sexta-feira, dezembro 28, 2007

Para vocês, um piscar de olho! Meu! Aquele!

Hoje dia 28 de Dezembro de 2007.
Dia nostálgico. Ficamos sempre assim nas vésperas de aniversário não é?
Não sei se é nostalgia...
Mas, fazemos sempre como que uma retrospectiva.
Parece que todos os dias passam pela nossa cabeça.
E essencialmente... pelo nosso coração.
As pessoas que conhecemos.
As pessoas que perdemos.
Os sorrisos que demos.
Os que ficaram por dar.
As lágrimas sentidas.
E as sofridas também.
Dói sempre pensar nos ‘ses’.
E ainda dói mais, sentir os ‘mas’.
Não sei se estou velha.
Sinceramente?
Sinto-me cada vez mais nova.
Sei que tenho rugas.
E alguns cabelos brancos também.
Mas, sinto-me a cada dia renascer.
A guardar cada pôr do sol.
Cada orvalho.
Cada onda salgada.
A sentir tudo como se fosse a primeira vez.
Isto de estar quase a chegar aos trinta, pode ser tenebroso.
Mas, eu cá acho, que é estranhamente saboroso.
De um sal quanto baste.
E de pimenta ao exagero!
No outro dia perguntaram-me a idade.
Ao que eu respondi:
Estou na idade do orgasmo!
Naquela idade dos gestos (d) equilibrados.
Mas, com muito desassossego à mistura.
Naqueles tempos sem ponteiros.
Em que uma boa gargalhada vale um punhado de tudo.
Em que todos os segundos contam.
Naquela idade em que as escolhas valem um respirar.
Aquele respirar.
Sinceramente?
Acho que nunca respirei tão bem!
E agora vou bazar para o Baleal (sim. porque as cotas também podem dizer bazar) dar aquele mergulho de madrugada, no último dia dos vinte e sete.
Até para o ano minha gente.
Que sintam tudo. Que sorriem ainda mais o tudo.
Vivam sempre. E vivam bem.
Abraço enorme e apertado aqui da estranha para vocês.
P.S.: Um beijo em cada uma das vossas bochechas, dado de pernas para o AR, com um leve piscar de olhos.
Gosto de vocês, porra!
P.S.2: Naquela idade em que olhar nas retinas já custa um bocadinho menos! Naquela idade em que simplesmente já não há pachorra para o banal... porque o que a malta quer verdadeiramente, é Sal!

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Intermitente

Ontem não choveu.
Pelo menos de madrugada, não choveu.
A estrada tinha poças.
A condução meia tresloucada.
Mas, não chovia.
Os semáforos do costume estão avariados.
Não parei.
Quase a chegar a casa recebo um telefonema.
Do outro lado uma voz triste.
E a estrada cheia de poças.
Falou comigo calmamente.
Pausadamente.
Com aquele tom sempre lúgubre.
Falou.
E eu chovi.
Chovi. Chovi. Chovi.
E do outro lado aquela voz.
Aquele timbre sossegado mas, a soluçar por dentro.
Disse o que eu não queria ouvir.
Assim. A milhares de quilómetros de distância.
Existem madrugadas cujos semáforos deveriam funcionar.
Nem que fosse o intermitente!

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Transparente


É uma frase feita mas, inevitavelmente é disso que se trata.
Todas as pessoas que passam na nossa vida, não passam sem sentido.
E quando falo todas. É todas.
Todas as pessoas que cruzam connosco, dia após dia levam um pouco de nós.
E nós, ficamos com um bocadinho delas.
Seja um gesto.
Um olhar.
Uma palavra.
Um silêncio.
Mas, fica sempre qualquer coisa.
Um qualquer coisa que mais cedo ou mais tarde, fará um sentido.
Aquele sentido.
Por vezes [e na maior parte das vezes] privamos com pessoas diaramente que não nos conhecem, horas após horas... e não nos conhecem.
E julgam conhecer, e tiram conclusões.
Que depois de espremidas, não são mais que puras aberrações.
Desconexas. Sem fundamento.
Pessoas a quem devemos respeito. Carinho. Amor. Mas, não nos conhecem.
E as células do nosso coração desgastam-se. Acabam.
Mas, depois existem as outras pessoas.
Aquelas.
Que passam na nossa vida e já nem nos lembramos porquê.
E nem vale a pena questionar.
Porque o que vale a pena, não pode ser questionado.
Não sou nada. Mas, uma das coisas que aprendi no meu nada, foi isso mesmo:
Não questionar certos sentidos.
Porque certos sentidos valem por si só.
E basta.
E valem o que valem.
Estou agora a escrever este texto, e eis que recebo a seguinte mensagem via sms:
“Nada na vida tem tempo definifo... ou é, ou não é! E o comboio só passa uma vez... Pode até passar uma segunda vez mas, as carruagens já são outras. Medo? De quê? Viver.. Usufruir... Sentir?? Vida?? Só tenho esta, e é para viver, para partilhar tudo mas, tudo de forma intensa e verdadeira!”

É.
Certos sentidos valem o que valem.
E valem por si só!

Gosto de muitas pessoas.
Mas, sei que apenas algumas conseguem sentir esse meu gostar.
Este meu estranho modo de sentir.
De viver.
Para essas pessoas o meu muito obrigado.
Meus senhores, é um previlégio fazer parte do vosso metro quadrado.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Foz [a da Figueira]


Já era tarde.
Não era por ser noite.
A correr para a madrugada.
Mas, foi tarde.
Fui tudo tarde. Muito devagavar.
Muito pensado. Muito equilibrado.
Essas coisas querem-se cedo.
De tangentes.
De curvas. Contracurvas.
Saltos. Infernos.
Para chegar lá acima.
De becos. Ruas. De esquina.
Essas coisas querem-se inesperadas.
O que aconteceu, é que foi tarde.
Não penses que era por ser noite a correr para a madrugada.
Mas, é que foi mesmo tarde.
Por outro lado, no outro dia não era cedo nem tarde.
Foi na hora de almoço.
A puxar para a sobremesa.
Em Setúbal.
E até o barco deu meia volta.
Mas, sem dúvida alguma que foi na Figueira que se deu a volta inteira.
Está na hora!
Vens?

terça-feira, dezembro 18, 2007

E MAI NADA!


