-me de mim.
Idiota porque esqueci a racionalidade.
Idiota por não ter receado.
Idiota por não ter parado.
Idiota por sentir que afinal de contas…

Tudo se resume a isso..
Á minha idiotice!
Por num momento, ter sequer sentido, que afinal eu até valia a pena….
… que idiotice a minha..

Sinceramente?
Eu não queria ter escrito nada disto… mas, há dias que tu procuras, e pedes um olhar, uma atenção, um gesto, um momento.. um qualquer coisa… não têm tempo… a vida corre depressa demais para este tipo de merdas dizem eles.. ...sendo assim, gramam vocês com o desabafo.

Sinceramente?
Mais que uma estranha pessoa… sou mesmo é: Idiota!
Idiota Avulso.

Isto até podia ter sido raiva mas, não!
É mesmo tristeza.
Não vou pedir desculpa pela rudeza destas linhas, nem tão pouco pela agressividade com que as escrevi e muito menos pedirei desculpas por estas palavras estarem assim completamente nuas de metáforas.
Farta de desculpas ando eu.

terça-feira, março 27, 2007

Boletim meteorológico


Permite-me a ousadia de te dizer que já não sou cúmplice do teu medo
Permite-me discordar quando te digo que me és indiferente
Permitiste-te a tudo
E eu
Eu não me permiti a nada
A Nada
Permite-me levantar o véu
Permite-me isso
Hoje
E se quiseres também amanhã
Eu permito-me a isso
Sem qualquer tipo de vergonha
Prefiro assim, à covardia
O meu tempo não me dá prazo para isso
Para covardias
Permite-me dizer que já dei por mim.
E sem pudor digo-te
Ó emoção.
Respira-me,
para eu poder-te dizer que afinal…
Dei por ti!

Sem qualquer tipo de permissão digo,
que tal como os impulsos, as minhas emoções não têm qualquer tipo de arte, são CRUAS e NUAS!
E tal como diz o sonoro... Bid my blood to run

segunda-feira, março 26, 2007

Caso estejam num local público, avisem a população que vão gritar, estas linhas meus amigos são para ser(em) lidas e sentidas aos berros! Gracias!



Caí no erro de querer grades.
Jaula.
De querer um qualquer querer.
Como pode ser isso…
Se o que eu quero é não querer?
Se o que eu quero são todas as vontades não especificadas.
Mas, profundamente sentidas.

Caí no erro de querer grades.
Jaula.
De abafarem-me as garras.
De calarem-me o grunhido.
Como borracha.
Grande borracha para apagar o anormal.

Caí no erro de querer grades.
Jaula.
De achar que era pedra.
Sem lima.
Nem isso, nem a outra coisa que parecia.
Parecia tudo e no fim não foi nada.
Nem doce, nem acido.
Tal vinho amargo.

Caí no erro de querer grades.
Jaula.
Já nem ouvia o fado da selva.
Da minha selva.
E que fado esse sem guitarras.
Sem xailes bordados.
É só fado cantado de garganta.
Cantado de garganta e sentido do esófago.
Com raiva.

Não é de lá que canto.
Nem daqui que escrevo.
Isto hoje é para mim.
Esta selva hoje é minha.
E desta minha selva, apenas vos digo que…

(isto agora é mesmo em altos decibéis)


É esta fome de saborear o ‘não domado’,

que faz de mim ainda nativa.

-

-

-

.

Ahhhhhhh caraças, soube mesmo bem gritar contigo!

sexta-feira, março 23, 2007

quarta-feira, março 21, 2007

Rastilho: PRECISA-SE


Não me macem com as vossas lástimas de vão de escada.
Sabem, vocês sabem…
Aquelas lamentações que de tão ensolaradas nem rastilho têm…
Não me levem a mal.
Ou se quiserem até levem.
Sinceramente?
Não vou dizer que me é indiferente.
Mas, tomem lá atenção sff
Que não pensem que esta minha interlocução é banal sem qualquer tipo de consciência.
É exactamente o contrário.
É de consciência que se trata.
E não pensem que não pesa.
Porque pesa!
E senão pesasse tanto, acreditem que nem este diálogo teria com vocês.
E é porque vos respeito.
E é porque vos estimo, que vos digo:
Comprem
Aluguem
De preferência façam um qualquer rastilho.
E dêem lume!
Muito fogo aos vossos movimentos.
E uma vez mais vos digo,
Não me levem a mal… mas,
Gosto de vocês o suficiente para vos dizer que…
É preciso, senão urgente um qualquer lume para movimentar o vosso desejo de…
De….?
Hmmmmmmmm
Estou curiosa..
De quê?
Digam-me lá…


Definitivamente
Peço-vos:
Baralhem-me o raciocínio se faz favor.

segunda-feira, março 12, 2007

Assumo: Sou uma Narcótica.

