sábado, setembro 29, 2007

Faz-te Rua!

Há quem diga que o certo, é o usual.
Meus amigos, permitem-me discordar.
Não sei se é certo… mas, que o inesperado é bom!
Lá isso é!
Se é certo ou errado… eu não sei!
Mas, na próxima vez que cruzares comigo na rua.
Faz-te Rua!
Que é como quem diz.. faz-te inesperado!
É que eu cá gosto, é das coisas erradas…
Nada usuais, portanto!
‘Inespera’!
… Que é só assim, que me vais fazer nada usual…
E eu sei, que também não gostas das coisas banais..
Faz-te Rua!

Aqui para nós… andas um pouco banal, não andas?

É que eu ‘conheço-te’ errado…
Faz-te um favor, e Apalpa-me os Sentidos!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Cagar no Mato q.b.


No outro dia, a puxar para a noite,
disseram-me que o maior risco da humanidade é o medo.
Talvez até seja.
Chamem-me paranóica mas, eu tenho para mim que o medo é saudável.
Saudável q.b. .
É que ele é inesperadamente patético.
E cá para nós, as coisas patéticas até têm a sua graça.
E como diria o outro:
“É a medo que vivemos.”
Bem. Ou mal.
Mas, é a medo que vivemos.
E há que ter medo de nos conformarmos.
Eu cá tenho medo de me conformar.
Das cercas.
Tenho medo das cercas.
E isso faz-me viver.
No outro dia, a puxar para a noite,
eu disse que o maior risco da humanidade é o conformismo.
Condições.
Significados.
Redes.
Tenho medo disso.
De viver com isso.
E isso ajuda-me ao inesperado.
Momentos.
Riscos.
Sensibilidades.
Puxar o tapete.
Do receio.
No outro dia, a puxar para a noite, mandei o medo ir cagar ao mato.
E ele foi!

quarta-feira, setembro 19, 2007

GPS


13 Horas e 24 minutos.
Alguns segundos foi o que bastou para o tempo não contar.
Era uma praça antiga.
Pombos. Pessoas. Cavalos.
Muralhas do lado direito. Não era um castelo.
Mas, também não era um palácio.
Eram muralhas.
Apenas muralhas.
No centro uma fonte.
Do lado esquerdo da praça uma catedral.
Estilo gótico.
Enorme.
A torre parecia tocar o céu.
Sol.
Muito sol.
Uma porta de madeira.
Daquelas portas cravadas de séculos.
De histórias.
Narrativas sem contos.
Suportes de vidas.
Degrau de pedra.
Ele sentou-se.
Olhou o mapa.
Ela deitou-se.
Encostou-se.
E sussurrou como aquela música:
“ Encosta-te a mim “
E ficou assim.
Deitada no seu colo.
E ele via o mapa.
E seguiu as estradas.
Os caminhos. Os becos. As calçadas.
E ali não havia calçadas.
E encostou-se.
Alguns segundos foi o tempo que bastou para o tempo não contar.

E ele disse:
“Queria tirar uma fotografia… eternizar este momento.”
Ela não deixou …
Há momentos que não são kodac’s.
São apenas… e somente… Cumplicidades.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Maddie