Estimados clientes.
Estamos fechados.
É o mote.
Estou de férias para pessoas hipócritas.
Estou de férias para seres humanos cínicos.
Estou de férias para mamíferos mal passados.
Porque as pessoas querem-se passadas.
E transparentes.
De que vale premeditar os gestos?
De que vale premeditar os sentimentos?
Meus amores, a vida é curta demais para essas merdas.
Efectivamente, as pessoas querem-se passadas.
Porque para um bife mal passado, vou ao restaurante da esquina.
Porque para gestos mecanizados, vou à oficina da vila.
Porque para sentimentos mal trapilhas, vou ao alfaiate do dito cujo.
Que nem dito cujo é, porque nem sequer houve abandono.
Abandono da banalidade.
Sinceramente?
Gostava mesmo que houvesse um certo abandono da banalidade.
Rectifíco.
Gostava mesmo que houvesse um total abandono da banalidade.
Cada vez mais procuram pessoas banais...
E eu sorrio.
E vejo.
E observo.
E penso tudo. E sinto ainda o mais tudo.
E vomito todos esses credos completamente insignificantes.
Porque são apenas isso, insignificantes.
Banais.
Na semana passada ouvi falar muito numa lei, abolir os partidos políticos com menos de 5000 militantes.
Creio que o meu partido esteja pela hora da morte.
E sinceramente?
Estou-me a cagar!
O banal que se foda!

Tirando essa gente toda:
Estimados cliente.
Estamos abertos!
Arigatô. Gracias. Volte sempre.
Qualquer tipo de reclamação ó fáxavor de se dirigir a uma qualquer pessoa atinada mais próxima.

domingo, dezembro 09, 2007

Meia Alma. Cavalita e Meia!


Ando com meia alma ás cavalitas.
A outra metade sei bem onde a deixei.
Mas, receio que já lá não esteja.
Guardaste-a?
Não, a Alma!
Mas, as cavalitas!

segunda-feira, dezembro 03, 2007

24 horas


Portimão.
Meio dia.
Sms.
Vem ter comigo.
Faro.
22h30.
Sms.
Já cá estou.
Sevilha.
01h00.
Ao ouvido.
Um gosto de ti.
Foi num banco de jardim.
..
08h30.
Na parede da igreja.
Chamaste-me de maluca.
E eu não me importei.
Punta Umbria.
17h00.
Dunas.
Areia molhada.
Aquele aperto.
E que aperto!
Lisboa.
Meia noite.
Adeus.

Foi em Setembro.
Há realmente verões fabulosos. Não há?

terça-feira, novembro 27, 2007

Quando é que 'me' espreitas?
Ó vida !
....
- É que ando com a neura.
Tenho a modos que a... aorta amuada. -

sábado, novembro 24, 2007

Calçada da Ajuda 1998

Foi em fins de Outubro.
Vai quase para uma década.
Sim, vai para dez anos. Agora que penso nisso a sério. São dez anos.
Dez Outonos. Dez Primaveras. Uns quantos Verões. E sem dúvida alguma, dez Invernos.
Dez Invernos.
Lembro bem dos Invernos.
Eu gostava dos invernos nessa rua.
A calçada molhada.
A praça de rua.
O grito dos ciganos: Ó freguesa são só quinhentos marréis.
O resto de legumes no chão.
O frenesim matinal.
Os fins de tarde na tasca do senhor Chico.
Lembro bem dos tremoços.
Eram salgados.
Como a vida.
E a casa de ferragens do outro lado.
Deste lado era o terceiro andar.
A varanda era de ferro.
Ferro caído. Como o chão que tantas vezes pisamos.
Lembro bem do teu olhar.
Era claro. Grande.
As pestanas grossas.
É. Sem dúvida alguma que lembro bem desses Invernos.
No outro dia passei lá.
Nessa Rua.
A casa de ferragens já não existe.
Deve ter fechado com a tua morte.
Já passei lá tantas vezes e nunca olhava para esse lado da rua.
No outro dia parei.
Olhei.
E a casa de ferragens já não existe.
Lembro bem dela.
Do teu olhar atrás do balcão.
De me dizeres, solta o cabelo.
Tenho saudades tuas.
Vai para oito invernos que partiste.
Oito invernos.
Mas, os dois que sobraram ficam aqui.
Bem aqui.
Lembro bem dos Invernos.
Eu gostava dos invernos nessa rua.
A calçada molhada.
A praça de rua.
O nosso trampolim na paragem do eléctrico.
Os tremoços?
Os tremoços continuam salgados.
Como a vida!
O cabelo?
Nunca mais o prendi!


domingo, novembro 18, 2007

Carta Aberta

São muitas as pessoas que pensam e sentem que a tarefa do professor é fácil, e até mesmo superficial. Existe quem pense que basta ter uns bons apontamentos, abrir a sala de aula e falar sobre os ditos apontamentos.

Ser professor é muito mais que isso, antes de tudo é ser-se pessoa, e tudo o que isso implica. É ser-se educador e educando, é ser-se veículo de conhecimentos, é ser-se por vezes pai e mãe, psicólogo e sociólogo....
Implica gerir o seu tempo, o tempo dos discentes, estar em coerência com as transformações da sociedade, com as motivações do aluno, implica ser-se disciplina e transmitir essa mesma disciplina de uma forma coerente e saudável.
Ser professor é muito mais que uma profissão.
A disciplina de matemática exige flexibilidade e criatividade, implica olhar directamente para a motivação dos alunos, e saber contorná-la quando esta está ausente.
Por vezes equipara-se o pensamento matemático ao vazio, e a conceitos teóricos que ‘não servem para nada’.... enfim... á abstracção do próprio nada. Esta visão tem necessariamente que mudar.
A ‘arte’ de ensinar matemática está directamente ligada a este pensamento, e execução desta arte é cada vez mais difícil por isso mesmo... pela ausência total de motivação dos discentes, e por vezes... dos próprios docentes, pois quem corre por gosto não cansa... mas, fica cada vez mais frágil á negação inerente dos alunos.

