segunda-feira, setembro 28, 2009

Silêncio



Esborrata-me os sentidos do prazer.
Contenta-me o espírito.
Inala saliva. Pudor. Timidez.
Imagina-te sentado.
Entre pernas. No colo.
Revela-te.
Revela-me.
Aloja todos os pedaços, retalhos, apontamentos.
Que ficaram por dizer.
Di-los agora.
Sussurra-os. Grita. Murmura.
Ao meu ouvido.
Olho no olho.
Pele com pele.
Agarra-me.
No silêncio. Sem distâncias.
Escreve na minha pele a saudade.
Dita nos lábios o desejo.
Sem pressas.
Que seja madrugada. Mesmo sendo de manhã.
De pedras, janelas, paredes, cantos esquecidos.
Loucura, dizem as palavras?
Silêncio.
.
E.
.
Olho para ti.
.
.
Revela-me
.

7 comentários:

mfc disse...

Um poema audaz e lindo!
As imagens que utilizas são soberbas e fortes.

uminuto disse...

Palavras sentidas para adrem corpo a uma imagem linda
um beijo

Adelina Silva disse...

Durante alguns minutos escrevi e apaguei letra a letra o que ia escrevendo... Qualquer comentário que aqui possa deixar não acrescentará nada ao que está escrito e muitíssimo bem escrito.
Resta-me o quê?
Adoro o que escreves e como dizes no "Fodex" um texto é escrito e sentido das entranhas, logo é todo nosso... da alma, das veias, da pele...
Obrigada por os partilhares.

Abraço

lampâda mervelha disse...

Um estado em que a pele na pele é a menor das sensações.




(suspiro com um "hãim hãim" no fim)

Mαğΐα disse...

Gritos de silêncio com ecos de arrepios na pele...

winkle disse...

simplesmente sensual..

Sonhos e Devaneios disse...

Contenta o meu espirito e revela-te .....maravilhoso...parabens

beijos joao