Assumo isto Hoje, porque simplesmente não sei se o poderei assumir amanhã!
Tanto que se deixa por assumir…
O amanhã não é certo.
Assumo irreversivelmente o tanto que nunca disse,
e o tudo que sempre pensei!
Mais que isso, assumo a epiderme!
Assumo aquele arrepio da espinha,
Aqueles poros envergonhados.
Isto não é nenhuma conjectura,
É apenas um qualquer acto irracional.
Vicio-me neste bicho de sentir
Arrumo de vez com o preconceito
Forro o juízo
Esse tino que me arma
Desarmo por completo o definido
Estou enleada em transparência
Completamente envolvida
Tudo porque quero
Porque definitivamente pretendo
A eloquência
Daquelas bem expressivas
E a cair de Loucura
Porque irreversivelmente assumi
Assumo
ASSUMO

Drogo-me de Insanidade, com muitas gramas de Emoção…
Ahhh que Prazer dos Diabos é esta ressaca da Diferença!
Este orgasmo de Demência!


Já não me importo…
Assumo a Invisibilidade!
A MINHA Invisibilidade.
E Tu?
O que Assumes?
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Aqui a Je vai desassossegar a estranheza para outras bandas.
Abanar a Anca ao som de outras Alienações ;)
Volto daqui 864000 segundos, mais coisa menos coisa.

Entretanto sintam o Tango do andar debaixo.
Nem todas as escadas que dão para a sala de dança, têm corrimão.
Nem todas as intensidades são visíveis.
Nenhuma madrugada tem repetição.
… a emoção não anda distraída.
E vocês?
Andam?
Tu?
Andas?
-
-
-
Qual é o teu fornecedor?

sexta-feira, março 09, 2007

Deixa-me contar-te como poderia ter sido o nosso Tango

Quem passava por ali não fazia ideia do que estava a acontecer.
Do que acontecia ali, noite após noite.
Rolava a intensidade nessas madrugadas,
não sei porque ninguém deu por isso… o facto é que ninguém deu por isso…
Ninguém deu por essa intensidade.
Por esse desejo ofegante.
As escadas eram de madeira, com degraus pequenos e sem qualquer corrimão.
Ele subiu apressadamente, já ouvia os primeiros acordes da melodia… tinha medo que ela já não estivesse ali, ou que tivesse arranjado outro par.
Entrou no salão ansioso.
Era uma sala de dança, daquelas típicas da década de 80, média luz, um balcão de ferro, grandes janelas para o exterior, no fundo alguns sofás…
Talvez porque a noite era de Inverno, talvez porque estava quarto crescente, talvez porque os dias já cansam de serem iguais a tantos outros…

....talvez por isso o salão estivesse cheio.
Mulheres de decotes enlaçados, saltos esguios, cabelos pintados, olhares disfarçados…
E já não lembrou porque foi ali.
Esqueceu-se que a música podia acabar.
Distraiu-se portanto!
Distraiu-se com o decote da Maria, admirou os saltos da Anabela, passou com as mãos pelo cabelo da Joana, piscou o olho à Vânia…
Com o cair da madrugada todas elas foram embora…
Já a música ia nas últimas notas, quando finalmente lembrou que alguém o esperava.
Foi até ao bar, pediu um martini.. observou a sala vazia.
Suspirou.
A dança tinha sido efémera.
A música oca.
Queria outra dança!
A dança.
Mas, tal como a música precisa de ouvintes.
O toque precisa de desejo.
Desejou.
Não tocou.
A música parou.
No sofá um bilhete:
Existem sons que encontras todos os dias, melodias que espreitam a cada canto como se de um hino se tratassem, e depois existem aquelas canções que ninguém as ouve, que nem sabe que existem, pensam que quando as querem ouvir que basta ligar a rádio.
Mas, essas canções existem, e por mais estranho que possa parecer… cansam-se de esperar que o ouvido se aprume.


Deixa-me contar-te como poderia ter sido a nossa dança.
O nosso tango.
O TANGO!
Sem decotes, sem pinturas, sem saltos, com sinceridade.
Pé aqui.
Pé ali.
Puxa. Arrasta a mão contra a cintura.
Esguelha os sentires.

Empatia de olhares.
Desenvolve a melodia.
Piano.
Toque no pescoço. Perfume silencioso.

Seduz o aroma.

Desliza o dedo.
Suor no pulso.
Mordida na orelha.
Avança com o toque que está no Refrão.
Enrola a perna, pé quente.
Lábios desvendados.
Silhueta permitida.
Aconchego perturbador.
Até podia contar-te o resto do Refrão.
Mas, estavas distraído com as Estrofes!

Esqueceste de Vibrar.
A dança precisa de suor.