Um dia Emile Lemarne sussurrou que “Uma verdade matemática não é simples nem complicada por sim mesma. È uma verdade.”..... Verdade esta que mais que pensada e compreendida, tem que ser sentida, para melhor transmitir-mos essa mesma verdade. Como diria Einstein no seu livro– Como vejo o mundo “ O ensino deve ser de modo a fazer sentir aos alunos que a quilo que se lhes ensina é uma dádiva e não uma amarga obrigação.”
O meu sentimento e pensamento é esse mesmo, conseguir transmitir que a matemática é uma dádiva, e não uma amarga obrigação.
E antes de toda essa 'matemática'... sentir o que realmente interessa: que todos somos humanos, que todos devemos um terno e eterno respeito, ao que nos rodeia.

E neste espírito, que se baseia o amor que tenho pelo ensino, tentar fazer o meu melhor. Pois sei e sinto verdadeiramente, que nós podemos mudar o rumo à realidade contemporânea enquanto seres humanos que somos.
Basta acreditar na inovação, nos professores, nos alunos e no ensino enquanto veículo de crescimento pessoal, intelectual e humano.


Hoje colocaram em causa o amor e o respeito que tenho por todos os meus alunos.
Porque é isso mesmo, amor!
Hoje chorei.
E hoje decidi assumir aqui , o que eu sou.
E o que eu sou, é isto: Sou uma pessoa.

domingo, novembro 11, 2007

Cholé



Corredor.
Nove e pouco da manhã.
Pergunto: Faz hoje um mês que te conheci, e nunca vi o teu sorriso.
Resposta: A vida não me dá tempo para isso.
Respondo: E dá-te tempo para quê?
Resposta: Para nada.
Respondo: Mata-te, não estás cá a fazer nada!
..
Nunca mais o vi.
...........

.........
No fundo a vida são como as meias.
Um todo por metade.
E calçam-nos o caminho!
Não há tempo para nada, dizem alguns!
O que se tem, há que ser por inteiro, digo eu!
Caso contrário, não vale a pena.
E há que sê-lo de todas as cores.
Maneiras.
E feitios.
Sorrisos?
Há sempre tempo para isso..
Rancor???
Nunca mais o vi.
O corredor tinha duas portas.
Aliás, tem uma janela.
E essa, aiiii essa vejo-a todos os dias.
Faz hoje um mês que te conheci, e ontem vi o teu último sorriso!

São agora cinco da manhã.
E sinceramente?
Não tenho saudades tuas.
É que, aqui só para nós....
Já calcei as minhas meias!
... e calcei-as por inteiro!

Ide em paz, e que o cholé te acompanhe!
Amén!

domingo, novembro 04, 2007

Tens Lume?

Estava escuro.
Ela pediu para acender a luz.
Ele não quis.
Ela insistiu.
E voltou a insistir.
Ele voltou a não querer.
Estava escuro.
Tocaram-se.
Cada toque, cada respiração.
Inspira. Expira.
Respiração.
Ofegante.
Daquelas que se ouvem uma vez.
E sentem tudo...nessa mesma vez.
Respiração.
Inspira. Expira.
A unha passou pelas costas dele.
Percorreu toda a espinha dorsal.
Toque.
Passou pelos ombros.
Toque.
Parou na coxa.
Toque.
Arrepiou a silhueta.
Toque.
Esticou o pescoço.
Toque.
Gemido.
Toque.
De novo o gemido.
Toque.
Inspirou tudo.
Toque.
Arrepio.
Estava escuro.
Na testa o suor.
No toque o desejo.
Inspira.
Expira.
E a unha continuava.
Aqui.
Ali.
Acolá.
De novo o arrepio.
Daqueles arrepios que se querem sempre.
Sim. Daqueles.
Sim. Exacto.
Desses mesmo!
Inspira.
Expira.
Foi num estacionamento.
Estava lua cheia.
Como hoje.
Era praia.
Era desejo.
E tu não acendeste a luz!
Sim !!
Foi num estacionamento.
Eu sei que não estava deserto.
Mas, tu podias muito bem ter acendido a porra da luz!


sexta-feira, novembro 02, 2007

Tradições - Cardápio de Dissabores


Todos os dias, a todas as horas deparamo-nos com situações estúpidas.
Incrivelmente estúpidas.
E mais que estúpidas. Más.
Pessoas más, portanto!
O mundo está cheio delas.
A nossa terra está cheia delas.
Pessoas que por uma razão ou por outra, sentem-se donas do mundo.
No sentido lato da palavra.
Donas da verdade. Donas do sentir. Donas do pensar.
Para essas pessoas só tenho uma coisa a dizer:
Ide para a puta que vos pariu.

Chegasse a uma certa idade que simplesmente já não há paciência.
E mais que paciência, já não há alma para essa gente.
A vida é curta demais.
As nossas energias têm que ser gastas, sim senhor!
Mas, gastas com quem merece.
A humildade é uma coisa muito bonita.
É pena que haja tanta falta dela.
Dela, e de sorrisos abertos!
Pessoas que por terem um canudo, meia dúzia de trocos, e uma cara laroca, pensam que podem simplesmente humilhar os outros.
Pessoas que por terem certas influências sociais e uma certa percentagem de retórica, que podem simplesmente não ouvir os restantes humanos.
Não há paciência, não há coração, não há tempo.
Não há tempo para isso.
A vida é curta demais.
Meus senhores, não tenho paciência.
Gosto de sorrisos abertos.
Sou uma tesa do pior.
A nivel cultural sou uma analfabeta.
Mas, sinceramente?
É que não tenho mesmo paciência nenhuma para determinado tipo de gente.
Puta que os pariu.
...
No meio disto tudo, o que tenho mesmo pena, é de sentir pena desta gente.
E logo eu... que não gosto nada de penas!

sábado, outubro 27, 2007

Classificados: Procura-se peixe, com barbatanas !


Foi antes de almoço.
A Sala estava a meia luz.
O sofá era de napa velho.
Castanho claro.
Era meio dia e picos.
Perguntaram o meu signo.
Respondi: Capricórnio.
Responderam: Como pode ser isso, se tens olhar de Mar?
Ao que respondi: Sai amanhã. Anúncio. Procura-se: Peixe !
Era meio dia.
E agora, já foi um dia inteiro.
Sabes nadar?

segunda-feira, outubro 22, 2007

Não te esqueças de lhe dar o meu recado!


