
Quando falamos dos nossos medos.
Entenda-se: A, outras pessoas.
Estas têm a brava, quase, ofensiva mania.
De compararem os nossos medos a memórias fracas.
E um tanto ou quanto, constrangidas.
Quando falamos dos nossos medos.
Entenda-se: A, outras pessoas.
O que nós não queremos ouvir, são cachimónias. Sagacidades.
Penetrações de castelos intelectuais.
É que a bem da verdade. Já nos chegam os nossos.
E se falamos é porque a angustia já é tão grande,
Que se torna asmática. Irracional. Quase. Insensata.
As recordações.
Quando falamos dos nossos medos.
A nossa Alma toda a forma [quase] física de um embrião enrolado no útero.
Em que os joelhos tocam o queixo.
E os pés ficam assim sem meias, frágeis a qualquer vidro no chão.
Quando falamos dos nossos medos.
Entenda-se, a nós mesmos.
O que nós queremos é parir.
Parir-nos a nós mesmos.
Arre.