quinta-feira, janeiro 31, 2008

Grades? Só se for de minis.

Hoje.
Fim do dia.
Tasco do costume.
Bifana e moscatel.
Mesa de madeira.
Revista de papel.
Li:
“ Todo o homem que aparece na minha vida quer que seja dona de casa. Mas eu tenho um sonho. Sofro por estar sozinha, mas sofreria mais se abandonasse o sentir da minha vida. “ ( by Paulo Coelho in Crónia Semanal – Revista Lux)

Ontem.
Algures na madrugada.
Serra do costume.
Cigarro e navalha.
Degrau de granito.
Ouvi:
“Não suporto a tua independência. Assusta-me essa tua mania de viver estranhamente.”

Pena só hoje ter lido Paulo Coelho.
Seria uma boa resposta.
Na altura só me lembrei de pedir lume.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Raio X


Há uma certa elegância no andar.
Não falo a nível estético.
Falo no modo como o ser humano se movimenta.
Na força que pisa o chão.
Na maneira de colocar as mãos.
Se olha para o infinito.
Se vai cabisbaixo.
Ou a tender para os lados.
Se aproveita o seu andar.
Se por outra perde tempo em mostrar esse mesmo andar aos demais.
Se pisa a calçada com carácter.
Ou se é indiferente ao asfalto.
Há uma certa elegância no andar.
Como que um raio X.
Não um exame de verdadeiro ou falso.
Mesmo, um raio X.
Um sentir que realmente aquela pessoa tem um 'quê' qualquer.
Existem andares desconformes.
Outros atardoados.
Ainda os há cheio de propósitos.
Tenho para mim que o andar é como a gravura da alma.
... Passos que nos ficam...

sábado, janeiro 26, 2008

Não me fodam a cabeça!

Todas as coisas que não eram suposto acontecer.
Acontecem!
E inexplicavelmente.
Abalam.
Eu sei que sou cheia de erros.
Todos temos os nossos.
E quem nos os tem. É porque mente.
Agora, não me fodam é a cabeça a dizer que não tenho coração.
Porque isso, é talvez a única coisa, que ainda me resta.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Arestas

A única coisa que as pessoas têm em comum,
são as unhas.
A diferença reside no limar e no pintar.
Nunca comprei verniz.
E a minha lima é uma tesoura de costura.
Tirando isso.
Sou uma mulher normal.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Movimentos

A vida quer se safada.
Espantada.
De fraquezas.
Agrada-me as habilidades.
Aquelas,
que o ser humano faz comodamente in(s)talado na (in)lucidez.
É.
A vida quer se realmente safada.

domingo, janeiro 20, 2008

Anarquia

Ás vezes.
E digamos que na maior parte das vezes, é tudo uma questão de humilhação.
Quando agimos pelo pensamento, a chamada razão, humilhamos o sentimento, donde humildemente fragmentamos a nossa essência.
Quando agimos pelo coração, a chamada
percepção; humilhamos o pensamento.
Guerriamos.
Fatigamo-nos com tantas humilhações.
Vivemos pelo menos umas dez (vá onze) humilhações destas por dia.
E nunca ficamos contentes.
Esquerda. Não!
Vai pela direita.
Porra é em frente.
Cruzamentos.
Razão versus coração.
Humilhações. Balança em nós todos os dias, todo santo dia.
É como um abanar de anca.
Abanamos a anca pelo que sentimos.
Paramos a anca pela razão.
Como se a razão fosse a verdade.
E a verdade a estagnação.
Um dia destes reciclo estas ditas humilhações.
Seja no ecoponto azul, verde ou amarelo.
Mas, a vontade... ahhh a vontade essa fica.
Sem qualquer data de validade.
....
E que esta seja anarquia!
Uma total e louca anarquia sem absolutismos indeterminados.
Feita de um qualquer temperamento.
Aquele.
Em que um abanar de anca não é ‘parado’ por uma qualquer estagnação!
Frenesins, portanto!

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Re(nascer) Re(voar) Re(fazer)

Existe sempre uma primeira vez para tudo.
Existem sempre coisas que nunca chegamos a fazer.
Por pensarmos que nos ferem.
Ou que nos transcendem.
Coisas simples que não fazemos.
Porque são simples.
E preferimos o complicado.
Existe sempre uma primeira vez para tudo.
Para quebrarmos as asas.
E voltar a nascer.
Outras asas.
Mais fortes. Novos suportes.
Esperamos uma vida inteira que nos dêm um valor.
Aquele valor.
Aquelas pessoas.
E esquecemo-nos que somos nós.
Nós é que nos temos que dar, a esse mesmo valor.


Temos uma vida inteira para sermos pessoas.
E ocupamos tanto desse tempo apenas a sermos gente.


sexta-feira, janeiro 11, 2008

Trigonometrias. Sucessões. Geometrias. E afins!

Hoje disseram-me que dou demasiada importância à parte ‘não-científica’ dos alunos.
Não sei o que isso quer dizer.
Uma pessoa, é uma pessoa.
Com toda a sua parte científica, intelectual e emocional.
Um todo.
Como posso dividir as pessoas em parte ‘cientifica’ e ‘não científica’?
Pois, eu não sei fazer isso.
Passa largamente a centena de pessoas que lido diariamente.
Dos 16 aos 28 anos.
Nortenhos. Algarvios. Açorianos. Caldenses. Alfacinhas. Cabo-Verdianos. Angolanos.
Como posso passar grande percentagem do meu dia a lidar com estas pessoas, apenas cientificamente?
Não posso.
Não sei.
E não consigo.
Gosto deles.
Gosto que sorriem.
Incomoda-me quando estão tristes.
Eu gosto de pessoas.
E de pessoas com veias.
O sangue não vai directamente para o cérebro.
Passa antes pelo coração.
Como eu lhes costumo dizer: ‘O meu grande pecado é gostar de vocês’.
Hoje disseram-me que dou demasiada importância à parte ‘não-científica’ dos alunos.
Ao que respondi:
Um professor não é apenas um quadro negro. Para se fazer um puzzle é necessário sentir as peças. Não basta pensar nelas.
..
..
Digo eu, que não percebo nada disto!