Existem pessoas que passam pela nossa vida que nos dão conta do recado.
Daquele recado que cada um de nós temos como nossos.
Como verdadeiramente Nosso.
Todos temos o nosso recado.
Por vezes sabemos exactamente qual é.
Outras vezes é necessário certas pessoas nos relembrarem.
Não é lembrar.. porque o lembrar está lá.
Aqui.
É mais... relembrar.
Definitivamente existem pessoas que nos dão conta do recado.
Que nos baralham o sistema.
Mas, são essas mesmas pessoas que fazem falta.
Eu gosto quando me baralham o sistema.
Sabem quando nos dizem assim: “ Já estás a entrar no sistema.”
Eu não gosto quando me dizem isso.
Porque quem o diz... é quem não ‘me’ baralha... esse mesmo sistema.

Sim, existem pessoas que nos dão conta do recado.
E outras tantas que são o nosso recado!

sábado, outubro 20, 2007

Ainda não está na hora do meu funeral.


Hoje disseram-me a seguinte frase:
“ Incomodas as pessoas, elas vão por ali, e tu vais em contra-mão, não achas que já é altura de ir de acordo com o trânsito? “
...
Ora, isto dito ás oito e pouco da manhã, e com aquele tom de voz, enervou-me!
Não pelo que foi dito.
Mas, é que gosto de começar o dia de pernas para o AR.
E o que esta pessoa estava a sugerir, é que começasse todos os meus dias,
com os pés no chão.
..
Tudo bem, no trabalho temos que ser racionais, profissionais, coerentes...
minimamente equilibrados com a sociedade vigente.
E tudo isso pode muito bem ser regado com uma boa dose de loucura,
basta saber utilizá-la na medida certa.
Se é que o certo existe.
[partindo do princípio, que a tal sociedade vigente também existe]
Mas, fora disso?
Fora disso é o absurdo. E tudo o que isso implica.
Pufff
De acordo com o trânsito, disse ele.
...
Eu não tenho um automóvel de mudanças automáticas.
A minha caixa de velocidades corre.
Parar é entre quatro madeiras.
E o estacionamento é proibido.
...
Pouco me interessa que pensam que nada valho.
Quero lá saber.
Eu sei que pouco ou nada ganho com este modo estranho de ser.
Mas, também sei que ser de outro modo é ser uma qualquer coisa que não me interessa.
Não me interessa ir na corrente.
Eu gosto de ondas.
Mas, daquelas salteadas.
Únicas.
Daquelas verdadeiramente salgadas.
Absurdas. Loucas. Irreversivelmente sem pé.
Porque ter pé, não tem nem nunca teve muita graça.
Eu sei que não tenho graça.
Mas, ainda me vou rindo comigo... se isso é loucura? Que seja.
Mas, é que eu cá gosto mesmo, é de começar o dia de pernas para o AR.
...
E acabá-lo sem pé.

sexta-feira, outubro 19, 2007

3 horas e 41 minutos da manhã.
Atende o telefone.
Ouve-se do outro lado da linha um gosto de ti.
Ela não disse nada.
Perguntou pelo tempo.
Fazia frio.

Digam o que disserem a meteorologia é fodida!

domingo, outubro 14, 2007

Ide-vos foder


Esta semana várias coisas irritaram o meu único neurónio.
Entre elas, a nova igreja.
Meus amigos, ando irada.
Chateada.
Irritada.
Verdadeiramente encolerizada com todo o circo que se montou em torno dessa dita nova igreja.
E diz o bispo: “A igreja está lá, e não fiquei a dever nada a ninguém! Paguei tudo a pronto.”

Eu dava-te o ‘pronto’, ai dava dava.
Dava-te era uma valente bofetada.
Ai não sei o quê, não fodam com preservativo que vão parar ao Inferno.
Ai não sei o quê, dêem uma esmolinha, senão vão ter com o Berzebu.
Ai não sei o quê, recuso-me a dar a comunhão ao Zé, porque o Zé é homossexual.
Puta que os pariu.
Quer dizer, foder com preservativo, é crime.
Gastar uns trocos a beber uma imperial, é crime.
Não ser heterossexual, é crime.
Mas, fazer o c…… de uma igreja que custou milhares de euros já não é crime!
Não gastar esse dinheiro a fazer orfanatos, já não é crime.
Dar de comer a quem não tem fome, já não é crime.
Administrar a hóstia e estar a pensar nas mamas da vizinha, já não é crime.
É tudo muito bonito. Muito singelo.
Assumo: Sou uma pecadora.
Fodo com preservativo.
Gasto uns trocos a beber uns valentes copos.
Sou heterossexual.
Respeito integramente quem não o é.
Acredito no ser humano. Agora, não me lixem é a cabeça com cinismos. E com atestados de burrice.
Vocês desculpem toda esta linguagem.
Mas, ando mesmo fodida da vida com toda esta hipocrisia.
Montou-se o circo.
E nós que até damos uma esmola ao mendigo, é que somos palhaços.
Puta que os pariu!

sexta-feira, outubro 12, 2007

Bolso Esquerdo


Do outro lado da rua vivia uma personagem.
Tinha um chapéu castanho, com uma fita preta.
Os óculos graduados davam-lhe à face um ar desordenado.
Estupidamente encantado.
De vez enquanto moldava as astes nas orelhas.
Ficavam a modos que eriçadas.
Encrespadas.
Gostava quando ele tirava os óculos e mostrava as pestanas.
Eram negras. Incrivelmente pretas.
E num gesto tirava o lenço.
Daqueles bordados a ressentimentos.
Pareciam cicatrizes.
E tirava o lenço sempre do bolso esquerdo.
No direito estavam os sonhos.
Embrulhados em papel de jornal.
Do outro lado da rua vivia uma personagem.
Tinha um chapéu castanho, com uma fita preta.
E era canhoto !
....

quarta-feira, outubro 10, 2007

segunda-feira, outubro 08, 2007

Núcleos

Com todos os sistemas de crescimento hormonal que existem por aí.
Aquele que me faz maior confusão ao cérebro, é sem dúvida alguma, a hipocrisia.
É que não há cu que aguente tantos ‘umbigos’.
Depois queixam-se que as dietas não dão resultado.
… Inovações que me desgastam as células.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Desassossegados Nortenhos: Procuram-se :P

[Fotografia de Miguel Pereira - Capa do dito cujo]

