sexta-feira, dezembro 28, 2007

Para vocês, um piscar de olho! Meu! Aquele!

Hoje dia 28 de Dezembro de 2007.
Dia nostálgico. Ficamos sempre assim nas vésperas de aniversário não é?
Não sei se é nostalgia...
Mas, fazemos sempre como que uma retrospectiva.
Parece que todos os dias passam pela nossa cabeça.
E essencialmente... pelo nosso coração.
As pessoas que conhecemos.
As pessoas que perdemos.
Os sorrisos que demos.
Os que ficaram por dar.
As lágrimas sentidas.
E as sofridas também.
Dói sempre pensar nos ‘ses’.
E ainda dói mais, sentir os ‘mas’.
Não sei se estou velha.
Sinceramente?
Sinto-me cada vez mais nova.
Sei que tenho rugas.
E alguns cabelos brancos também.
Mas, sinto-me a cada dia renascer.
A guardar cada pôr do sol.
Cada orvalho.
Cada onda salgada.
A sentir tudo como se fosse a primeira vez.
Isto de estar quase a chegar aos trinta, pode ser tenebroso.
Mas, eu cá acho, que é estranhamente saboroso.
De um sal quanto baste.
E de pimenta ao exagero!
No outro dia perguntaram-me a idade.
Ao que eu respondi:
Estou na idade do orgasmo!
Naquela idade dos gestos (d) equilibrados.
Mas, com muito desassossego à mistura.
Naqueles tempos sem ponteiros.
Em que uma boa gargalhada vale um punhado de tudo.
Em que todos os segundos contam.
Naquela idade em que as escolhas valem um respirar.
Aquele respirar.
Sinceramente?
Acho que nunca respirei tão bem!
E agora vou bazar para o Baleal (sim. porque as cotas também podem dizer bazar) dar aquele mergulho de madrugada, no último dia dos vinte e sete.
Até para o ano minha gente.
Que sintam tudo. Que sorriem ainda mais o tudo.
Vivam sempre. E vivam bem.
Abraço enorme e apertado aqui da estranha para vocês.
P.S.: Um beijo em cada uma das vossas bochechas, dado de pernas para o AR, com um leve piscar de olhos.
Gosto de vocês, porra!
P.S.2: Naquela idade em que olhar nas retinas já custa um bocadinho menos! Naquela idade em que simplesmente já não há pachorra para o banal... porque o que a malta quer verdadeiramente, é Sal!

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Intermitente

Ontem não choveu.
Pelo menos de madrugada, não choveu.
A estrada tinha poças.
A condução meia tresloucada.
Mas, não chovia.
Os semáforos do costume estão avariados.
Não parei.
Quase a chegar a casa recebo um telefonema.
Do outro lado uma voz triste.
E a estrada cheia de poças.
Falou comigo calmamente.
Pausadamente.
Com aquele tom sempre lúgubre.
Falou.
E eu chovi.
Chovi. Chovi. Chovi.
E do outro lado aquela voz.
Aquele timbre sossegado mas, a soluçar por dentro.
Disse o que eu não queria ouvir.
Assim. A milhares de quilómetros de distância.
Existem madrugadas cujos semáforos deveriam funcionar.
Nem que fosse o intermitente!

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Transparente


É uma frase feita mas, inevitavelmente é disso que se trata.
Todas as pessoas que passam na nossa vida, não passam sem sentido.
E quando falo todas. É todas.
Todas as pessoas que cruzam connosco, dia após dia levam um pouco de nós.
E nós, ficamos com um bocadinho delas.
Seja um gesto.
Um olhar.
Uma palavra.
Um silêncio.
Mas, fica sempre qualquer coisa.
Um qualquer coisa que mais cedo ou mais tarde, fará um sentido.
Aquele sentido.
Por vezes [e na maior parte das vezes] privamos com pessoas diaramente que não nos conhecem, horas após horas... e não nos conhecem.
E julgam conhecer, e tiram conclusões.
Que depois de espremidas, não são mais que puras aberrações.
Desconexas. Sem fundamento.
Pessoas a quem devemos respeito. Carinho. Amor. Mas, não nos conhecem.
E as células do nosso coração desgastam-se. Acabam.
Mas, depois existem as outras pessoas.
Aquelas.
Que passam na nossa vida e já nem nos lembramos porquê.
E nem vale a pena questionar.
Porque o que vale a pena, não pode ser questionado.
Não sou nada. Mas, uma das coisas que aprendi no meu nada, foi isso mesmo:
Não questionar certos sentidos.
Porque certos sentidos valem por si só.
E basta.
E valem o que valem.
Estou agora a escrever este texto, e eis que recebo a seguinte mensagem via sms:
“Nada na vida tem tempo definifo... ou é, ou não é! E o comboio só passa uma vez... Pode até passar uma segunda vez mas, as carruagens já são outras. Medo? De quê? Viver.. Usufruir... Sentir?? Vida?? Só tenho esta, e é para viver, para partilhar tudo mas, tudo de forma intensa e verdadeira!”

