segunda-feira, abril 14, 2008

Sardas


Um dia destes encontrei uma criança.
Era sardenta.
Estava sentada num degrau de musgo.
Tinha os calções amachucados pela brincadeira.
Os olhos vivos de tanta transpiração.
Roía as unhas e entrelaçava os cabelos.
Os joelhos estavam esfolados.
Disse-me que era da traquinice.
Dos sonhos vivos.
Que rasgam a pele, ficando nas bochechas em forma de sardas.
Assim quando sorri, as pintas fazem cócegas.
E assim vai coçando os sentidos.
Como forma de lembrança.
Dos tempos de jogar ás escondidas.
Ao i vai ai.
E ao pião.
Da roda viva de entrelaçar as mãos.
Um dia destes encontrei uma criança.
Era sardenta.
Tinha bochechas.
E sardas de papel.

6 comentários:

Anónimo disse...

Á mulher, queu até gostei desta que ma fez lembrar candeu brincava ó pião. Agora na intendo é essa das sardas em papel, mas prontos o quintressa é que já a noto mais arrebitada e se calhar até deu um soco ó gajo...

Anónimo disse...

Boa escolha sonora! Apetece ficar por aqui........

João Filipe Ferreira disse...

lindo:)
adoreiiiiiiiiiiiiiiiii

ainda tens livros?
beijinhooo

Luis Eme disse...

lindas as palavras e as sardas...

APC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
APC disse...

Conheço esse menino.
Bela inspiração, a tua!

Xiii... Há ca tempus ca gente na sa fala! :-P