Maltinha, venho por este meio informar o seguinte:

Antes demais, um desabafo: tenho uma dor de dentes que vai lá vai.
Desabafos à parte, vamos então ao que não interessa.
Amanhã, pelas vinte e duas horas e picos, lá para as bandas de Matosinhos, num tal de Blá Blá, aqui a je vai apresentar uma espécie de qualquer coisa que ainda não sei bem o que é.
Indefinições, portanto!
Resumindo, uma editora nortenha irá apresentar meia dúzia de livros.
O que eu pretendo de vocês?
Simples, pretendo que se desloquem até lá para bebermos uns canecos.
Sim, porque aquilo vai estar cheio de malta nortenha. Ainda por cima, os outros livros são todos nortenhos, e aqui a Estranha vai estar na rua da amargura :P
E eu sei, que a maior parte dos desassossegados que sentem os meus rabiscos são nortenhos, por isso escutem bem isto:
Uma estranha pessoa esta do Oeste precisa de companhia em terras nortenhas.
É o mote.

Obrigado

Obrigadinha

Obrigadíssimo
Arigatô
Arigatôdinha
Arigatôdissimo

Atenciosamente,

Estranha pessoa esta do Oeste

terça-feira, outubro 02, 2007

Bochechas


Simpatizo com as pessoas que têm gestos.
Um revirar de olhos. Uma madeixa mal caída.
Um dedo desalinhado na bochecha. Um sobrolho distraído.
Qualquer gesto.
Mas, que tenham gestos.
Não sei o que é. Mas, não simpatizo com mamíferos apáticos.
Que não falem também com os gestos.
Que não se expressam pelo olhar.
Gestos.
Ultimamente tenho encontrado muita gente assim.
Apática.
Que nem sequer reviram os olhos com o vento!
Não sei mas, parece que falo com espantalhos.
Eu dantes tinha um espantalho no quintal.
Tinha uma blusa azul.
E até os botões se cansaram de lá estar.

.......
Dedos.
Dedos desalinhados nas bochechas.
Simpatizo com gente assim!
De bochechas desalinhadas.
É.
Simpatizo!

sábado, setembro 29, 2007

Faz-te Rua!

Há quem diga que o certo, é o usual.
Meus amigos, permitem-me discordar.
Não sei se é certo… mas, que o inesperado é bom!
Lá isso é!
Se é certo ou errado… eu não sei!
Mas, na próxima vez que cruzares comigo na rua.
Faz-te Rua!
Que é como quem diz.. faz-te inesperado!
É que eu cá gosto, é das coisas erradas…
Nada usuais, portanto!
‘Inespera’!
… Que é só assim, que me vais fazer nada usual…
E eu sei, que também não gostas das coisas banais..
Faz-te Rua!

Aqui para nós… andas um pouco banal, não andas?

É que eu ‘conheço-te’ errado…
Faz-te um favor, e Apalpa-me os Sentidos!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Cagar no Mato q.b.


No outro dia, a puxar para a noite,
disseram-me que o maior risco da humanidade é o medo.
Talvez até seja.
Chamem-me paranóica mas, eu tenho para mim que o medo é saudável.
Saudável q.b. .
É que ele é inesperadamente patético.
E cá para nós, as coisas patéticas até têm a sua graça.
E como diria o outro:
“É a medo que vivemos.”
Bem. Ou mal.
Mas, é a medo que vivemos.
E há que ter medo de nos conformarmos.
Eu cá tenho medo de me conformar.
Das cercas.
Tenho medo das cercas.
E isso faz-me viver.
No outro dia, a puxar para a noite,
eu disse que o maior risco da humanidade é o conformismo.
Condições.
Significados.
Redes.
Tenho medo disso.
De viver com isso.
E isso ajuda-me ao inesperado.
Momentos.
Riscos.
Sensibilidades.
Puxar o tapete.
Do receio.
No outro dia, a puxar para a noite, mandei o medo ir cagar ao mato.
E ele foi!

quarta-feira, setembro 19, 2007

GPS


13 Horas e 24 minutos.
Alguns segundos foi o que bastou para o tempo não contar.
Era uma praça antiga.
Pombos. Pessoas. Cavalos.
Muralhas do lado direito. Não era um castelo.
Mas, também não era um palácio.
Eram muralhas.
Apenas muralhas.
No centro uma fonte.
Do lado esquerdo da praça uma catedral.
Estilo gótico.
Enorme.
A torre parecia tocar o céu.
Sol.
Muito sol.
Uma porta de madeira.
Daquelas portas cravadas de séculos.
De histórias.
Narrativas sem contos.
Suportes de vidas.
Degrau de pedra.
Ele sentou-se.
Olhou o mapa.
Ela deitou-se.
Encostou-se.
E sussurrou como aquela música:
“ Encosta-te a mim “
E ficou assim.
Deitada no seu colo.
E ele via o mapa.
E seguiu as estradas.
Os caminhos. Os becos. As calçadas.
E ali não havia calçadas.
E encostou-se.
Alguns segundos foi o tempo que bastou para o tempo não contar.

E ele disse:
“Queria tirar uma fotografia… eternizar este momento.”
Ela não deixou …
Há momentos que não são kodac’s.
São apenas… e somente… Cumplicidades.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Maddie

Estamos em pleno século XXI.
Toda a gente sabe isso.
Ano 2007.
Mês 9.
Pronto.
OK.
Estamos em pleno século XXI.
E passo na rua e oiço assim:
Isto nem parece deste século.
E vou ao café, e outra vez a mesma proposição.
No talho.
Na mercearia.
No banco.
Na peixaria.
E que grande peixaria que fazem por aí..
.. porque realmente toda a gente grita:Isto não é deste século.
Ah pois não é não meus amigos!
Não é deste século existirem milhares de crianças com fome.
Não é deste século as pessoas não terem tempo de olharem umas para as outras mas, com olhos de ver.
Não é deste século existir centenas de milhares de seres humanos analfabetos.
Não é deste século que tantas tantas mulheres percorram quilómetros de chão com tinas de água… por aquela África, que se diz em franca expansão.
Definitivamente não é deste século existirem miúdos a chorar por um qualquer jogo de vídeo, e outros tantos que jogam à bola com um quadrado feito de trapos.
Esses não choram.
Esses sorriem.
Não é deste século o sorrir.
Mas, já é deste século dezenas de figuras públicas doarem milhares de Euros para um dito ‘chá inglês’.
E o ‘café português’?
Nunca se lembraram dele porquê?
Ora, se essas figuras públicas ajudaram o Inglês, é porque o puderam fazer.
Acho tudo muito certo.
Bonitinho, portanto!
Mas, não ajudaram antes as dezenas de mães e pais portugueses, porquê?
Ausência de mediatismo!
Sim..
Realmente isto é deste século..
Marcas de tinta cravadas no meu cérebro.
.. a tocar o miocárdio!

