quarta-feira, abril 08, 2009

Palma da mão.

Falemos de amor.
Falemos daquilo que nos faz realmente mover.
Não falo daquela paixão do momento.
Daquela tesão movida por uma qualquer lua cheia.
Falemos de amor.
Que não é, senão um fabuloso guisado de tudo isto.
Paixão. Movimento. Tesão. Sabor. Condimento.
Hoje falemos de amor. Com tudo a que tem direito.
Falemos do amor vinte e um.
Século XXI.
O chamado amor movido pela Web.
Escrevo de um café. Centro da vila. Vinte para as dez da noite.
Moscatel na mesa. Ventil na cadeira.
No balcão várias pessoas.
O tema: O amor.
Conversas paralelas. Algo em comum.
Ambas conheceram a chamada cara-metade pela chamada auto-estrada do novo milénio: A Web.
Uma percorreu cerca de 300 quilómetros. Outra atravessou o Oceano.
Arriscaram tudo por uma pessoa que não conheciam.
Que nunca tinham visto.
Cheirado.
Penetrado.
Arriscaram.
Viram. Penetraram. Em cada entranha. Retina. Célula. Suor.
Existe quem viva uma vida inteira e nunca conheça o seu parceiro.
Que nunca tenham partilhado uma palavra. Uma frase. Uma linha. Uma entrelinha.
Um bocejo que seja por algo que mesmo que não seja comum, é partilhado.
Falemos de amor.
Falemos de estranhas. De caminhos. De ruelas. De orifícios.
Falemos daquilo que nos faz saborear cada átomo como se fosse aquele.
Aquele único, que transporta uma qualquer página em livro.
Falemos de tesão.
Daquele orgasmo que não tem limites.
Com cheiros. Sabores. Tropicais. Rurais. Urbanos.
Que importa que seja pela Web. Pelo café. Pelo bar. Pelo local de trabalho. Pelo telefone. Pela paragem de autocarro.
Importa sim, que não hajam stops.
Nem intermitentes.
Preto no branco. Sem cinzentos.
Chega para lá, e vem cá.
Falemos de vida.
Mas, falemos disso amanhã.
Hoje prefiro mesmo, é saborear esta lua cheia.
No centro da vila. Com uma leve brisa rural com cheiro a marfim.
Daquele que é esculpido a paixão.
É uma espécie de palma da mão.
As linhas estão lá.
Cabe a nós as percorrer da melhor maneira possível.
E que essa maneira, seja aquilo que nós quisermos
.

11 comentários:

Raquel Branco (Putty Cat) disse...

Como sempre, aplaudo-te.

Beijo, com sentido obrigatório.

Pcat

Sendyourlove disse...

ahhh... o amor! esse que noa dá a volta à cabeça, vindo de onde vier...

Thiago Forrest Gump disse...

Vamos falar!

Alô?

Luis Eme disse...

folgo que ainda faças o pino.

o amor não tem regras nem definições, apesar da tentação que existe em colar-lhe coisas, tanto nos livros como no cinema, e na vida, por imitação, claro.

Sonhos e Devaneios disse...

Minha querida falar de amor....nossa falar de amor é algo que por mais que se falem sempre haverá algo a acrescentar.
beijos joao

Higino disse...

Mais um lindo e pertinente texto.
Parabéns.
P.s: E ainda não foi através do 1º. jantar de bloguistas do Oeste k nos conhecemos pessoalmente.-

£ou¢o Ðe £Î§ßoa disse...

Amen...

(A Lua dá cabo de ti)

Brain disse...

Há Luas que são cheias,
Mas não de luar.
De nós!

Há Luas que são tão imensamente grandes que,
Que nos cabem na palma da mão.

Há Luas!
E hás Tu!

E... Há um beijo meu,
Que aqui te deixo.

Anónimo disse...

é sempre o que nós quisermos!
;)
pipi de bico

knotkid disse...

Pois eu ao contrário do que muitas pessoas pensam acho que já foi escrito tudo o que havia a escrever sobre o amor. Li por aqui que alguém disse que o amor é algo sem regras. Discordo completamente, se não seguirmos certas e determinadas regras a paixão nunca chega a amor. Ainda mais: estou apaixonado. Há três anos.
Ironia das ironias, acho um excelente exercício escrever sobre amor, o que faço muitas vezes.

Parece que também sou um pessoa estranha.
Parabéns pelo texto.

Mαğΐα disse...

Já li este texto montanhas de vezes... hoje não li porque vim para escrever. Vim para escrever e para te dizer que este é dos teus textos o que mais gostei. Para que saibas, destronou o tal da bicicleta, o primeiro texto teu que li no dia em que descobri o teu blog!

F*DA-SE, existe eutanásia para a saudade c******?!

Se existe trata de resolver isso?

FUCK