quarta-feira, novembro 12, 2008

Iogurte[s]


Não cos[tumo] pensar a longo prazo.
Sabem aquelas conversas de adolescentes, quando diziam umas ás outras, o meu vestido de noite vai ser de tal cor, eu quero ser médica, ter três filhos, o do meio vai chamar-se Felizberto.
Mas, já nessa altura não era hábito pensar a longo prazo.
Não sei, os planos sempre me fizeram confusão.
Não por serem planos, mas antes por serem plural.
Não que o singular seja melhor.
Não, não é nada disso.
A questão é que sempre achei que não ia chegar a determinada idade.
Aquela idade em que basicamente os planos começam a ter uma qualquer materialização.
Hoje quando olho para esses tempos.
E para os planos que nunca cheguei a linear.
Penso um sentir estranho.
Aquele sentir de quando percorremos uma estrada sem mapas.
GPS’s.
Sinais.
Quando pegamos no carro sem destino.
Quando telefonamos para alguém, e vai parar à caixa de voice mail.
É um sentir esquisito.
De emissor sem receptor.
Hoje quando penso nesse sentir.
Pego naquele cordel que um dia fiz no recreio da terceira classe.
Em que atei numa ponta da guita, um iogurte.
E a outra ponta ficou por atar.
É.
Não costumo pensar a longo prazo.
Mas, hoje quando me sinto longe de mim.
Penso em certos nós que ficaram por atar, por ter medo de pensar, não a longo prazo.
Mas, por contextualizar uma verdade.
Que afinal, era só minha.


É.
Há sentires lixados. Isto para não dizer, fodidos!

7 comentários:

RM disse...

Mais uma vez, aproximaste te do proximo. E ficou, perto :)

Anónimo disse...

ai nha filha imite págente cagente é recepetores parti tábém?
um abracinhe de ternura

Jorge Pessoa e Silva disse...

O grave não é sentires estranheza por olhares pelo reflector da mente para a pessoa que foste. Chato é se olhares no espelho e sentires estranheza pelo rosto que te aparece pela frente. Não fazer planos, confesso, não é normal. Tem apenas por vantagem evitar dissabores e desilusões. E pode ter por vantagem a necessidade de te concentrares na pessoa que és, não na que foste ou podes ser. Afinal, não é o presente que conta?

Beijinhos grandes

Tenho de te pedir desculpa, porque eu escrevi este comentário, acima de tudo, para mim. Foi um abuso do teu espaço, mas obrigado por isso.

Mαğΐα disse...

Dasssss...

Ter o mesmo sentir é plágio de entranhas ?
E se for, quem fica com os direitos do sentir?
E o sentir, precisa de ser registado?

Hummmmm?!

Aquele abraço, estranhex!!!

Sendyourlove disse...

o nosso medo... pergunto-me sempre se serei a unica, mas cada vez mais vejo que não, uns apenas disfarçam melhor.

MISS PU disse...

Apenas mais alguém que assina por baixo.

Mas, convenhamo-nos, quem tem medo que compre um cão e eu, eu não faço tenções de o fazer...

lampâda mervelha disse...

Uns sentidos fodidos, outros "fodedores".