Estamos em pleno século XXI.
Toda a gente sabe isso.
Ano 2007.
Mês 9.
Pronto.
OK.
Estamos em pleno século XXI.
E passo na rua e oiço assim:
Isto nem parece deste século.
E vou ao café, e outra vez a mesma proposição.
No talho.
Na mercearia.
No banco.
Na peixaria.
E que grande peixaria que fazem por aí..
.. porque realmente toda a gente grita:Isto não é deste século.
Ah pois não é não meus amigos!
Não é deste século existirem milhares de crianças com fome.
Não é deste século as pessoas não terem tempo de olharem umas para as outras mas, com olhos de ver.
Não é deste século existir centenas de milhares de seres humanos analfabetos.
Não é deste século que tantas tantas mulheres percorram quilómetros de chão com tinas de água… por aquela África, que se diz em franca expansão.
Definitivamente não é deste século existirem miúdos a chorar por um qualquer jogo de vídeo, e outros tantos que jogam à bola com um quadrado feito de trapos.
Esses não choram.
Esses sorriem.
Não é deste século o sorrir.
Mas, já é deste século dezenas de figuras públicas doarem milhares de Euros para um dito ‘chá inglês’.
E o ‘café português’?
Nunca se lembraram dele porquê?
Ora, se essas figuras públicas ajudaram o Inglês, é porque o puderam fazer.
Acho tudo muito certo.
Bonitinho, portanto!
Mas, não ajudaram antes as dezenas de mães e pais portugueses, porquê?
Ausência de mediatismo!
Sim..
Realmente isto é deste século..
Marcas de tinta cravadas no meu cérebro.
.. a tocar o miocárdio!

Desculpem esta curvatura na minha escrita.
Mas, há realmente ‘coisas’ que me metem nos nervos…
Peixarias, portanto!

… há peixes que morrem pelo anzol.
E outros tantos, pela ganância do… isco!

sábado, setembro 08, 2007

Esteticitas

Corrigem-me se eu estiver errada.
Mas, eu tenho para mim… que existe um qualquer intercambio entre o arrepio e o desejar.
Mas, o que tu desejas?
O querer.
O querer um arrepio.
Como podemos desejar algo sem nos arrepiarmos.
Pêlos dos braços.
Eriçados.
Espetados.
Completamente espicaçados pela tua racionalidade.
Não minha.
A tua.
A minha só está até à pele.
Para lá da pele.
É o pêlo.
E esse.. esse tem que ser arrepiado.
E não é com racionalidades que a coisa lá vai.
Entenda-se por ‘coisa’ as emoções.
E por pele as minhas respirações.
Não pretendo criar uma visão absoluta.
Apenas creio no contacto.
Pele.
Pêlo.

A vida pode realmente ser uma coisa muito ordinária.
Mas, mais ordinário é darem-se ao luxo de cortarem todos os pêlos.
Depilação definitiva, portanto!
E depois queixam-se que não se arrepiam.

Isto não é um queixume.
É antes uma lamentação de haver por aí tantas… esteticistas.

domingo, setembro 02, 2007

Desconhecida

Não sei de que prosaico ‘sou’ eu feita.
Não é segredo.
O ‘feita’.
Já o ‘sou’ é de cá uma maneira impressivo.
Perturba-me esta minha maneira estupidamente parva de sentir tudo com afecção.
Caí um qualquer sobrolho.
Não, não pensem que é desgraça.
Não quero isso.
Tomem atenção.
Do que eu falo é bem maior que isso.
É daqui.
Sim.
Bem daqui de um qualquer lugar bem conhecido.
Desconhecido?
Não sei porquê.. Estejam atentos minha gente.
Eu não escondo nada.
Eu não sou triste.
Apenas, a minha boca roça o insano.
E roça roça roça… E toca a própria loucura.
Isto não são palavras.
Isto é o meu rosto.
Que num impulso pode dizer tudo.
E nesse mesmo repente revela que afinal…
Eu não sou nada.
Nem quero ser tudo.
Apenas quero o que de meu tenho direito.
Um gesto.
O gesto.
Com distracção?
E roça roça roça… E toca a própria loucura!
Imensa nudez demente.
Sou uma imbecil.
Uma terna e eterna imbecil que insiste.
Insiste ‘insanamente ‘ nessa qualquer coisa abandonada!
Desejos.
.. apenas.. desejos.

Digam-me o que eu não posso!
Que eu desejarei esse posso como um não nunca dito.
Posso estar nua.
Posso ser a nua.
A minha agonia não é o vestir.
É antes o dizer dessa vestimenta.
Logo eu, que nem vestimenta tenho.
Estou nua.

Lamento mas, não tenho nenhuma história para vos contar.