
Dia nostálgico. Ficamos sempre assim nas vésperas de aniversário não é?
Não sei se é nostalgia...
Mas, fazemos sempre como que uma retrospectiva.
Parece que todos os dias passam pela nossa cabeça.
E essencialmente... pelo nosso coração.
As pessoas que conhecemos.
As pessoas que perdemos.
Os sorrisos que demos.
Os que ficaram por dar.
As lágrimas sentidas.
E as sofridas também.
Dói sempre pensar nos ‘ses’.
E ainda dói mais, sentir os ‘mas’.
Não sei se estou velha.
Sinceramente?
Sinto-me cada vez mais nova.
Sei que tenho rugas.
E alguns cabelos brancos também.
Mas, sinto-me a cada dia renascer.
A guardar cada pôr do sol.
Cada orvalho.
Cada onda salgada.
A sentir tudo como se fosse a primeira vez.
Isto de estar quase a chegar aos trinta, pode ser tenebroso.
Mas, eu cá acho, que é estranhamente saboroso.
De um sal quanto baste.
E de pimenta ao exagero!
No outro dia perguntaram-me a idade.
Ao que eu respondi:
Estou na idade do orgasmo!
Naquela idade dos gestos (d) equilibrados.
Mas, com muito desassossego à mistura.
Naqueles tempos sem ponteiros.
Em que uma boa gargalhada vale um punhado de tudo.
Em que todos os segundos contam.
Naquela idade em que as escolhas valem um respirar.
Aquele respirar.
Sinceramente?
Acho que nunca respirei tão bem!
E agora vou bazar para o Baleal (sim. porque as cotas também podem dizer bazar) dar aquele mergulho de madrugada, no último dia dos vinte e sete.
Até para o ano minha gente.
Que sintam tudo. Que sorriem ainda mais o tudo.
Vivam sempre. E vivam bem.
Abraço enorme e apertado aqui da estranha para vocês.
P.S.: Um beijo em cada uma das vossas bochechas, dado de pernas para o AR, com um leve piscar de olhos.
Gosto de vocês, porra!
P.S.2: Naquela idade em que olhar nas retinas já custa um bocadinho menos! Naquela idade em que simplesmente já não há pachorra para o banal... porque o que a malta quer verdadeiramente, é Sal!