domingo, junho 20, 2010

Fotogramas


De lés a lés aparecem aquelas expressões completamente desfasadas. De tudo.
De tudo o que estamos aclimatados.
Como aquelas tempestades tropicais que aparecem sei lá de onde, e levam tudo à frente. Não são ventos. Porque os ventos sabem bem o que é.
Não é errado. E também não é certo.
E é essa assentada que se diz idiota,
que transforma a linguagem insípida em algo avassalador.
Intimista, como fotogramas de contornos afectuosos.
Contornos. Esses de paragens obrigatórias.
Com todas as estações e apeadeiros a que temos direito.
E ás vezes, e tantas vezes, pararmos a meio da linha e num registo sensual emanciparmos os desejos por todas as linhas que antes paralelas se transformam agora oblíquas.
Orgãos perpendiculares, e o comboio a passar.
Clássica é a linguagem, verdadeira a retina. A minha. A tua. A nossa.
Como matrizes.
E num registo puramente incontornável faz-se a Arte.
A minha. A Tua. A Nossa. De paragens obrigatórias.
Que de tantas concepções psicofísicas tornam vastos os horizontes.
Não somos conhecidos. Nem desconhecidos. Porém… artistas.
Desfasados.
Nós.

1 comentário:

lampâda mervelha disse...

Agora sim que se pode dizer, voltaste em pleno.

Espero que seja para continuar.