Desculpem esta curvatura na minha escrita.
Mas, há realmente ‘coisas’ que me metem nos nervos…
Peixarias, portanto!

… há peixes que morrem pelo anzol.
E outros tantos, pela ganância do… isco!

sábado, setembro 08, 2007

Esteticitas

Corrigem-me se eu estiver errada.
Mas, eu tenho para mim… que existe um qualquer intercambio entre o arrepio e o desejar.
Mas, o que tu desejas?
O querer.
O querer um arrepio.
Como podemos desejar algo sem nos arrepiarmos.
Pêlos dos braços.
Eriçados.
Espetados.
Completamente espicaçados pela tua racionalidade.
Não minha.
A tua.
A minha só está até à pele.
Para lá da pele.
É o pêlo.
E esse.. esse tem que ser arrepiado.
E não é com racionalidades que a coisa lá vai.
Entenda-se por ‘coisa’ as emoções.
E por pele as minhas respirações.
Não pretendo criar uma visão absoluta.
Apenas creio no contacto.
Pele.
Pêlo.

A vida pode realmente ser uma coisa muito ordinária.
Mas, mais ordinário é darem-se ao luxo de cortarem todos os pêlos.
Depilação definitiva, portanto!
E depois queixam-se que não se arrepiam.

Isto não é um queixume.
É antes uma lamentação de haver por aí tantas… esteticistas.

domingo, setembro 02, 2007

Desconhecida

Não sei de que prosaico ‘sou’ eu feita.
Não é segredo.
O ‘feita’.
Já o ‘sou’ é de cá uma maneira impressivo.
Perturba-me esta minha maneira estupidamente parva de sentir tudo com afecção.
Caí um qualquer sobrolho.
Não, não pensem que é desgraça.
Não quero isso.
Tomem atenção.
Do que eu falo é bem maior que isso.
É daqui.
Sim.
Bem daqui de um qualquer lugar bem conhecido.
Desconhecido?
Não sei porquê.. Estejam atentos minha gente.
Eu não escondo nada.
Eu não sou triste.
Apenas, a minha boca roça o insano.
E roça roça roça… E toca a própria loucura.
Isto não são palavras.
Isto é o meu rosto.
Que num impulso pode dizer tudo.
E nesse mesmo repente revela que afinal…
Eu não sou nada.
Nem quero ser tudo.
Apenas quero o que de meu tenho direito.
Um gesto.
O gesto.
Com distracção?
E roça roça roça… E toca a própria loucura!
Imensa nudez demente.
Sou uma imbecil.
Uma terna e eterna imbecil que insiste.
Insiste ‘insanamente ‘ nessa qualquer coisa abandonada!
Desejos.
.. apenas.. desejos.

Digam-me o que eu não posso!
Que eu desejarei esse posso como um não nunca dito.
Posso estar nua.
Posso ser a nua.
A minha agonia não é o vestir.
É antes o dizer dessa vestimenta.
Logo eu, que nem vestimenta tenho.
Estou nua.

Lamento mas, não tenho nenhuma história para vos contar.


quinta-feira, agosto 30, 2007

Gengiva. De que material é feita a vossa Gengiva?

Aniquilei
A Honra
Com um Intermediário
Vergonhoso
Em Noites
Repousadas
Matei
O Frágil
Manso
Com encanto
Nas tuas
Ventas
Como
Com
Sede
A tua
Presença
Sofreguidão
Entranhas
Bate
Transpira
Desfalece
Renove
Inventasse
Acidente
Não contenham
O desejo
Desfaleçam
Antes A
Vergonha!
Pecado é fugir.
Trinco a maçã
Pedaço de dentes
Gengiva que sangra.
Não é pecado o trincar.
Pecado é não viver.
Bate
Transpira
Desfalece
Renova
Inventasse
Acidente.

Onde pára o respirar?
Na trinca?
Ou na maçã?

Encanta-te !

terça-feira, agosto 28, 2007

Crime

Ele:
Mostra-me o lado homicida que há em ti.
MATA-ME !!
Arma?
A tua língua.
Veneno ?
Saliva.
ASSASSINA !
....
Ela:
É que nem te atrevas a chamar a policia.
A tua boca vai estar tapada.
Os ouvidos surdos.
As mãos ocupadas.
MORRESTE !
....
Nota do juíz:
Homicídio sem testemunhas.
Ressurreição sem hora marcada.
Julgamento sem advogados.
Réu em liberdade !

sexta-feira, agosto 24, 2007

Chá, café ou laranjada?


Qualquer coisa que ainda não foi, é razão suficiente para ser sentida.
Se ainda não foi, é porque vai ser.
É como fazer um café.
Sentimos o cheiro.
O aroma.
O creme. O mexer da colher.
E o café ainda nem sequer está ao lume.
Qualquer coisa.
Sem o 'que'.
Mesmo não sendo o 'ainda'.
Não é razão para ser pensada.
Eu não penso no café.
Mas, já o sinto.
Foi.
Vai ser.
Sem o Ainda.

