terça-feira, novembro 27, 2012

Comunicado à população em geral e em ninguém em particular

No outro dia a puxar para a madrugada, publiquei aqui no estaminé um texto cujo título dizia qualquer coisa como 'Maldita Cocaína, pôs-me o sangue cor de rosa'. Ponto um, este estaminé é da estranha pessoa esta. Só - Estranha pessoa esta. Mulher, ser humano. Ponto final. Parágrafo. Não é um estaminé educacional nem tão pouco científico....
Ponto dois, escrevo desde 2006 em vários blog's, tendo textos publicados não só em formato digital como em ... como se diz, papel. Porque me apetece, porque gosto, porque me dá prazer. Escrevo das entranhas, da alma, do miocárdio, escrevo o que me dá na real gana e a saltar a aorta. Se levam a mal ou a bem, pouco me interessa, nem tenho nada a ver com isso. Se a malta leva a mal, só tem dois trabalhos, levar a mal e deixar de levar. Ponto três, existe umas coisas que se chamam 'figuras de estilos' entre essas figuras, existe uma coisa engraçada de nome 'metáfora'. No texto a cocaína é meramente metafórica. Ponto quatro, o que interessa mesmo é o sangue. Ponto cinco, não me macem com merdas que isto e aquilo e vens para o facecoiso dizer de cocaínas. Por amor à santa.... não me lixem a paciência que ela já é tão pouca. Último ponto e não menos importante, drogo-me de insanidade, com muitos gramas de emoção. Há que prazer dos diabos é esta ressaca de diferença. Este orgasmo de demência.
Bom dia e até logo. Se a cocaína deixar e o sangue cor-de-rosa quiser.

terça-feira, novembro 20, 2012

Bom|bordo

Um dia o meu avô disse-me para nunca confiar em pessoas que jogam às cartas sem bater com o punho na mesa. Metaforicamente falando, nunca se deve confiar em ninguém que não tenha pelos nas ventas.
Ordinariamente falando, quem muito manso é, poucos tomates tem.
Gosto de hortas com classe. Daquelas de canas espetadas na terra sem espantalhos de faz de conta.
A vida é curta. E o meu guarda-redes não tem linhas de baliza.
O que tudo isto quer dizer? Está o Bugio a estibordo. Que se lixe o bombordo.
Uma coisa é ter colete salva-vidas. Outra é nadar a cru. A. Nu. E isso… bem, isso tem a modos que muito mais graça.

quinta-feira, novembro 01, 2012

iogurte

Hoje lembrei-me do deserto turco. Porque ontem foi daqueles dias que apetece mandar tudo para a p*ta que pariu, pegar na mochila, ir até a um qualquer porto ou aeroporto e meter-me na real. Na real alheta. Que porra de saudades tenho eu disso. Chega a doer cada entranha de cada ossinho do meu organismo.
Porque às vezes uma pessoa tem que fazer esse exercício. Ir buscar lá ao fundo da memória bon...
s lugares, bons cheiros, bons sabores, boas vivências para seguir em frente. E hoje em particular, o que fui buscar…. foi o deserto.
Aquela imensidão de nada do lado esquerdo, e aquelas montanhas cheias de neve , naquelas cumes que tocavam o céu. E depois… bem depois é aquele entardecer de cores ora mansas ora a transbordar de laranjas, amarelos, roxos azulados que passavam pelo deserto a fora e só paravam na neve. E era Páscoa. Num domingo. Daquele da ressurreição. Metáforas interessantes que a vida nos dá, portanto.
No meio da estrada que atravessa esse deserto, estava lá um dia… um puto franzino, de cabelos negros e olhos colossais, a vender iogurte de sementes de papoila. Há coisas estupendas na vida. E comer iogurte de papoila no meio de um deserto é sem dúvida uma delas. Isso e comer tremoços na tasca do Ti Alberto da Ajuda, daqueles mesmo cheios de sal que faz um qualquer tec tec na ponta da língua.
E a vida tem que ser mesmo isto. Tec’s tec’s . Saborear cada iogurte de papoila, cada deserto, cada entardecer… e no meio disto tudo colocar na ponta da língua cada sal e pimenta ao exagero. Daquelas malaguetas bem picantes. Que até fazem saltar a retina. Porque cá de merdas insonsas já nos basta tanta e tanta coisa. E se os outros querem ser insonsos, desistentes. Que sejam. Quero lá eu saber. A escolha, é deles. A minha é seguir. Saborear. E siga. Siga. Siga. Sigaaaaa. A uivar. O risco. Porque sem risco, não há bom tempero. E sem bom tempero a comida fica a modos que mal amanhada. Como diriam lá na ilha: Áquela não sejas discreta e segue a canada. A tua canada.
E se passares por mim. Dá-me a mão. E. Traz sal. E piri-piri. Que do iogurte trato eu.