segunda-feira, julho 05, 2010

Re: Reversíveis


Inúteis são as saudades. E nunca as faltas.
Inúteis são aquelas brechas de correntes de ar.
E nunca os corpos de puzzles. Asfixiados. Suados.
Como torradas envoltas em manteiga.
Sedentas de fogo. Queimados. Trançados pelo gozo.
Impaciente prazer.
Até à dor. Do nervo. Até ao fundo da dor.
Do vento. Do tempo. Das palavras destroçadas.
Distâncias abastardadas.
Esmoendo todos os tendões, sem precisar de um único toque.
Fluindo por ali acima. Até ao fundo.
Como um vírus que corrupta tudo o que se diz moral.
E eu que gosto tanto do anormal. Do pecado.
Malignidade exaustiva. Dura.
Nua. Completamente Crua.
É Arte contemporânea esta, que te digo. Esta que me sacia.
Que quero o fundo. De toda a dor.
De todo o sal de prazer extasiado pela Alma.
Que às vezes é do tamanho de dois dedos, e outras do tamanho do diâmetro da Terra.
Pulo esta convulsão. São lábios. Também os quero.
Há acasos assim.
Como que vontades. Molhadas.

2 comentários:

Sonhos e Devaneios disse...

Nossa que texto profundo, complexo....inuteis sao as saudades...nao sei acho-as tao uteis as vezes.....
beijos jooa

Anónimo disse...

Boa música que se ouve por aqui. Aos textos ainda me habituo...

Oldmirror
sinais-de-fumo.blogspot