quarta-feira, dezembro 26, 2007

Intermitente

Ontem não choveu.
Pelo menos de madrugada, não choveu.
A estrada tinha poças.
A condução meia tresloucada.
Mas, não chovia.
Os semáforos do costume estão avariados.
Não parei.
Quase a chegar a casa recebo um telefonema.
Do outro lado uma voz triste.
E a estrada cheia de poças.
Falou comigo calmamente.
Pausadamente.
Com aquele tom sempre lúgubre.
Falou.
E eu chovi.
Chovi. Chovi. Chovi.
E do outro lado aquela voz.
Aquele timbre sossegado mas, a soluçar por dentro.
Disse o que eu não queria ouvir.
Assim. A milhares de quilómetros de distância.
Existem madrugadas cujos semáforos deveriam funcionar.
Nem que fosse o intermitente!

1 comentário:

Brain disse...

Estranha,
Para ti,
Hoje,
Um especialmente carinhoso,
Beijo meu.