-
-
-

Açucar?
Não!!!
As coisas querem-se naturais.
Como os pés descalços.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Setembro

Ela esfregava as mãos.
As palmas estavam húmidas.
Rugosas de saudades.
Os dedos ansiavam uma qualquer coisa nunca esquecida.
E ele acordado.
Nervoso. E subia a calçada.
E corria.
Corria.
E lá no fundo a chuva.
Chovia.
Gotas grossas.
Molhadas. Húmidas. Transparentes.
Lembradas.
E ela abriu os braços.
E os olhos.
Ai os olhos.
A retina no diâmetro.
Naquele diâmetro que só os amantes sabem medir.
Não há compassos.
Réguas. Medições.
Tensões.
E o existe, passou ao sentir.
E o sentir a eles.
A nós.
Estão a sentir?
Sintam.
Sintam cada gota dessa chuva.
E escorre pela testa.
E passa no sobrolho.
Esfrega o nariz.
Esfrega. Esfrega.
Testa.
Pálpebra.
Esfrega.
Bochecha.
Lábios grossos. Beijou.
Beijo-te, disse ele.
E ela chorou.
Como só as árvores do Outono sabem chorar.
Com dourados e veias.
E corre o sangue. E encosta o peito.
E senti.
Senti o bater.
Bateu.
Cabelo enrolado.
Língua que satisfaz.
Foi em Setembro.
Um dia disseste-me que todos os negócios que fizeres comigo passam pelo coração.
Não estou a leilão.
A minha base de licitação?
É a tua.
Beija-me.
È o fim do verão.
As folhas começam a cair.
Eleva-me.
É Setembro!

Estou a suar!


Suei!

quinta-feira, julho 12, 2007

Operação STOP

A minha alma precisa da revisão dos 100.000
Receio que a embriaguem esteja solta.
O travão já está sem ‘mão’ !


Multem-me se quiserem!
.. No meu guarda luvas o que não falta, são multas.
Multas antigas!
E algumas modernas também.


Ando com o meu pensamento gasto.

segunda-feira, julho 09, 2007

Não sei até que ponto a minha loucura não me leva ao vómito de mim.
O meu fôlego começa agora a ter um tamanho.
Aquele tamanho!

Aquele..
Vocês sabem!

sábado, junho 30, 2007

Pulsos de Desejos.

Era um café.
Um café como outro qualquer.
Durante anos eles frequentaram esse café.
Durante anos nunca deram um pelo outro.
Acenderam cigarros.
Beberam dos outros.
Quiseram o que não queriam.
E nunca deram um pelo outro.
Um dia deram.
Seduziram-se.
Enlaçaram-se.
Suaram.
Penetraram.
Não quiseram.
Recusaram o raro.
Saltaram o risco.
A loucura ficou inválida.
Serena.
Sem lábios.
A sedução ficou pelo olhar.
Quiseram sair.
Sair daquela loucura.
Do desejo.
Daquela ânsia que consumia os movimentos.
Deslocaram-se em sentidos opostos.
Movimentos contrários.
Pensaram eles que nunca iriam falar.
Como se o desejo fosse de falar.
E é o olhar.
Essa fome de rebeldia.
De rasgar uma qualquer coisa que nunca foi.
É loucura.
Completa loucura o querer.
Intenção insensata de recusar.
E nem sequer olham.
Porque é lá.
Lá na retina.
Que o desejo salta.
Sou atrevida o suficiente para olhar.
E tu?
Olhas?
-
-
-
Um dia destes, atreve-te a tirar-me as algemas.
Se faz favor!
Seduz-me.
Quero ficar nervosa!

domingo, junho 24, 2007

Danço descalça.

Não tenho genéricos.
Não uso genéricos.
Não sou a farmácia.
Nem tão pouco referência para ninguém.

O meu código de barras não é preto nem branco.
Nem tão pouco de linhas paralelas.
A perpendicularidade desses pacotes ficou sem prateleira.
Genéricos de referência?


Só se for ao fragmentar!

terça-feira, junho 19, 2007

Dodot Dodot


Existem certas merdas na puta da vida
que nem com perfume de rosas a coisa lá vai.
E sobre isso só tenho a dizer que:
A culpa não é da vida.
Sentamo-nos é na sanita errada!

domingo, junho 17, 2007

Sem Saldo

Alô, Vida ??!?!?!?!
Dá-me só um segundo, vou buscar a Alma.
Encontramo-nos na Saudade do costume!

sexta-feira, junho 15, 2007

Beco

Quando o tempo já nada teme.
Quando o que resta é poeira do que nunca foi.
Quando tudo não passa sequer pelas partículas.
Disto.
E se quiserem também daquilo.
Temam!
Isso não é mais que sequer o pensado.

segunda-feira, junho 11, 2007

Contraponto

A existência tem lugar para ironias.
A vida não!
-
-
-
É que nem vale a pena tentar as luvas brancas!

sexta-feira, junho 08, 2007

Diâmetros. Raios. E .. Coriscos!

- Escolhes o quê?
- A cruz.
- Mas, eu não quero ficar com o círculo.
- Porquê?
- Não sei onde começa …
- E sabes onde acaba?
- Sei.
- Como é isso?
- É como a cruz. O sentido está no cruzamento das linhas.
- Mas, no círculo não existe cruzamento.
- Enganaste, a maior encruzilhada da vida é o diâmetro.
- Como assim?
- Colocas o bico do compasso no centro.. o Raio é à tua escolha..

Compasso. Corre. Anda. Apressa o passo.

Compasso. Mínima. Seminima. Pausa. Não pares.

Compasso. Bico. Afia. O lápis. Escreve. O teu.

Compasso.

Tens?

Nota de Rodapé: E porque hoje é dia de Linkin ParK... Aqui fica Somewhere I Belong... Somewhere.............I Belong.........

quarta-feira, junho 06, 2007

Metamorfose

Cerro os dentes,
Lavo toda esta metamorfose.
Contenho toda esta má impressão.
Não a minha.
A vossa.
Este rosto já não é meu.
Mutação na retina, película na narina.
Cheiro.
Este cheiro que penetra.
Que fornece a mudança.
Não a vossa.
A minha.
Isto não é memória.
Já foi.
Agora.
Agora é movimento.
Nem sequer vou abotoar a camisa.
Já não uso botões.
Perdi-os.
Não os meus.
Os vossos!
As casas não se ajustavam.
Não as vossas.
As deles!
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-
-
Cerro os dentes.
Supõe tu, isto tudo.
Mas, com exaltação.
… é que.. eu contive toda esta má impressão!
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-
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E no meio de toda esta comoção,
Não te esqueças de levar o anti-derrapante.
Não o meu.
O deles.
Nota de Rodapé:
Está aberto um Leilão [ver - caixa de comentários], os possíveis lucros reverteram para a minha estadia no sanatório da vila. Arigatô!

domingo, junho 03, 2007

Aconchego

Não sabiam sequer o medo que tinham.
A ânsia que os envolvi era de tal modo agressiva, que qualquer sopro de ternura era insuficiente para atenuar os rostos cansados.
Cansados de esperar! O receio estava estampado no olhar. Dele. E dela.
Alguém disse vezes sem conta que não valia a pena.
Insistiram. E esperaram.
Tudo o que importava era resolvido num segundo. Num denso segundo.
Mas, os minutos que se antecederam. Que se antecedem. São mórbidos.
Terrivelmente mórbidos. Os gestos custam.
Os músculos não obedecem.
E lá dentro a ânsia.
E cá fora o medo.
E entre eles os dois… a espera!
‘Insanamente’ sentem.
Porque o sentir é insano.
Excessivamente insano.
Rasga o meu medo, disse ele.
Rompe a minha ânsia, respondeu ela.
Já não importava.
Calaram-se.

quinta-feira, maio 31, 2007

Sanidade Alma(l): Precisa-se!