De roçar no osso.
Até ao Tutano!
-

-

-
-
Escusas de lembrar qual a frequência desta rádio.
Da minha rádio.
É que eu… dei por ti.



quarta-feira, março 07, 2007

Isto não é um Testamento

Não vou estar com rodeios
Com artimanhas linguísticas
Com processos que se dizem oficiosos
Vou directa ao assunto

Hoje aniquilava-me
Sem qualquer tipo de piedade
Aniquilava-me
Assim, num só gesto
Sem dó
Nem sequer me permitiria a clemências
Isto não é um testamento
Mas, bem que o poderia ser
Sinceramente?
Hoje
Hoje aniquilei-me
-
-
-
-
E só agora dei por isso.
Pena tu não teres dado!
FUCK YOU TOO

Sentir ao som de Still Don't Give A Fuck By Eminem

segunda-feira, março 05, 2007

... antes de entrar no palco! Desnuda II


Aqui para nós, se um dia te disser isto:
Guardaste um ‘Apenas’ como se de tudo se tratasse.
Pensaste que afinal nada mais te poderia oferecer.
E tiveste razão.
Nada te posso oferecer.
Apenas partilhar o que de mais meu tenho.
Agora.. agora já nem isso saberás o que é!
Ficaste pelo ‘Apenas’.
E nem sentiste que bastava Apenas um minuto para num minuto tudo bastasse.
Não fiques admirado.
Porque deverias ficar, sim.
Mas, era AGORA!
Admira-te à vontade.
Mas, que essa admiração seja de atracção.
Olha, e não leves mal…
Mas, ando cansada de nunca me chegar o Apenas.
Preciso de um qualquer toque.
DESVENDO-ME!
Mas, isto….
Isto é só aqui para nós!

Emissor: O Agora
Receptor: A Passividade
Interlocutor: A Vontade

quinta-feira, março 01, 2007

Desnuda

Ouvir ao som de You Can Leave Your Hat OnBy Joe Cocker Era usual ela aparecer atrasada.
Mas, hoje apareceu mais atrasada que o costume.
Era cerca de onze horas e um quarto, a noite estava névoa, com uma temperatura nada amena, mesmo fria.. direi!
Daquele frio que rompe a garganta sem avisar, e nem todos os cachecóis fazem a sua ausência parecer afável.
E lá vinha ela apressada, com um casaco cor de marfim, olhava o relógio minuto após minuto, parecia querer encontrar algo… parecia querer algo sem aviso prévio.
E queria mesmo!
Virou na primeira ruela à esquerda, era uma travessa esguia de calçada torta, meio desengonçada…
E ela descia apressadamente e vasculhava os bolsos à procura de lume.
E cada vez que procurava e não encontrava, dava um suspiro, e esse suspiro ecoava naquela calçada como se de um terramoto se tratasse.
Finalmente chegou.
Era uma porta verde, de eucalipto com uma janela de grades, bateu três vezes… à quarta vez abriram a janela.
Ela gritou quem era, e só depois de alguma insistência rodaram a fechadura.
Imaginem um ranger de um dragão, era assim esse som… Essa sonância dessa fechadura.
Ela entrou.
Despiu o casaco cor de marfim, deixou que o seu tom de pele ofuscasse toda a plateia.
Deixou que os seus lábios erguem-se um qualquer desejo.
O desejo.
Subiu o palco.
Era um palco grande, sem degraus para o público, com luz directa para o anfiteatro.
Não recordem as galerias, não é disso que se trata.
Tudo se trata do varão.
E ela despiu-se
Assim sem preconceitos.
Sem qualquer tipo de pudor.
Despiu-se.
Demorou alguns minutos…
Foi ao som deste timbre que agora ouvem que tudo aconteceu.
Primeiro isto.
Depois aquilo.
E despiu-se.
E ficou assim.
Apenas assim.
Despida de tudo.
E vestida de nada.
O suor escorria-lhe pela face.
O queixo tremia e os ombros estavam tensos.
As sobrancelhas desvairaram em agonia, não tanto como a retina.
Essa ficou imóvel.
Ela ficara assim com ela própria.
Sem mentiras, sem renuncias, sem deixas.
E porque sem deixas ficara, sem deixas ficou.
O seu corpo parecia uma qualquer árvore, os braços abriram-se …
Os ramos abanaram ao som daquela, dessa música!
As raízes saíram do solo, o tambor estremeceu e ela, e apenas ela sentiu que o varão saiu daquele palco.
E a plateia ergueu as mãos, e foi um aplaudir de todos os lados, vindo de todas as direcções.
E ela com aquele olhar tímido, com as mãos a taparem o peito, abanou levemente a anca em direcção do queixo e apenas murmurou:
Deixem-me empolgar os sentidos, não me baralhem o desejo, nunca me desviem daquele olhar.
Um, dois, três…. Abanou novamente a anca.
Entreabriu as pernas.
E eles sem colapso, desviaram o olhar.
Ela importou-se?
Não!
Porque o palco estava lá!
E sem qualquer tipo de lástima, gritou novamente:
Deixem-me empolgar os sentidos, não me baralhem o desejo, nunca me desviem daquele olhar.

Palco:
A vida.

Ela:
Tu.

Varão:
Os teus sentires.

Roupa:
Os teus preconceitos.

Degraus:
Os teus medos.

Público:
Os teus receios.

Som:
As tuas veias!


Despe.
Respira.
Vibra.
Sente que afinal…
Vale a pena.


Abana a Anca!
O palco apenas quer ser surpreendido.
Com o quê?
Digam-me vocês!



Eu digo:
Sensualidade ‘intimidante’!