quinta-feira, junho 10, 2010

Aguar|dentes



No tempo em que se jogava ao pião e ao ringue não existia defeitos na cocaína.
A heroína tinha a cor das utopias. Suspensas como a fixidez que se sente aquando o vómito do silicone das hesitações.
O quadro na parede tinha uma qualquer estrada, e toda aquela inalação de odores proibidos fazia com que a tela pairasse por entre a pele.
Depois vieram os poetas, e com eles as metáforas típicas de quem alimenta as vontades com lubrificantes iniquamente congelados.
E as aguardentes. Essas malditas tentações que nos abrem a retina até ao ínfimo desejo.
Os dedos tremem. E com eles fica a descoberto negociatas de antes e depois, desmazelamentos de intenções.
Cheira-me a café.
Colocaste o açúcar?

1 comentário:

lampâda mervelha disse...

Falta aqui qualquer coisa.

Fica-se-me assim esta impressão..