quarta-feira, agosto 04, 2010

Purgas


Quero que se fodam os apeadeiros.
E as demais consequências industriais.
Quero que se fodam as estações.
E tudo o que vier de bilhete na mão.
Quero que se foda o paralelo.
E o perpendicular.
E o amarelo e o vermelho.
Quero que se fodam muito bem fodidas as ripas de Pitágoras.
E os teoremas de Fermat.
Quero que se fodam os limites, as metas, os provérbios
e as delongas provincianas.
E as mágoas essas que ficam no fundo dos tachos
e ainda os fornos estão a quente.
Quero que se foda as circunstâncias do passado
e os afazeres do futuro.
E aquela gente normal, de risos normais, de vestimentas normais,
de pingas normais, de passos inacabados, de lágrimas doces.
Quero que se foda o doce.
Nunca vi prazer nenhum ser doce, porra!
A vida é salgada. É pimenta. É alecrim, rosmaninho piripiri.
Que se foda os supostos. Os iguais. As demandas.
Que se foda o tudo no nada.
Porque eu cá quero é o nado no tudo.
Foda-se!
Arre para a conservação do outro,
e da outra e do vizinho que não veio jantar.
Prezados seres estes que mandam foder o normal.
É mar. É oceano.
Atlântico. Índico.
Que se foda o Pacífico.
As Américas e as Europas paranormais.
Que se foda os saltos altos. O asfalto. Os andares de rés do chão.
Ah que merda esta que está no meu quintal.
Que se foda a poda que não foi feita.
A erva que cresceu. A terra que não se amanhou.
Acendo-me.
Sou ridícula.
Que se foda se me fodo.
Ao menos… fodi-me.
Porra.
Que se foda!
Foda-se.

1 comentário:

Mαğΐα disse...

Que saf*** esta m**** toda

(eheheh eu não digo nem escrevo asneirolas eheheh)