É.
Certos sentidos valem o que valem.
E valem por si só!

Gosto de muitas pessoas.
Mas, sei que apenas algumas conseguem sentir esse meu gostar.
Este meu estranho modo de sentir.
De viver.
Para essas pessoas o meu muito obrigado.
Meus senhores, é um previlégio fazer parte do vosso metro quadrado.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Foz [a da Figueira]


Já era tarde.
Não era por ser noite.
A correr para a madrugada.
Mas, foi tarde.
Fui tudo tarde. Muito devagavar.
Muito pensado. Muito equilibrado.
Essas coisas querem-se cedo.
De tangentes.
De curvas. Contracurvas.
Saltos. Infernos.
Para chegar lá acima.
De becos. Ruas. De esquina.
Essas coisas querem-se inesperadas.
O que aconteceu, é que foi tarde.
Não penses que era por ser noite a correr para a madrugada.
Mas, é que foi mesmo tarde.
Por outro lado, no outro dia não era cedo nem tarde.
Foi na hora de almoço.
A puxar para a sobremesa.
Em Setúbal.
E até o barco deu meia volta.
Mas, sem dúvida alguma que foi na Figueira que se deu a volta inteira.
Está na hora!
Vens?

terça-feira, dezembro 18, 2007

E MAI NADA!


Estimados clientes.
Estamos fechados.
É o mote.
Estou de férias para pessoas hipócritas.
Estou de férias para seres humanos cínicos.
Estou de férias para mamíferos mal passados.
Porque as pessoas querem-se passadas.
E transparentes.
De que vale premeditar os gestos?
De que vale premeditar os sentimentos?
Meus amores, a vida é curta demais para essas merdas.
Efectivamente, as pessoas querem-se passadas.
Porque para um bife mal passado, vou ao restaurante da esquina.
Porque para gestos mecanizados, vou à oficina da vila.
Porque para sentimentos mal trapilhas, vou ao alfaiate do dito cujo.
Que nem dito cujo é, porque nem sequer houve abandono.
Abandono da banalidade.
Sinceramente?
Gostava mesmo que houvesse um certo abandono da banalidade.
Rectifíco.
Gostava mesmo que houvesse um total abandono da banalidade.
Cada vez mais procuram pessoas banais...
E eu sorrio.
E vejo.
E observo.
E penso tudo. E sinto ainda o mais tudo.
E vomito todos esses credos completamente insignificantes.
Porque são apenas isso, insignificantes.
Banais.
Na semana passada ouvi falar muito numa lei, abolir os partidos políticos com menos de 5000 militantes.
Creio que o meu partido esteja pela hora da morte.
E sinceramente?
Estou-me a cagar!
O banal que se foda!

Tirando essa gente toda:
Estimados cliente.
Estamos abertos!
Arigatô. Gracias. Volte sempre.
Qualquer tipo de reclamação ó fáxavor de se dirigir a uma qualquer pessoa atinada mais próxima.

domingo, dezembro 09, 2007

Meia Alma. Cavalita e Meia!


Ando com meia alma ás cavalitas.
A outra metade sei bem onde a deixei.
Mas, receio que já lá não esteja.
Guardaste-a?
Não, a Alma!
Mas, as cavalitas!

segunda-feira, dezembro 03, 2007

24 horas


Portimão.
Meio dia.
Sms.
Vem ter comigo.
Faro.
22h30.
Sms.
Já cá estou.
Sevilha.
01h00.
Ao ouvido.
Um gosto de ti.
Foi num banco de jardim.
..
08h30.
Na parede da igreja.
Chamaste-me de maluca.
E eu não me importei.
Punta Umbria.
17h00.
Dunas.
Areia molhada.
Aquele aperto.
E que aperto!
Lisboa.
Meia noite.
Adeus.

Foi em Setembro.
Há realmente verões fabulosos. Não há?