Ando com uma reacção esquisita.
É no lado esquerdo do cérebro.
Não sei...
Mas, tenho para mim que é uma alergia qualquer à memória.
-
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-
É fodida a decadência da alma!

terça-feira, maio 29, 2007

Hidrofobia


Agressões que sobressaem nas articulações da minha mão.
Fecho-a devagar, estalo os dedos.
Um por um torna em punho.
Agrido violentamente o que se diz.
O que se fala.
Espanco os que se recusam ao espanto!
Aqueles.
Bem aqueles, que ainda têm a lata de gemerem com pudor.
Os que existem sem o mínimo de sentir.
Não vos bato com amargura.
Porque este meu pensamento nem isso tem.
É uma mistura de raiva com intolerância.
É uma espécie de hidrofobia que vem daqui.
Daqui destes lados.
Da fúria.
Abro o punho.
Cólera.
Vem cólera agarrada ás unhas.
Arrependimento?
Não. Nem sequer pensem nisso.
Não.
Recuso.
Porque afinal de contas… estalei os dedos.
Um por um!

domingo, maio 27, 2007

Multa

Há instantes que marcam o caminho.
Como se fossem placas indicadoras de estações de serviço.
Em que cada km percorrido desgasta o motor da memória,
Obriga a travagens bruscas do pensamento.
Stop !
Chegamos ao momento da revisão.
Estamos em contra mão.
Afinal é o caminho….. que marca os instantes.
O instante!
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-
-
Arranca!
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-
E nem ouses olhar pelo retrovisor.

quinta-feira, maio 24, 2007

Overdose

Ando enferma.
As minhas veias estremecem a cada inspiração.
Nas expirações são os ossos do pescoço que se contraem.
Suo.
Canso as artérias até ao limite.
A agulha diz-se sensata. Recuso-a.
Insiste na prudência.
Recuso.
E expiro outra vez.
Oiço o estilhaçar do pescoço.
Inspiro novamente.
As veias das mãos saltam a cada respiração.
Aperto os joelhos.
Deslizo os dedos do pé contra o banco.
Gotas de suor no soalho.
E recuso outra vez.
A porta está fechada.
Leve ruído. Passos apressados.
Novamente a sensatez.
Breve suspiro. Fundo desejo.
Insensatez.
Não recusei.
Espetei!

quarta-feira, maio 23, 2007

Rugas Artroses


Processei todos os espasmos que encontrei.
A sentença foi lida!
Às claras e sem juiz.
O tribunal estava cheio.
Jurados com rugas artroses.
Advogados envolvidos em argumentos viciosos.
A defesa não recorreu.
As declarações estavam mais que traçadas!
O crime foi premeditado.
Ausência de testemunhas.
E as duas que haviam estavam no banco.
Esperavam a sentença.
A pena!
Processei todos os espasmos que encontrei.
Ajoelha-te!
A defesa não recorreu.
-
-
-
-
-
E nem tiveste que colocar a mão sobre a bíblia.

sábado, maio 19, 2007

al-qaeda

É terrorismo o que fazem.
Sim, isto que fazem.
Cheios de falsas modéstias, de parcas manias, de botões sem linhas.
Terrorismo!
Puro e duro terrorismo.
Infiltram-se nos nossos momentos.
Observam os nossos passos.
Tomam o nosso latejo.
Raramente são apanhados.
E quando o são, as autoridades nada fazem.
Absorvem o caso.
E nós que fazemos caso, e que até temos linhas, o que fazemos?Não fazemos nada!
Falta-nos o botão.
E a agulha está no palheiro.
Terroristas!
Cambada de terroristas.
Esses olhares corroídos.
Minados de rasas intenções.
Ahhh caraças que um dia ainda vos digo onde está a agulha.
E hão-de dobrar a faringe por saber da palha!


Terroristas!

sexta-feira, maio 18, 2007

Páscoa sem Quaresma

Eu não quero existir sem soluçar
Não me queiram impingir sensaborias
Vender-me ao desbarato por qualquer ninharia
Crucificarem-me pela minha hemorragia cerebral
Vendarem-me por não me sentar no lugar destinado
Não tirei essa senha
Esses pregos não são os meus.
Um soluço meu vale mais que isso!
Vale um punhado de qualquer coisa
Que ainda está por definir.


quarta-feira, maio 16, 2007

Adultérios

Roço a minha sofreguidão no teu encaixe
Esfrego todos os teus adultérios nessa cova
Nessa mesma que suamos sem querer
Peço um qualquer desejo
Um qualquer gosto salgado
Um qualquer demente envolvente
Porque a minha semente não é coerente
Porque essa tua expressão completamente vulgar já pouco satisfaz
Porque sinceramente atiçaste um fogo…
E o olhar já não me compensa.
Como mamífero que sou digo-te:
Se não consegues pagar uma dívida, não peças empréstimo.
Se não consegues esperar pela chama, não coloques fósforos.
Os pinhões não nascem sem pinhas.
E as ameixas caiem com folha.
Desprego!
Desprego a coxa que lisa na tua silhueta.
Desprego o antebraço que lustra o teu umbigo.
Desprego este pulso que teima em festejar.
Desprego-te!
Porque a minha cintura é transparente e
simplesmente o que gosta é de roçar.
Esfreguei todos os teus adultérios nessa cova.
E ela nunca me satisfez!
Desencaixei.