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Recordações

Lembro-me bem desse dia.
Estive duas horas à tua espera. Estava sol.
Aquela luz tímida que nos ofusca a retina.
Mas, que nos aquece o olhar.
Nesse dia preferi não conduzir.
Andei a pé pela cidade. Aquela cidade que um dia disseste nossa.
Lembras-te?
Em 2000 foste lá. Dormiste lá.
E eu na mesma cidade recusei-me a ti.
Nem sequer te vi.
E vagueamos os dois. Deambulamos.
E nunca nos enlançamos.
Sentiste?
Recuando.. lembro-me bem desse dia,
estava lá um senhor a vender jornais, perguntou o que fazia ali tão cedo...
Não respondi.
Ele disse que tanto tempo à espera que já não vinhas.
Nesse dia preferi não conduzir.
Foi uma boa opção essa em que colocaste a tua mão sobre a minha cintura
e conduziste todos os meus sentidos.
Expressões estas que nos ficam timidamente nas veias.
Sim. Lembro-me bem desse dia.
Sente-me hoje. Para não me esquecer amanhã.
Ontem perguntaste do que eu tinha medo.
Tenho medo disto.
Das recordações.

sábado, janeiro 05, 2008

Testemunho Jeová

Passa o ano e tudo aumenta.
O pão. A fruta. O peixe. A carne.
A incompetência dos nossos politicos. A ironia dos que regem a nossa dita sociedade.
Estou um bocadinho farta.
Aliás, falando à bom português estou farta para caralho desta merda toda.
Fico fodida da vida a cada dia que passa.
A toda a hora passam-nos um atestado de burrice.
E nós que só queremos trabalhar e ter o nosso ao fim do mês, o que fazemos: Nada!
Niente. Zero.
Por medo de represálias, uns.
Por medo que nada se altere, outros.
E vai-se andando assim num país que se diz em franca expansão.
Desapareceu a Maddie, os pais foram presos por negligência? Não.
Se fossem portugueses iam presos? Iam.
A Esmeralda anda daqui para acolá.
Um psicólogo diz isto. Outro diz aquilo.
O juíz não diz nada.
No fim o povo bate palmas à familia superstar.
Um amigo meu concorreu aquela coisa da tvi, o casamento de pesadelo.
Não foi aceite. É homossexual.
Não faz mal. Nós até vamos ter outra televisão generalista.
E viva Portugal.
No outro dia fui multada.
Achei muito bem. Fiz merda. Não tinha documentos, e o veículo estava em segunda fila. Não resmunguei. O que era desnecessário ouvir, era: “Então ó colega quanto achas que devemos multar a senhora? Ela tem que nos pagar a gasolina? Você se portar bem... diminuimos a multa” (leve pancadinha no ombro).
Respeito as autoridades. Respeito-me a mim. Mas, que me apetecia mandar o Senhor Cabo ir levar no cú.. ai tanto que me apetecia.
O processo Casa Pia anda há uma meia dúzia de anos em compasso de espera. Toda a gente é paga para não piar, e o estado que tanto fala no direito paternal são os primeiros a tratar mal as nossas crianças.
O que nós fazemos? Não piamos.
O pior é que nem somos pagos para isso. Xiuuuuuuu
Um senhor aqui da terra foi apanhado com não sei quantos quilos de droga.
Isso foi há dois anos. O julgamento foi em Agosto. O guarda presidional que estava com ele, também andava meio branco. Os outros ficaram ilibados. Até hoje não sei com que provas. Mas, tudo bem. A malta gosta mesmo é de comer gato por lebre. A gaja continua a comer lagosta. E viva o camarão.
O vice-presidente da minha câmara municipal demitiu-se.
Eu que nem gosto de politicos, gostava dele. Tenho para mim que ele também andava farto desta coisa dos atestados de burrices e de cunhices.
O presidente da câmara municipal ao lado da minha, levou nos cornos em plena praça pública porque andava a foder com uma vareadora lá do sítio ou lá o que era, o que aconteceu? O Bombarral ficou com um parque estacionamento no lugar da pancadaria, não vá o agressor não ter lugar para estacionar os cornos, e o presidente a vergonha.
Agora anda aí a moda de uns tais portáteis a 150 euros (há escolas que foram pelos ares com uns míseros ventinhos mas, na boa... a malta tem o msn, tudo se resolve).
Não sou ninguém. Não sou inteligente. Nem tão pouco intelectual.
Mas, apeteceu-me bufar.
Porque... eu quando peço coelho.
É porque quero coelho.
A cabeça do gato é para colocar à vista.

Bom dia de Reis!

P.S.: Um dia destes bateu aqui à porta uma senhora, acho que era Jeová, falei-lhe sobre estas coisas.. ao que ela me disse .. ohhh menina para isso só a fé.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Autenticidades envolventes!

Sabem o que eu gosto mesmo, mesmo, mesmo, mesmo nos seres humanos?
A cumplicidade. Aquela terna e eterna cumplicidade.
Autenticidade, portanto.

Por falar nisso.
Tu que estavas na Nazaré de casaco verde,
gestos precisos, passos envolventes e olhar autêntico.
Vê se me achas.
É que aqui a estranha adorou dançar contigo.
:P