
Atordoar
Atordoar a sanidade
Controlar um qualquer enigma
Apimentar o quotidiano
Simplesmente fugir de pedaços paraplégicos.
Ó Insanidade
Espanta-te comigo
Que eu já não me espanto contigo
Um dia gritaram-me isto: Eu para sentir é preciso muito! Eu respondi assim: Eu para sentir, não é necessário nem muito...nem pouco. É só preciso sentir! Ponto final. Sem parágrafos. Estranha Pesssoa Esta
Eugénio Rodrigues (Pierrot) dono de um jardim Outonal fabuloso,
sugeriu no seu estaminé o seguinte:
"Lembrei-me de vos propor que postassem vocês o texto que quisessem, título incluído, bastando que para isso vos deixasse esta foto para que vos servisse de mote. Tomem como referência a porta da-casa-de-ninguém, a cadeira que é de não-sei-quem, o cão que pelo asgar se deve chamar Faísca, etc e coisa e tal. O que quiserem... (.....)"
Aqui fica o que me passou pela cabeça ao olhar esta foto:
Ele não vivia de mordomias.
De banais engelhados.
Viva daquilo que tinha que viver.
Dizia por vezes ao contrário:
‘Viver que tinha que daquilo viva.’
E dizia isto com um sorriso maroto, olhar esguio.
Ao dizê-lo colocava as mãos no queixo.
E entre um resmungar e outro, lá murmurava que viver não é esperar aquilo que se pode vir a ter.
Mas sim, sentir o que se têm com um olhar vivo.
É isso o .. Viver que tinha que daquilo viva.
Apenas!
Sentir o que se têm com um olhar vivo.
Acabava de o dizer ainda com a mão no queixo… como que à espera de resposta.
Sentado naquela cadeira da varanda ensolarada do terceiro andar.
Não era esquerdo, nem direito.
Era apenas o terceiro andar.
Porque um olhar vivo é mesmo assim.
Nem direito. Nem esquerdo.
É, e pronto!
E basta!
A cadeira continua lá.
A varanda ensolarada também.
A chave?
Levou-a ele.
Diz que precisava dela para tirar a mão mais vezes do queixo.
Dizia ele que essa espera só o bania.
Levou a chave.
Deixou um pouco do olhar esguio.
Talvez para me fazer lembrar que:
Viver que tinha que daquilo viva.
A varanda?
Continua ensolarada.
Não é esquerdo.
Nem direito.
Era apenas o terceiro andar de um qualquer olhar esguio sem banais engelhados.
A parede salpicada?
São as sardas do queixo.
Aquelas que nos fazem levar a chave!
Obs.:
Estou com fé que o Nosso Primeiro venha aqui comentar as suas manias.
De modos que não quero de maneira alguma que o senhor diga ah e tal fui lá aquele estaminé mas, fui muito mal recebido.
Isso não pode, nem deve acontecer. Então vai daí, que tive a brilhante ideia de contratar este segurança ( o orçamento não deu para mais) e deixar um lugar vago no estacionamento para a 'carroça' de tão ilustre convidado.
Tendem a pensar que é.
E muito possivelmente a sentir o que não é.
Mas, torno a dizer: Isto não é esquisitice.
No máximo dos máximos.. Asfixia.
Agora... esquisitice é que não.
Uma asfixia assim a pender para o sufoco.
Vá lá, no máximo dos máximo... Estrangulamento.
Agora... esquisitice?
Não.
Isso é que não.
Como eu estava a dizer, e acompanhem-me por favor.
Estou com uma sensação particular.
Com um certo apontamento.
Apontamento certo, portanto!
Baralhando ainda mais o rascunho.
Diria que ando com cócegas.
Cócegas!
Cócegas na memória.
Acompanharam?